Meu nome é Leonardo Silveira Handa. Jornalista. Perdido. Achado. Amante. Radialista.

sábado, dezembro 31, 2011

retrospectos_2011_3

Um pouco de tudo. Desilusões, mudanças, traições, amor, períodos de extrema felicidade, bebedeira, prêmios profissionais, novas amizades, uma linda sobrinha, tristeza, reflexões. 2011 foi o ano dos acontecimentos, de aprendizagem completa. Nem tudo pode ser perfeito e, exatamente por isso, que foi algo especial. Aquela impressão de que as coisas passaram rapidamente se faz presente neste momento, enquanto ouço Letuce e vou escrevendo essas linhas. Um esboço de sorriso me ajuda nas lembranças que não caberiam aqui. Ou melhor, até caberiam, mas a preguiça e a pouca vontade de citá-las são mais forte.

Tenho muito a agradecer, até mesmo as decepções. Por você ter me traído e estraçalhado o meu sentimento e por o outro ter me conquistado e também ter me dilacerado. Não posso dizer que foi um ano bom para o amor, mas a quantia de força que conquistei com todo o sofrimento até que valeu a pena. Essas duas experiências fortaleceram a mente. É claro que também me enfraqueceu. A vida é assim mesma, repleta de dicotômias.

Apesar de tudo, valeu a pena. Aprendi que não posso nunca mais contar com vocês e ainda bem que vocês não farão parte de mim em 2012. O que compensou foi a mudança profissional, o ambiente familiar, os amigos que estavam comigo quando os períodos complicados quase me levaram para longe... Enfim, sigamos.


2012, estou louco por você!

sexta-feira, dezembro 16, 2011

retrospectos_2011_2

E então o amor se esfarelou ao sabor de um vento desgraçado, que quase arrancou a minha pele. Respirei fundo e encontrei novamente a fobia que somente os calmantes fizeram desaparecer. Você praticamente destroçou meu cerebelo, me confundiu, me enganou, me iludiu. Se tinha alguma causa, a única foi a maldade.

Tentei compreender a situação e acredito que até tenha conseguido. Naquele dia, ao te encontrar no bar, a sua ignorância arrogante me trouxe certezas que já antes concluídas deram mais vazão. Mesmo assim, desejo que seja feliz.

Passada a situação desagradável, explicações sofisticadas na sala da direção da faculdade e audições calmas das gravações da ouvidoria do seu namorado, refleti, me deram razão, e segui, como sempre.

Novamente, aquela fraqueza se fez presente e toda a carência leonardiana se transportou para os mesmos braços. Idiota eu fui em acreditar que figurinha repetida preencheria o meu álbum. Fiquei o ano todo acreditando que o Shelter do meu braço daria motivos e carinhos satisfatórios. E o que aconteceu? O bonzinho sempre se fode. Me ferrei. Vieram as lágrimas, o lado perdido da vida, aquela sensação sem chão e uma tremenda vontade de pôr fim naquilo que a minha mãe criou com muito amor. Tentei desapegar, não consegui. Fugi, você me procurou. Entreguei-me e fui ferido pelas mesmas mãos que só queriam tocar o meu sexo.

Houve uma época em que eu acreditava na minha força eterna de coração frio. Mas aí 2011 provou o contrário. Recapitulando: um término em plena véspera de viagem a uma ilha paradisíaca e depois um amor acidental com um adolescente confuso que encontrou a sua certeza, de certa forma, me usando. Mais cagado eu não podia estar.

O ano foi passando e certas coisas não quero relembrar. Mas, o ano que iniciou turbulento, após setembro, encontrou os eixos e agora, ao que tudo indica, terá um desfecho sorridente.


Deixamos para o próximo post.

quarta-feira, dezembro 07, 2011

retrospectos_2011_1

O momento de fraqueza daquele período que iniciou em maio e prosseguiu até agosto foi aproveitado ao máximo como aprendizado. Ligações eu recebi, ligações foram feitas na faculdade a qual eu trabalhava e muito desagrado aconteceu. Sem falar das ameaças. Percebi que não se pode confiar nas pessoas como outrora confiava. E, novamente, eu falhei.

