Meu nome é Leonardo Silveira Handa. Jornalista. Perdido. Achado. Amante. Radialista.

quarta-feira, outubro 24, 2007


RARO


You say life is a dream
Where we can't
Say what we mean
Maybe just some
Roadside scene that
We're driving past
There's no telling
Where we'll be in a day
Or in a week
And there's no promises
Of peace or of happiness
Venha

Partir A minha parte

Ainda intacta





Corrompa
o que eu tenho de melhor












A minha sinceridade é


o bem







VALIOSO







mais. mais. mais. mais. mais. mais. mais. mais. mais. mais. mais. mais. mais. mais. mais.




MALTRATE A MINHA ALMA.

















Seqüestre a minha calma.













Violente
















O meu amor.
minha febre adorada
meu porre de vodca
minha doce angústia
meu dia nascendo
minha alma desencarnada
meu filho não ejaculado
minha casa imobiliada
meu povo faminto
minha droga injetada
meu amigo confidente
minha letra inconsistente
meu verso corrompido
minha poesia dilacerada
meu motel preferido
minha amante titular
meu eu acróstico
minha vida não temperada

Jesalel


Desça da morte

Enquanto o corte

Escorre da faca

Um gosto de morte.


Suba da sorte

O seu azar atroz

E voe veloz

Rumo ao norte.


Volte tenaz

Aos braços felizes

Dos tristes sorrisos

E solte um grito

Sobrevindo do fim

Que enfim deixou

Um anjo caído

Encontrar o partir.

segunda-feira, outubro 22, 2007

Conto Perdido

Era um canto triste aquele ouvido na alta madrugada. A melodia rasgava delicadamente a lembrança confusa de outros verões. A luz da lua penetrava pelo vidro da janela. Não havia nuvens no céu e as estrelas estavam propícias a mostrar o brilho intenso de cada qual. Estava eu deitado na sacada do meu apartamento, acompanhando o movimento da canção enquanto recebia no corpo uma abençoada brisa noturna. Meus cigarros tinham acabado, então eu estava fumando orégano enrolado em uma página da revista Caras.
Em um certo momento cheguei à conclusão de que o Elliott Smith só podia estar pensando em merda quando resolveu tirar a sua vida. Mas, isso é mal de gente metida a gênio. Kurt Cobain que o diga com um tiro nos miolos. Contudo, a sua rápida passagem entre nós terráqueos já valeu pelas pérolas compostas de maneira soberba. "XO" continua um clássico. Nick Drake também fez isso, lembrei agora. O compositor inglês deixou antes uma arte de derramar a última lágrima virgem de um garoto recém estuprado pelo padrasto, chamada "Pink Moon". O jeito de cantar a vida nunca mais foi o mesmo após os mísseis em formato de dedilhados de violão lançados pelo bardo.
Fiquei mais um momento curtindo a brisa. Não agüentei, levantei e fui comprar um maço de cigarros. Aproveitei e peguei uma caixinha de cervejas. Também comprei Ruffles. Ao voltar para casa, umas meninas e suas saias microscópicas me sorriram um serviço. Minha carteira não continha o agrado por elas solicitado. Retribui o favor com um cigarro e uma latinha de cerveja. Elas me agradeceram e foram de encontro ao desconhecido. O objetivo delas era a invasão vaginal por algum membro qualquer. Desde que pagassem, óbvio.
A noite estava muito agradável. Enquanto fumava um cigarro e matava mais uma loira gelada, pensei em várias coisas, muitas merdas e outras tantas. A linha de raciocínio não era lógica. Analisei os cúmplices, percebi os culpados, valorizei a pessoa amiga. Não encontrei nenhuma conclusão, até mesmo porque, a intenção não era encontrar. Mas percebi ainda mais o quanto é complicado esse mundo moderno. Ao menos dizem que é. De toda forma, deu para ter a percepção de que eu estava certo. Não se envolver é o melhor, só quero me animar, me divertir. E no caminho de volta para casa, sozinho, a companhia ideal percebida são as histórias a criar. Agora é aguardar a próxima viagem.

quinta-feira, outubro 18, 2007

AbsTRATO

Triste insiste
Em não derramar
Do copo a precisa
Poesia que
Se desmancha.


