Meu nome é Leonardo Silveira Handa. Jornalista. Perdido. Achado. Amante. Radialista.

terça-feira, agosto 29, 2006

João Fracisco dos Santos em Amor ao Dinheiro Queimado em 1965

Bálsamo em abraço/Te quero exato em crise aberta/ De triste sorriso ao sangue em face.

Te cheiro navalha em madeira cortada/ De perfumado dedo sujo ao tanto/ De encanto refúgio no banheiro aberto/ O acesso é livre.

Na Constituição agora desencanto/ Um traçado torpe de linhas correstas/ Com fumaça no rosto e um beijo com gosto de sexo lendo ao puro oposto.

sexta-feira, agosto 25, 2006

E agora, como será a vida dos habitantes de Plutão?

Na última quinta-feira, 24 de agosto de 2006, em um lugar qualquer do planeta Terra, alguns cientistas malucos se reuniram e decidiram - sem direito a voto popular - que o mais longínquo dos planetas do Sistema Solar, Plutão, não é mais um planeta. Ele foi rebaixo para a infeliz categoria de "planeta anão".
O mais gélido dos corpos, durante muitos e muitos anos achando ser importante, agora é quase um ser perdido. A nossa constelação nunca mais será a mesma. Nem os livros. Muito menos os estudos. Sorte da criançada de hoje que agora não precisa decorar mais nove e sim, oito planetas. Pobre Plutão. A vida dos plutanianos nunca mais será a mesma. Até mesmo porque eles devem estar congelados.
O deus das águas, Netuno, passa a ser, a partir de agora, o último habitante do nosso sistema. Aliás, um sistema muito confuso. Não é a toa que quando a situação do planeta vai escorrendo pelo barranco, as pessoas põem a culpa justamente no sistema. Tudo é culpa dele. Sorte de Plutão, que agora não faz mais parte dessa corja. Mas a felicidade é dos plutanianos que não vão precisar agüentar mais as diretrizes equivocadas que regem as decisões. Eles ainda podem respirar tranqüilos.
Enquanto isso, no planeta Terra, que, aliás, é absolutamente errôneo, já que apenas um terço do terceiro planeta do Sistema Solar é composto por terra, o resto é pura água, vai ditando as regras por essas plagas. Ou melhor, determina também os catamênios de outros sistemas do imenso universo. Os humanos se acham tão especiais. É tudo culpa do sistema mesmo, esse que continua parindo governantes sádicos de pensamentos nucleares. Armas químicas estão espalhadas em todos os lugares. Até em Plutão. A explicação agora é óbvia a respeito de seu rebaixamento. Lógico! Os Estados Unidos ficaram sabendo do perigo iminente que o, até então, último planeta, estava planejando e trataram logo de excluí-lo. O governo americano já fez isso outras vezes, vide Cuba. Afinal, eles são assim mesmos: mascarados. Primeiro dizem que são contra o rebaixamento, depois abaixam as calças dos coitados e resolvem mudar a opinião.
Ainda bem que nos dias atuais existe e-mail e outras formas de comunicação on-line. Dessa forma os plutanianos não vão se sentir tão isolados. Pelo menos agora eles estão fora do sistema. Em breve, ao invés de "planeta anão", de repente, viram uma comunidade hippie, com todo o saudosismo "paz e amor" que se tem direito. Já a astrologia vai ter que desenhar outro regente aos escorpianos. Esses sim, estão ferrados.

quarta-feira, agosto 23, 2006

Casal briga e mulher sofre acidente

Pífio. Sono. Sarcástico. Olhos. Fechados. Vozes. Silêncio. Fumaça. Término. Lágrimas.