Até então, eu tinha achado que o amor poderia novamente me salvar, me retirar daquela tortura que estava dilacerando a massa cinzenta, fazendo o consumo de tabaco ser frequente demais e retirando toda a concentração necessária que eu precisava no trabalho. Eu estava dando vazão ao Neruda. "Si nada nos salva de la muerte, al menos que el amor nos salve de la vida". E qual foi a conclusão?


Logo...

segunda-feira, dezembro 05, 2011

retrospecto_2011

Falhei. O início deste ano foi repleto de falhas e uma decepção que me cortou o cerne, jorrando aos prantos um sofrimento que eu achava ser interminável. O fruto da morte percorreu novamente as veias, mas pedi licença para ela, mandando-a embora. Mesmo assim segui viagem e quase surtei em um silêncio terrível que me maltratou as cordas vocais. Lembrei daquele período tristíssimo vivido pela Marina Lima e acabei me identificando ainda mais com o trabalho da cantora. Algumas de suas letras eram lembradas por mim como verdadeiros mantras de alcance para a paz.

Os quatro primeiros meses foram de uma infinidade idiota de melancolia que escorria aos litros pelos canais. A desidratação era plena. O corpo se esvaziou. E, novamente, passei a desconfiar de tudo e de todos. Acreditei que depois daquela decepção, eu nunca mais seria capaz de dividir algo, fosse uma simples conversa ou um abraço camarada.

A turbulência cerebral, controlada a base de muitos medicamentos, a cada hora se tornava pior. Nunca tinha sentido tanta dor desde o falecimento da minha avó. A superação foi surgindo em doses tímidas, graças a muitos conselhos do Google. As lamentações surgiam subjetivas através de textos obscuros e aos poucos fui deixando a casca se quebrar. Mas, mesmo assim, eu precisava tomar uma atitude maior: abandonar o que me mantinha ocupado para trabalhar melhor a mente. Dessa maneira, larguei a sala de aula e fui me tratar, pois um problema de saúde tinha retornado. Esse tempo era e se revelou, mais tarde, extremamente necessário.

Durante este período, alguém acabou se aproveitando da minha fraqueza e, novamente, eu falhei como um garoto que se dedicou nos estudos, porém, falhou no momento da prova por puro nervosismo. Entreguei-me, deixei-me levar por uma pessoa que dizia possuir determinados sentimentos que foram se revelando mentiras. Infelizmente, existia uma outra pessoa no caminho que, involuntariamente, acabei magoando profundamente. Tive uma grande parcela de culpa? Lógico, mas deixo claro que nunca persegui ninguém.


O resto? Fica para o próximo tópico...

segunda-feira, novembro 28, 2011

Procurou deitar para relaxar o corpo depois de um dia de labuta prazerosa. Arrumou o ninho solitário e se jogou na cama como se fosse um rei. Um som calmo, a companhia, e a janela entre-aberta para a brisa aconchegar. Mas o sono que deveria ser presente, foi embora, como um bêbado que procura a sua baia. Um sentimento confuso começou a se manifestar. Um misto de raiva e amor. Ele quer entender algumas coisas, porém, não quer puxar assunto. Na última conversa, ficou claro: não procure mais. E, desde então, não procurou.


Um dia, um adeus.


As horas vão passando e uma tosse incômoda agora surge. Investigações mentais alimentam ainda mais a insônia. O cansaço se dissipa. E coisas puxadas pela memória afastam o objetivo. O desapego, para ele, é a meta. Mas ele quer chamar a atenção de alguma forma. Não deve. Quando a emoção é mais forte, tudo fica complicado. Esqueça.


Ok.

