Meu nome é Leonardo Silveira Handa. Jornalista. Perdido. Achado. Amante. Radialista.

domingo, março 29, 2020

Por que não saiu quieto, assim
Para que o alarde das flores quebradas
E o sangue pela boca.
Para que o jocoso do tímpano
O pus da alegria e a ferida de lágrima?
Por que em paz arrancou os olhos?
Os vidros na pele como poesia
O álcool na virilha, o esperma na retina,
A vida se fazendo de boa em cada esquina.
Por que não tirou o cerne no segundo ato?
Como defunto alegre que revive no saco,
que se vira na púbis, que levanta do oco,
que se satisfaz em coprofagia.
É preciso manter os dois olhos atentos, como se estivessem sedentos por sangue, por amor, pela conquista de um novo terreno, mesmo que seja árido, úmido ou magnífico. É necessário duvidar do que o mentor em sala de aula projeta, arquiteta e repassa, como se aquilo não fosse a verdade absoluta, pois existem outras maneiras de se obter as mesmas informações do que entre as quatro paredes. É mandamento, sobretudo, amar tudo o que você entende como essencial para viver e desregar o abismo incrédulo dos preconceitos, independente se você nasceu, se criou e permaneceu em solos repletos da hipérbole do tradicional, do convencional, do puritano e conservador. Mas, é fundamental interpretar.
Vocês vão se dar mal
Defensores do bom costume
Que não se acostumem
Com suas indecisões
Pois a nossa decisão
Vai nos levar além
Algo que já aconteceu
No pior sentido
Que levou para lá
Uma mulher que não defendia
O seu bandido de estimação
São vocês que não entendem
Que direitos humanos
Não são a mesma coisa
Que assassino e ladrão
Como é difícil compreender
Algo tão simples?
O cérebro secou?
Por que piorou?
Agora se o policial morreu
Querem o mesmo pedestal?
Sugerem que os valores inverteram
Mas foram os seus que desvalorizaram.
E hoje eu estou puta
E quero inverter junto aos outros
E engrossar o coro
Porque já nos disseram:
Feminino de luto
É luta.
lsH