Desce pela escada o corpo estremecido. Pela janela do apartamento a outra alma acompanha o adeus. O fim tem dessas coisas. Procura o ponto de táxi mais próximo. Entra no carro. Pede para ir o mais longe possível do lugar que acabou de sair. Enquanto isso, deitado no sofá, continua a tragar o último suspiro do Malboro. Relembra o início de namoro e compara com o término. É nesse momento que o táxi bate em uma encruzilhada. A moça arrebenta a cabeça no banco e sangra. O erro não foi do motorista. Uma pontada é sentida no último trago. Fecha os olhos e sente a dor. O sangue continua a escorrer. Vai até a janela para olhar a mesma rua pela qual ela foi embora. A ambulância demora a chegar. Um sentimento incomoda. Os para-médicos fazem o que podem. Ele liga para o celular dela. Ainda perto dali, o celular não é atendido. A bolsa ficou no carro. Um múrmurio é ouvido. Ela é carregada em uma maca. A ambulância voa. O coração sente. Desliga o telefone. Tranca o apartamento e desliza pela escada. Encontra a rua. Procura desesperadamente por ela. Alcança a encruzilhada. Enxerga um táxi destroçado. Tenta não pensar na possibilidade. Chega perto do carro. Vê a bolsa dela. Entra em desespero. Implora por informações. Elas confirmam o que ele já sabia. Sente-se culpado. Caminha sem direção. Chora. Tropeça em uma pessoa. A pessoa pergunta se ele quer ajuda. Ele responde que sim. Ela o leva até o hospital. No balcão ele pede informação. A secretária diz que está tudo bem. Ledo engano. Ela está morta. As pessoas foram confundidas. Ele espera. Não agüenta. Espera mais um pouco. Nem sabe da notícia. Ninguém o atende com informações corretas. Se fosse rico, ele poderia comprar alguma informação. Deita no sofá. A pessoa que o ajudou já foi embora. Chega a madrugada e nada. Mais um vez o desespero adentra os olhos quando o médico de plantão traz as últimas informações. Ela não morreu. Ele tem mais uma chance. Fica aliviado. Pronto. Ela nem estraçalhou a cabeça no banco do táxi. Isso aconteceu com a outra pessoa que estava no mesmo táxi que ela pegou. Muita confusão. Muita confusão mesmo. E eu não acredito que você leu até aqui para saber se ela tinha morrido ou não. Que perda de tempo. Ela está bem, ok? Pode voltar para o MSN. Ponto.

quinta-feira, agosto 17, 2006

Incendiário, soy yo!

Bang, bang, bang, meu bem. Já sente o gosto do sangue escorrer pela garganta? Bang, então, mais uma vez. E agora, enxerga o escuro que se faz presente? Desejo que sim, pois não tenho mais balas para acertá-la, nem mais calibre para suportar. Diga que a dor está adentrando o âmago delicado da sua ausência. Confesse o sarcasmo que me deixou em repúdio, encolhido no canto escuro dos prazeres indesejados. Revele logo as tripas do sufoco para que um sorriso se abra para que eu me feche em você. Tudo bem que eu suporto o deslize do sacríficio impiedoso dos meus erros caústicos. Afinal, eu quero atirar a primeira, a segunda, a terceira e a quarta pedra. Mas, de qualquer forma, saliente que acertei a semente esbaforida da sua lembrança. Ou então me faça ao contrário do inverso estendido, ampliado na pele áspera que, agora, se rende esbaforida.
O meu ego estapafúrdio devaneia por caprichos indeléveis. Muitas vezes o espelho já foi quebrado. Quero agora somente um berro de angústia. Mais uma vez, diga que sente, nem me faça arrancar os olhos. Admiro o meu lado sádico, porém, não libere o serial killer que você ainda não viu. Portanto, pergunto, o gosto do sangue na garganta é delicioso como um Cocha Y Toro? DIGA QUE É!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
É tão lindo, meu bem. Meu tirano eu é tão frívolo, mas acaba impressionando os mais germecidas. Às vezes sou tão incendiário!!!! Contudo, mais uma vez, diga que o escuro e que o sangue chegaram... chegaram? Não!!! BANG!!!! Eu menti sobre a última bala. (risos maquiavélicos).

sexta-feira, agosto 11, 2006

A Felicidade aos Poucos

Até quando a vontade fica
Aos braços do constante destino que recicla
Os outros questionamentos em vão.