You learn

Tenho alguns e-mails. São engraçadinhos. Dá uma vontade de publicá-los. Mas e a vida, como faz Ana Maria? Minha maldita ética é bem legal. Merda no ventilador já foi jogada. O pútrefo de 2011 já foi digerido. O calor da canção, acabou. Os conselhos seguiram o trajeto do bueiro. E o amor se mostrou falsário como sempre. O deleite são os outros sentimentos que surgem após.

A vida se mostra suportável e é doce. Aquele velho ditado ainda faz sentido. Nada que um bom antigripal não ajude depois da friaca. E o respeito, acima de tudo, que permaneça. Por vezes, com o amadurecer os hormônios, isso não acontece. Tudo bem. Sorte que as cabeças são diferentes e o entendimento aparece lúdico e presente, graças a um passado muito desastrado, que foi caminhado aos tropeços.


Tudo é aprendizado.

sexta-feira, novembro 25, 2011

Quebranto

Não lembro que verso eu tinha pensado, mas com certeza era para você. Ando uma perdição sentimental, aguentando os cutucares na ferida que aos poucos vai se fechando. Estou contente, apesar de tudo. Naquela tarde em que sai do seu apartamento, tive uma certeza: acabou. O rumo agora vou seguindo de uma forma imprecisa. É assim que as coisas funcionam. Chega de conflitos, cada qual que siga pela maneira exata.

Hoje, finalmente, tive uma conversa bacana com uma amiga. O conteúdo não lhe cabe significado. Apenas saiba: aos poucos vou esclarecendo. E vivendo. Vejo que ainda é cedo para fazer a retrospectiva de 2011. Mas, adianto: valeu a pena. Não sei como lidaremos com a situação. Conseguiremos.

Caminhos se abrem. Por isso, adianto. Estou indo. Um novo coração agora surge, portanto, não faça como da última vez, não haja como se importasse somente para mascarar o que eu já sei. Na realidade, você não liga, porém, precisa sair como vencedor. Não há nenhum nessa situação. Quebranto.

quarta-feira, novembro 23, 2011

Grande Chico

Perdi o sono. Ele estava comigo até agora pouco, mas fugiu de uma maneira que nem consegui acompanhá-lo. Aproveitei para fazer um dever de casa que estava atrasado há mais de um mês: ler a entrevista do Chico publicada na Rolling Stone.


Para acompanhar a leitura, tirei da poeira alguns discos desse grande mestre e pus na vitrolinha. Confesso que me atrapalho um pouco quando leio ouvindo música, pois fico prestando atenção na melodia, não necessariamente na letra, mas no jeito como ela é cantada. No momento em que o Chico estava falando de política, deixei a mente penetrar (ou seria o contrário) no cantar de "O Meu Amor", do disco "Chico Buarque", de 1978, interpretada por Marieta Severo e Elba Ramalho, originalmente feita para a peça "Ópera do Malandro". O diálogo entre as personagens Teresinha e Lúcia, sobre o mesmo homem, é engraçadíssimo. Ao menos interpreto dessa forma, apesar da traição não ser nada engraçada. Adoro a parte "O meu amor tem um jeito manso que é só seu, de me deixar maluca quando me roça a nuca e quase me machuca com a barba malfeita e de pousar as coxas entre as minhas coxas quando se deita". Pensei em várias coisas que aconteceram neste ano, mais precisamente, no início de 2011.


Mas o que me atrapalhou totalmente a leitura da entrevista foi no momento em que troquei de disco e mergulhei por inteiro em "Meus Caros Amigos", de 1976. Ali tem uma música chamada "Olhos nos Olhos" que me trouxe flashbacks tratorizantes. "Quando você me deixou, meu bem, me disse pra ser feliz e passar bem. Quis morrer de ciúme, quase enlouqueci, mas depois, como era de costume, obedeci. Quando você me quiser rever, já vai me encontrar refeita, pode crer. Olhos nos olhos, quero ver o que você faz, ao sentir que sem você eu passo bem demais. E que venho até remoçando, me pego cantando sem mais nem porquê. E tantas águas rolaram, quantos homens me amaram bem mais e melhor que você. Quando talvez precisar de mim, cê sabe que a casa é sempre sua, venha sim. Olhos nos olhos, quero ver o que você diz, quero ver como suporta me ver tão feliz". A letra manifestou outro significado para mim, muito estrondoso. Passado e futuro em eterna confusão, como é atualmente. Somente o Chico desperta isso.