Alcança antes
Uma letra feia
Com texto lindo
Que remete
Ao passado romântico.


A borda cheia
De sílabas agora
Vaza palavras.


Desperta a esperta
Esperança de
Se embriagar
Em poemas abstratos

LSH

domingo, outubro 14, 2007

Existem alguns momentos em que é preciso ficar quieto, aproveitar o silêncio para escutar outros desabores, outras alegrias, outros deletérios, outros momentos jucundos. Há períodos em que é preciso gritar para quebrar a porra do silêncio, extravasar a felicidade e alcançar o desatino. Mas, existem períodos em que é necessário manter os dois em eterna conciliação. E assim será.

quarta-feira, outubro 10, 2007

Plasbol


Cabeça de ponta arregaça
A mulata tristonha na praça
E o corpo perfeito arrebenta
Um ícone morto no colo.

A lágrima de vodca abstrata
Voa no chão de overdose
E a moça dos olhos escuros
Me sopra pra longe do rosto.

A vida é uma morte infantil
Observada pelo Jesus junkie
Que analisa com os seus metais
A ponta de lança no seu peito.

A morte é uma vida desperdiçada
Pela mulata deitada no colo
Da criança que bêbada
Reza mais um salmo extra.

quinta-feira, outubro 04, 2007

Dica: Into The Wild

Liberdade acima de tudo. Ignorar as ordens capitalistas das coisas. Seguir um rumo não traçado previamente. Encontrar pessoas legais pelo caminho. Respirar as possibilidades impossíveis de se conseguir com emprego, casa e família. Curtir cada momento como se fosse o último.
Estas frases e muitas outras fizeram parte da vida de Christopher J. McCandless, um garoto de 20 anos que abandonou a sociedade tradicional e foi caminhar pelo mundo americano. Já ouvimos muitas histórias parecidas com a dele. Algumas lindas, outras trágicas. Tudo culpa do Kerouac. O relato de McCandless, no caso, não é tão feliz. Depois de várias aventuras - quase todas, sozinho - ele morre de fome no Alasca.
O trajeto de peregrino que ele seguiu por dois anos serviu de inspiração para o escritor John Krakauer transpor a história do rapaz em um livro. A obra, por sua vez, levou o ator Sean Penn a se arriscar novamente atrás das câmeras, dirigindo assim o filme Into The Wild (sem previsão de lançamento no Brasil e sem título em português).
Sean Penn realizou um road-movie sem muitas novidades se comparado com o gênero de outros clássicos. Mas, quem possui ao menos o espírito de liberdade, se identificará com o personagem e talvez até se arrisque em uma empreitada semelhante. Afinal, inspirações surgem a cada dia, em qualquer momento, muitas vezes sem aviso prévio. E foi seguindo essa idéia que o ponta-de-lança do Pearl Jam, Eddie Vedder, compos a trilha sonora do longa-metragem, convidado pessoalmente pelo diretor.
Vedder - assim como o personagem da história - realizou e gravou as músicas praticamente sozinho, tocando, aliás, vários instrumentos. Muitos temas registrados possuem apenas voz e violão, relembrando um pouco o trabalho que ele fez no filme Uma Lição de Amor, quando regravou uma canção dos Beatles, You’ve got to hide your love away. Coincidência ou não, o protagonista do longa em questão era Sean Penn.
O vocalista do Pearl Jam sempre expressou entre letras e atitudes a sua opinião a respeito dos padrões pré-estabelecidos por uma sociedade que sofre de valores concebidos em um passado que precisa ser revisto. Com certeza esse espírito o ajudou e muito nas composições de Into The Wild, mas não na sonoridade, e sim, nos ideiais.
Em nenhum momento o interessado encontrará nas canções um Vedder-Pearl Jam. Esqueça os urros. Na trilha sonora, o cantor privilegiou as melodias ao invés da porrada, seguindo por um caminho country-folk e remetendo ao Neil Young pós-Harvest Moon. Ótimo para os momentos de solidão, na beira da estrada com o sol se despedindo e uma mochila nas costas: um dos vários símbolos de liberdade.