O revés de sentir amor de leve escorre da minha mão
E o controle da alegria se acidenta na falta de harmonia.

Para tudo há um pouco
De solução dissolvida no amargo, que processa o sentimento
No talvez de viver nas incertezas do rever
Traçado na precisão do apontamento
Que aos poucos faz sofrer.

É de dor que revelo a lágrima
Na característica do existir que não me deixa progredir.
É a vontade dos outros que acaba a discernir

A felicidade aos poucos.
A felicidade aos poucos.
A felicidade aos poucos.

terça-feira, agosto 08, 2006

Deprimido

Não costumo utilizar este espaço para falar sobre a minha pessoa, muito menos a respeito da minha intimidade. Procuro apenas escrever a respeito das minhas opiniões, sobretudo as musicais. Mas hoje vou fugir desse, digamos, estigma.
Pois bem, estou deprimido. O saudosismo me atingiu hoje de uma maneira tão cavalar que chegou a descolar a retina. O cérebro processou algumas lembranças tão significativas que causou transtornos indeléveis. Tudo por causa de uma história em quadrinhos. Contudo, como a minha personalidade é uma montanha-russa, basta fumar um cigarro para as coisas melhorem. Ou piorarem. Sobe e desce, desce e sobe. Por vezes pára.
Quando situações assim insistem em me visitar, recorro a algumas canções. Perco a concentração, rasgo a tripa, vomito desejos cabíveis em páginas e páginas de observações. Afinal, a letra salva, o escrito propicia reflexões, o momento traz as soluções. Porém, "quando se é sério a respeito de se divertir, nunca é muito divertido", já disse Bill Watterson, criador das tiras do Calvin e Haroldo, repletas de filosofias puras, inocentes, sustentáveis. Foram exatamente essas histórias que me deixaram deprimido, irrequieto. Céus!
A outra volta do parafuso realiza a sua ação e novamente, com esta frase, volto a ser o subjetivo que pratico. Algo que o Calvin e o Haroldo conseguiam por vezes, mas por horas eram objetivamente demais. Glória!!!!!

sexta-feira, agosto 04, 2006

Devaneio

Cabe-me ao contrário o disposto gosto do ameno. Traga-me a alegria inglória do passado que eu esqueci. Seja sincero, camarada. Seja o acaso do reencontro involuntário naquelas manhãs de conversas arquitetadas pela adolescência vivida. Às vezes o atroz batia na porta, mas sempre tínhamos uma maneira de fingir que não estávamos. É uma tristeza saber que a distância separa uma amizade legal, que foi degustada com sagacidade e gratidão. Afinal, quando um pedia auxilio, sempre estávamos no mesmo lugar. E agora? O momento está difícil no seu lado e não posso abrigar os seus dissabores.
Ainda há cumplicidade, pode ter certeza. Torço por você na turbulenta vida que você assumiu, regada aos cuidados fraternos e ao alcoolismo exacerbado por sentimentos paternos, engolidos todo santo dia de religião. Não há nada que eu possa fazer, apenas pensar no seu melhor.

***

Lembra daquelas caminhadas noturnas em companhia do vento gelado e daquela garota linda que parecia uma boneca de porcelana? Como era sensacional as angustiantes prosas que inventávamos, ao sabor do vinho vagabundo que sempre vomitávamos. Relatando assim, parece azedume, porém, era amizade. Não lembro como éramos conhecidos, Los tres? O interior nunca mais foi o mesmo depois das nossas partidas. Cada qual em seu canto, cada qual tentando a sobrevivência, cada qual em uma área, cada qual se reinventando. Por vezes, quase sempre, assim mesmo, dicotômico, o saudosismo atravessa a via de tráfego do pensamento. Quase sempre um sorriso se manifesta. Aliás, quero aquelas fotos das madrugadas de devaneios. E eu que era tão apaixonado. E você que era tão caco. E ela que era tão falante, com as suas duas almofadas labiais que encantavam até os pederastas. Foram tantos momentos que ainda hoje são eternos na lembrança mais embriagada. Cara, demais.