Enfim, depois de apreciar todo o álbum, retomei a leitura e consegui terminar a dita entrevista, cuja chamada de capa dizia que era definitiva. Não me enganei. No entanto, ao final, não sei o porquê, lembrei que definitivo mesmo foi o que um ex-amigo me disse: orgulho mesmo seria saber que a minha esposa me traiu com o Chico Buarque!

sexta-feira, novembro 18, 2011

Às vezes me sinto tonto. Digo, eu fico tonto. Uma sensação de desmaio eminente. O problema é que não sei se isso acontece devido a Síndrome do Pânico, cigarros em demasia ou falta de vitaminas. Meu cérebro está tão derretido que nem ele sabe ao certo o que o organismo sente. Até que disfarço bem, mas dá um ruim no estômago.


2011 está sendo um ano bacana, porém, sinto que a minha saúde está bem debilitada. A partir de hoje, práticas necessárias serão tomadas e aplicadas, claro, afinal, serão práticas. A primeira, eu consegui, te esqueci de vez. Na verdade, isso é uma certa mentira. Esquecer a gente nunca esquece, foi só o sentimento que mudou. Se antes era forte, agora é controlável devido a baixa de miligramas. Não acordo mais pensando em ti, não sonho mais contigo e não me masturbo mais pensando em ti.


Agora, vamos para a segunda parte. Depois dos abusos artificiais para o esquecimento, agora obtido, na devida proporção, sigo para a fase adiante... Recuperar a saúde e a espiritualidade. Namastê.

terça-feira, novembro 15, 2011

Um pro Outro II

Terça-feira. 21h39. Meu radinho toca uma canção do Nick Drake, o que me faz pensar naquele amor que deixei no litoral, num dia cinza de setembro, todo molhado pela lágrima de um São Pedro traído. Os barcos voltavam sem peixes e os rostos dos pescadores eram de tamanho descontentamento que até Hitler ficaria com pena. Lembro de ter olhado no fundo de sua pupila e lido um sentimento de desespero, mas com um resquício de esperança adocicada pela bala que você mordia. O vento do mar levantava o seu cabelo castanho e você passava a língua nos lábios, como se estivesse sentindo o gosto do sal que era transportado pela brisa. Aos poucos os pescadores amarravam as suas embarcações. Assim que terminavam mais um dia, o sorriso ia retornando pelas faces, cada qual contente por ter a certeza de que uma morena estaria esperando na porta de casa, com o jantar pronto e todo o carinho possível para oferecer. Eu tinha comentado exatamente isso enquanto a nuvem mais pesada ia se diluindo no céu, dando lugar a primeira estrela a surgir. Aquela cena dos pescadores indo embora, não sei porque, chamou a sua atenção. Presenciei uma lágrima. Cheguei mais perto e te abracei com todo o calor que pude proporcionar. Você retribuiu.

O feriado estava acabando e o meu retorno era necessário. Lembro de ter te deixado naquela praia. Foi a última vez que te vi. No ano seguinte a maldita doença levou a sua presença e o que sobrou eu ouço todos os dias: essa canção do Nick Drake que não sai do meu radinho. Agora o pescador sou eu, retornando de um mar sem peixe e sem uma morena para dar o carinho necessário. Mas, no fim das contas, sabemos que é preciso fases de tristeza para termos períodos de felicidade. Um é complemento do outro. Um pro outro.

quinta-feira, outubro 27, 2011

Um pro outro

O desenho no rosto, culpa sua. Agora aguente. Eu sei o que pretende. Observo. Paixão já foi. E agora, amor? Os dois? Quem disse que seria assim? Mais perguntas? Não entendi.