quarta-feira, outubro 03, 2007

Fraquejar

Dica: Portishead



Se não me engano já comentei sobre a banda Portishead em algum post passado deste blog. Mas sempre é bom relembrar quando o produto é bom, beirando ao sensacional. A banda, vinda da Inglaterra, criou um dos gêneros musicais mais intrigantes da década de 90 junto ao grunge de Seattle, Estados Unidos. Estou falando do trip hop que também teve como expoente o grupo Massive Attack.
Carregadas de sentimentalismos, as letras e as nuances vocais de Beth Gibbons são de arrepiar os pêlos púbicos. As melodias com as combinações eletrônicas das músicas descem macia através do tímpano. Algumas chegam a causar um estado de êxtase no indivíduo. As canções são perfeitas para um bom amor (leia-se transa) lento, detalhoso, sinfônico e orgástico.
O primeiro disco da banda, Dummy, continua até hoje sendo um clássico do gênero e nunca foi superado, nem pelo próprio grupo. Os outros trabalhos também merecem todos os adjetivos, porém, foi no debut em que o Portishead conseguiu a sintonia perfeita. Cada detalhe, cada acorde, cada nota do Hammond e cada interferência eletrônica são casadas perfeitamente, levando o ouvinte à estratosfera do sentimento-flor-da-pele.

terça-feira, outubro 02, 2007

E-mail nosso de cada dia

Essa vem da série e-mails que recebemos diariamente. Porém, um detalhe, eu acertei a resposta. Isso quer dizer: tomem cuidado.

Teste psicológico para psicopatas Esse é um teste psicológico de verdade... - Uma garota, durante o funeral de sua mãe, conheceu um rapaz que nunca tinha visto antes. Achou o cara tão maravilhoso que acreditou ser o homem da sua vida. Apaixonou-se por ele e começaram um namoro que durou uma semana. Sem mais nem menos, o rapaz sumiu e nunca mais foi visto. Dias depois, a garota matou a própria irmã. Questão: Qual o motivo da garota ter matado sua própria irmã???
(Não desça até o final antes de ter pensado em uma resposta!!!!!)
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
Resposta: - Ela matou porque esperava que o rapaz pudesse aparecer novamente no funeral de sua irmã. Se você acertou a resposta, você pensa como um psicopata. Esse é um famoso teste psicológico americano para reconhecer a mente de assassinos seriais ( Serial Killers). A maioria dos assassinos presos acertou a resposta. Para um psicopata, sempre os fins justificam os meios. - Se você errou... Bom para você, Bom para sua família e Bom para seus amigos. - Se você acertou a resposta... Apague meu nome da sua agenda, Apague meu nº do seu celular, Apague meu e-mail do seu micro e esqueça que me conheceu um dia!!! ME ESQUECE!!!!!

segunda-feira, outubro 01, 2007

Dica: Gogol Bordello


Pense em uns caras que rotularam o som como punk cigano. Agora acrescente pitadas de referências musicais de qualquer parte do mundo e um vocalista que canta muito parecido com o Wander Wildner pré-Baladas Sangrentas. Junte agora oito caras que não têm vergonha do ridículo. Pronto. Tire do forno sônico a bolacinha que possui como nome Gogol Bordello.

A banda surgiu em Nova York - lugar em que tudo acontece -, mas a maioria dos integrantes são do Leste Europeu - local em que acontecem muito mais coisas do que em Nova York. O álbum mais recente dos punks ciganos se chama Super Taranta! e é repleto de maluquices musicais, com direito a acordeões ensandecidos, saxofones do inferno e violinos heavy metal.

Além desses adjetivos musicais, eles possuem como fã ninguém menos do que a Madonna. Aliás, no concerto do Life Earth (ou se preferir, Laive Ãrf), em Londres, a dita cuja rainha do pop convidou o Gogol Bordello para dividir com ela uma versão tira-o-cão-da-coleira de La Isla Bonita. Nem é preciso dizer, mas a canção ficou ainda mais deliciosa.

Vale a pena procurar o disco (original) desses palhaços modernos.