Meu nome é Leonardo Silveira Handa. Jornalista. Perdido. Achado. Amante. Radialista.

terça-feira, maio 24, 2016

Escondido ali, embaixo do guardanapo
Um trato, bem tranquilo, como aquele menino
Que tímido, sorria favores.
Olhou distraidamente a mente fora
Embora não queria ter visto
Nem previsto o imprevisto
De um ocasional aceno.
Estava ali, perdido
Um amor debaixo da folha seca
Aguardando ser encontrado
Enquanto contava as horas.
Respira sua fumaça
Na bagaça daquilo que é
Seu cotidiano.
Meridiano pensar se causou
E o cansar apenas começou
Mas, como previsto
Tirou o seu par e dançou.
lsH

quinta-feira, maio 19, 2016

Tudo Normal

Tal e qual, até demais. Teu sorriso amarelo
A minha blusa preta
O desgaste do pensar.
Tal e qual, o sentimento
As pessoas se doendo
A raiva escorrendo
E a vontade de amar.
Tal e qual, o quê?
Há tempos um buquê
Não recibo, sabe você
E o coração a coçar.
Tal e qual, tudo normal
Espera pelo dia
O qual talvez chegará
Como uma surpresa animal.
Tal e qual, simplesmente total
Aguarda um decreto
E espera contente
Aquele velho sentimental.

quarta-feira, maio 11, 2016

11, mês qualquer

Hoje deu uma saudade pulsante. Saudade dos sábados vadios, do jeito que você dançava, do jeito que me enchia o saco. Saudade do seu carinho e saudade de fazer carinho em suas costas. Saudade do seu abraço, do seu olhar, do seu amar. Hoje bateu saudade de tudo, das suas músicas ruins até da sua teimosia. Saudade do seu ser indiferente enquanto eu sofria de pânico. Saudade das suas imperfeições. Saudade do seu jeito de rir, das suas caretas e da forma como você repousava suas coxas sobre as minhas. Saudade de ficar olhando para o seu pé quando deitávamos juntos no sofá. Saudade dos seus reclames. Saudades de como você falava que não queria ficar sozinho. Saudade das suas burrices. Saudade dos seus versos de carinho. Alguns eu guardei, outros, eu joguei. Saudade da sua voz desafinada e de quando tentava tocar violão. Saudade daquele dia quando você contou a verdade para sua irmã. Saudade de quando fui até a UTFPR levar o meu primeiro presente de aniversário à você. E você chorou. Saudade daquela sua inocência, daquela sinceridade, que hoje, imagino, permanece, mas a inocência, não. 
Hoje deu uma saudade latente de você. 

terça-feira, maio 03, 2016

Clássico


A febre desse amor em clima pulsante
E a sua garganta linda em minhas mãos.
O tanque de uísque pousado na mesa
E o estoque de alcatrão entre os vãos.
Giro os olhos afoitos em direção aos dedos
Enquanto seu suspiro tranquiliza o redor
E a minha tentativa de invasão se torna certeira
Conseguindo a compreensão do furor.
Observo os detalhes dos poros do seu pescoço
E o arrepio da pele morena que me fascina.
Não há nada melhor do que essa vacina
Ao menos para alguém que sentia uma carnificina.
O levantar do seu sufoco fica calmo
Enquanto a minha ânsia se torna plácida
E aquilo que eu havia segurado
Permito contigo soltar com pouco estrago.
Bem devagar eu saio e alcanço o gole
Bebido como leite pela boca úmida
E acendo meu filtro branco como se fosse o primeiro
De outros muitos que virão clássicos.
lsH

domingo, maio 01, 2016

é que temos pra hoje, seja como for
das canções do exílio, meu exímio distorcido.
do sofá a visão periférica 
e ao seu lado um sorriso
e do outro, um largo ferido.
das pessoas daqui um beijo
bem doce com o amor que precisamos,
mas nem sempre é assim:
criaturas são duras no interior.