O clima lá fora, ardendo de fato. O quarto repleto e as madrugadas aguçadas. O vinho na taça, a taça na mão. O pó no vidro, o nariz em branco. A fumaça na cara, o cigarro na mão. E o desenho no rosto, ainda é o sorriso feliz do encontro, da consumação, do afeto.


A música no ouvido, os olhos em si. UM PRO OUTRO. O corpo em febre, o quente em caos. Satisfação de tocar os lábios. A boca na boca, o fruto na cama e o vento de alívio. Amortecimento profundo. Agora aguente.


Despertou, paciência. E eu sei... Finalmente, encontros.

segunda-feira, outubro 24, 2011

Como amar esse homem?

Como amar esse homem? Ele me deixa louca quando tenho que cantar em seu ouvido. Eu me esforço, mas estou cansada das mesmas poesias, de deslizar os meus dedos sob seu peito somente para que ele se sinta vivo. Não estou contente de estar nessa cama, deitada ao lado dele, respirando calmo para fingir a paz. Não quero que ele saiba de cor as minhas sarnas do rosto, não quero mais esse travesseiro e meu café sempre vem sem açúcar suficiente.
Não quero mais o mundo. Odeio Paris, Egito, Japão e Noruega. Eu sinto que não lhe faço o bem, não o torno mais humano e só proporciono dissabores. Ele sabe que eu encaixo bem, sei os seus pontos fracos, mas... Sei sempre quando ele está triste e meu fruto-do-mar é uma enganação. Tantas vezes ele já passou mal.
Não me sinto mais a vontade sentindo a sua transpiração fedida. Ele se excita rapidamente e... Pois é. Não entendo quando ele retorce os lábios. Acho o seu ouvido muito torto. Tento excitá-lo novamente rebolando por seu corpo, como se fosse a dançarina do É o Tchan! É um gosto duvidoso. Mas pior que ele me aprova!
Como amar esse homem? Eu uso creme todo o dia para me raspar toda em uma pele áspera que parece ralador. Tenho charme morto no olhar quando, novamente, tenho que recitar uma poesia e os meus dedos já estão tão cansados de me satisfazer...

Não quero mais. Meu suspiro é arrepio.

Como não amar essa mulher?

Como não amar essa mulher? Ela canta e encanta o meu ouvido. Recita as melhores poesias, desliza seus dedos pelo meu peito e me faz sentir vivo. Fico feliz ao vê-la aqui, deitada ao meu lado, respirando calmamente um sono de paz. Eu sei de côr todas as suas pintinhas do rosto, sei o jeito exato que gosta de posicionar o travesseiro e sei quantas colheres de açúcar ela gosta em seu café.

Ela me faz querer dominar o mundo somente para presenteá-la com Paris, Egito, Japão e Noruega. Ela me faz tão bem, me torna mais humano, me encanta até os dissabores. Ela sabe o jeito exato do encaixe, sabe o fraco que sou, me tornando forte quando necessário. Sabe quando estou triste com os olhos vendados. Sabe fazer o melhor fruto-do-mar de Atlantis. Sabe o que me faz bem quando mal estou.

A gente se conhece pela transpiração. Alcança o clímax antes mesmo do toque. Ela entende o que eu quero somente pelo retorcer dos lábios. Acaricia meu ouvido como ninguém. Percorre meu corpo como uma deusa. Sabe do meu gosto antes mesmo de dizer. Ela me aprova como ninguém.

Como não amar essa mulher? Sua pele macia descansando em meu corpo, seu olhar repousando o meu encanto, a sua voz massageando o meu gosto e seus dedos decorando os meus lábios.