***

Fique com a sorte e com o azar. Só não se esqueça de mandar notícias, meu amigo. O que eu puder fazer, eu farei. Ainda tenho a fita dos momentos que ficaram, lembra. A boneca de porcelana fez uma cópia e levou junto à ela, quando me despedi das gratas presenças que ela nos realizou. Se cuide.

quarta-feira, agosto 02, 2006

Pullovers + 1932

Como é incrível bandas surgirem do além na vida tão banalizada que vamos levando aos tropeços. Pullovers é uma delas. O grupo aterrissou sem licença alguma no terreno árido desse que agora escreve. Eu já tinha ouvido algo sobre eles, mas não dei muita importância, afinal, eu tinha como fã outros indies. Certo dia, procurando novidades sonoras no mundo on-line, resolvi dar uma chance aos Pullovers. PUTZ!!!! Como eu fui ignorá-los na primeira vez? Me arrependo até os último pêlos do saco. Eles são demais. E outra, eu não sabia que eles tinham músicas em português, pois até então, eu sabia que a banda tocava apenas no idioma do Bush.
A canção que mais executo em meu detonado aparelho de som é justamente uma na língua dos brasileiros. Intitulada 1932, me fascina a cada audição. Melodia ultra-pop de causar inveja a medalhões que insistem em compor "pérolas radiofônicas". Diverta.
Para provar a minha falta de informação, ainda fiquei sabendo que eles gravaram um disco com Geanine Marques, que desde já é a minha cantora predileta. Adoro "Do It All Wrong".
De qualquer forma, antes tarde do que nunca. Odeio esse ditado popular, mas nesse caso, cabe como uma luva. Também detesto esse outro ditado. Mas, antes só do que mal acompanhado, né? Musicalmente falando.

terça-feira, agosto 01, 2006

Extinção

Um conto calmo em relação à alma. Merda. Não tinha nada que ser assim. Foda. Mas em comparação ao resto, até que está tudo bem. Putz! Agora estou dando risada. He he. Até que tentei considerar as outras alternativas. Eca. Fiquei por aí, vagando, reclamando, cuspindo dizeres sem nexo. Jerkinsonianosiamentecapto. Foi-se o caos da liberdade gratuita em vasos sanitários de material nobre. Novamente, merda. Trata-se das definições do cotidiano que reclamo através dos 0800 da vida. Alô? Quem fala? Como assim, quem fala? Sou eu, o consumidor, quero fazer uma reclamação. E gravíssima! O mundo está dando tantas voltas estranhas que a natureza, minha vizinha, reclama a cada dia na ineficácia dos homens. Tá entendendo? Não quis ligar pro Greenpeace não, minha senhora. Vocês é que são os culpados pela desvastação das riquezas naturais, da poluição do ar, da falta de água, da falta de vida. Entendeu agora? O quê? No speaking english, no hablo español. No "sabo" portuguese. Quer saber! Vá se ferrar. Nossa. E isso que era para ser calmo, sobretudo em relação à alma. Não tinha nada que ser assim. Mas em comparação ao resto, até que está tudo bem. Putz! Agora estou dando risada. Até que tentei considerar as outras alternativas, mas fiquei por aí, vagando, reclamando, cuspindo dizeres sem nexo. Foi-se o caos da liberdade gratuita. A natureza vai devolvendo as porcarias que os aspectos repugnantes que as qualidade humanas não oferecem. Elas estão em extinção.