Meu nome é Leonardo Silveira Handa. Jornalista. Perdido. Achado. Amante. Radialista.

quarta-feira, novembro 28, 2012

Cheiroso, banho tomado, perfume no pescoço, perto da tatuagem. A pele macia, o cabelo semi-enxugado, os pelos crescendo, meu pulso fervendo. Fiona Apple na vitrola, eu escrevendo, você na cozinha, a conversa rolando. Minhas besteiras, imaginando algo, tendo você, tendo acolá. Eu falo sobre saco, chupadas e afins. Lembro de uma frase. Ótima. "Daquela ali eu chuparia o cu até sair caldinho". Eu rio. E a mulher cantando Daredevil, junto ao piano, meio rouca. Uma delícia. Ela cancelou um show. Digo, dois. Motivo: o cachorro. Mas, isso não importa. O que importa é a minha imaginação. Cheiros. Deliciosos. Para mais tarde, sim, vamos. 

sábado, novembro 24, 2012

Um dia me disseram que as nuvens não eram de algodão, mas isso não importa, o que vale é o que me falaram: Léo, queria saber como você consegue ser calmo nessas horas. Não sou. Um monte de erupções ocorrem na cabeça. Só aprendi a controlá-las. Foram tantas as situações já rabiscadas e outras desenhadas que nem se trata mais de aguentar, e sim, saber lidar e viver. Contudo, sim, eu explodo, como muitas vezes já aconteceu, sobretudo no ano passado. O sofrimento, porém, é todo interno. Somente meu. Após um rompimento, extremamente chato, fui aprendendo. E não gostaria que a mesma chatice se repetisse. Não mesmo, porque, ampliado ao extremo se comparado com a última, eu te amo. É isso. 

sábado, novembro 17, 2012

Sem pardida

Bate coração, mudo de razão
Neste peito oco de foco
E carente de exclamação.
Perfura a carne ao leite
O reler da veia que percorre
E junto ao pulso escorre.
Bate coração, seu estúpido
Entope a artéria com amor
E jorre em sorrisos
Qualquer pequeno calor.
Termine longamente nunca
Mesmo que agora fique
E sem que haja despedida
Eu quero sem partida.

lsH

quarta-feira, novembro 14, 2012

boanoite

Sou Virgem com ascendente em alcatrão.
Meu elemento é a terra, com doses de cocaína,
E a minha lua natal faz conjuntura com a fluoxetina. 

Meu mapa astral é repleto de fumaça
E o meu signo vaga solto na sua saliva
Que é ainda mais virginiana
Do que todas teorias freudianas. 

Antes um ascendente em touro me cravou
Duas agulhas de veneno que me derrubou.
Mas o horóscopo diário quis o contrário
E a minha lua natal se revelou esclarecida.

Sou Virgem com ascendente em vodca.
Minha cor é púrpura, mas o que se vê é fogo,
E o meu sol poente adormece em cinza
Da ponta do meu cigarro interligado à boca
Que em conjuntura com o açoite 
Adormece o meu corpo com o boa noite. 

lsH.

segunda-feira, novembro 05, 2012

Encefaleia

Ao meu redor, um transe
Embora quisesse estar
Dançando um trance.
Os olhos ardentes
E a massa inchada
Aguardam a calma.

O cansaço é amigo do corpo
E a segunda-feira me maltrata.

Quero arrancar essa dor,
E ficar bem junto do seu amor.
Mas ela não permite
E um comprimido é digerido.

Ao meu redor, um coice
Embora quisesse estar
Alardeando qualquer açoite.
Os olhos ardentes
E a cabeça enfraquecida
Aguardam agora o descansar.