Quero sempre, até o último suspiro de arrepio.

sábado, outubro 15, 2011

Inexplicável

Existem coisas que não são explicáveis e, mesmo assim, são aplicáveis. A dicotomia do inexplicável pode ser relativa, mas a obtenção da solução é loucamente procurada. Alguns não dormem, outros levam a situação com tamanho desapego que a interferência não causa sequer cócegas. De toda a maneira, os mistérios da carne podem ser belamente consumados quando aquele sentimento forte é a verdade. Eis a tal resposta, mesmo que efêmera em determinadas circunstâncias. O que vale, portanto, é o aproveitamento do momento, enquanto dure, perdure, perfure, ature e dilui.


Incrível como certos não evaporam. E deve ser isso que chamam amor.


Qual é mesma aquela frase do Wilde? Aquela citada no início de um clipe do Smashing Pumpkins? "O mistério do amor é maior que o mistério da morte"? Cabe aqui, contudo, outra do autor: "viver é a coisa mais rara do mundo. A maioria das pessoas apenas existe". Quando a gente se encaixa nesse gênero, surge aquilo que denominam tristeza. Ou não? Não sei.


A gente vai, admirando covardes, perdendo ligações, não dizendo sentimentos e perdendo argumentos. A gente vai, com vontade de chamar e não chamando, esperando iniciativas e não agindo, aguardando sinais e ignorando outros. E a gente vai, com dias e adeus.




sexta-feira, outubro 14, 2011

Moto-contínuo

_Nada demais em pensamentos outrora. A viagem acabou, o dinheiro também, e o sexo não foi bom. O pessoal se mandou. A sala está bagunçada, o disco está riscado. A faixa que pula é aquela que você não gosta. O disco? Aquele que você detesta.




O sol está surgindo. As preces, continuam. O embargo da voz engole a derrota, o choro, o fracasso. Mas o dia vem e apesar do tsunami nessa casa, a esperança enche novamente esse copo de vodca. Nada melhor do que a coragem líquida para embalar a situação.




_Um cigarro está aceso, alguém saiu de fino. O fino eu acendo. A viagem retorna, o dinheiro transborda e o sexo volta a ser bom. O pessoal retorna. A sala está cheia, o disco toca normalmente. A faixa é aquela que você gosta. O disco? Aquele do Traveling Wilburys.


O sol se despede. As preces, esquecidas. A voz vira grito e a derrota é bebida, o choro, vomitado, e o fracasso, foda-se. O tsunami abençoa os seus quadris, a esperança fica linda nesse copo de vodca. Nada melhor do que prosseguir com a coragem líquida para enaltecer a situação.


sexta-feira, outubro 07, 2011

Você fechou a porta na minha cara. Cabisbaixo, resguardei, transpirei, joguei os e-mails fora e encerrei a cena. Guardei um pouco, pois ódio não sinto. Nem há. Os momentos juntos foram devidamente registrados. Curti o sabor, gostei dos enroscos, experimentei a sua orelha e amei de verdade. Fico contente que tenha se reencontrado e extremamente feliz que esteja feliz, assim mesmo, duplamente. Eu não vou mais insistir. Só quero deixar claro, novamente: ligação alguma eu fiz.

Quero que não fique perdido. E sei que o seu complemento agora se faz, de fato. Torço por vocês e acredito veemente que almas gêmeas vocês são.


Fique bem e definitivamente, adeus.

quarta-feira, outubro 05, 2011

É uma cansei que me embaça. Os olhos já não acompanham mais os movimentos dóceis da sensbilidade visual. Os carros viram flashes. As luzes, pontos míopes. As pessoas nem existem. O descanso vem à cabeça em uma imediata delícia de sono que não se faz presente. O caos cerebral distorce a realidade dos pensamentos simples que acabam se tornando difíceis equações aritméticas. A angústia procura um canto para um cochilo, mas falta colchão de gratidão. O momento é inoportuno.

A areia surge na visão. Novamente a insônia é presença garantida nessa tarde azeda que infla pelo término. É uma grande merda a sobrevivência sem razão. Os perdedores dariam vazão se não estivessem mortos. A solução em forma de bala na cabeça está longe de ocorrer. A opção mais aceitável é o sono perdido em um sonho acordado.

A vontade é de mandar um sonoro e bem pronunciado "tome no olho do seu cu". Lindo verso de descarga de banheiro público. Como é bom extravasar pela boca com a ajuda da língua e de uma voz crescente.

Falta talento em algumas horas. Nas outras, há o excesso. O equilíbrio, no caso, não fica presente. Infelizmente, a ausência não pode ser considerada uma qualidade. Em certos políticos até funciona.

Desatino

Desenho a mão-livre
O seu coração
Na palma
Da minha mão.

Olho o dia todo
Passar em desatino
Enquanto ouço
A canção que nos fez
Um pouco mais felizes.

Já te espero sempre
E rabisco com caneta
A presença do seu ventre
Na superfície lisa
Dessa prancheta quente.

Desenho os seus pés
A mão-livre
Na minha alma
De pouca fé.

LS Handa

segunda-feira, setembro 26, 2011

Não estava a fim de retratar novamente o sentimental, mas somos feito disso. Queria ter rabiscado um poema ou musicado algo que valha. Não obtendo sucesso, retrocesso o processo presente. Mas acabo ficando contente, pois houve um rompimento antes do estrago total. Reconheço a derrota de cabeça semi-forte, ainda o período é tufão. Vejo, novamente, como aprendizado. Curti os planos e percebo que para algo eu servi: o fortalecimento de algo que nunca deveria ter sido discutido. Agora peço a gentiliza de me retirar de algo retirado e desejo a felicidade mútua a ambos. O amor prevaleceu.

terça-feira, setembro 20, 2011

Atmosférico

Atmosférico. Viagem sinistra pelo pensamento audacioso. Remorso inconstante em ação. O teto gira como catavento, mas nada pega, nem relento. Os olhos vidrados trincam no claro. Truques do destino, faro-fino do saber. Entendimento nulo, obtuso retrato de deglutir. Exercício de saber, sem contas a fazer. Poesia riscada, letra quebrada, canção dilacerada. Frase rabiscada da cintura para cima. Frescura de sentir, dor de agoniar. Amor em vão, alegria em grão. Tropeço do acaso, caso do sossego. Leituras apagadas, sentimentos invertebrados. Páginas estupradas, canetas abertas. Vaginas lagrimosas, pênis com rinite. Atmosférico. Hiberbólico sonido de substância lícita, na leitosa vulva que oferece carinho. Pus de felicidade brotando dos lábios, que doloridos sorriem torto. Mas morto um desejo FRANCO, mesmo não conhecendo o significar. Do contrário, honraria o batizado. Atmosférico. Periférica entrada conhecida. Fálico gostar de satisfação. Faça-se honesto, pelo menos no agora. Embora outrora a aurora, flora de sangrar lá fora. Atmosférico. Fake de Coca-Cola com sabor de Pepsi, colorido artificialmente com Suvinil. Falsificação de M.Officer em boutique luxuosa nos Jardins. Atmosférico. Fere até viver.

quarta-feira, setembro 14, 2011

Síndrome de Pânico

É um desafio, às vezes. Outrora, sou vencido, mas consigo contornar com fuga. Mas, digo, trabalhar com crise de pânico e ansiedade é dilacerante. Sinto como se o meu cérebro fritasse. A confusão não permite concentração, algo que, durante uma entrevista, preciso para realizar o bom ofício. Hoje, por exemplo, estava tudo normal. Tinha anotada todas as perguntas necessárias, eu tinha uma clareza da complexidade das pautas e já tinha traçado o andamento das questões. Como sempre acontece, repentinamente, um leve desespero inicia. A única coisa que passa pela cabeça é a palavra: fodeu. Tento controlar a respiração, que entra em parafuso e sinto como se um macaco estivesse aprontando as melhores besteiras em meu peito. Eu sinto uma dormência, às vezes. Não sei se é princípio de infarto, afinal, fumante eu sou. O certo é a vontade de sair voando do local, qualquer que seja. Fico me imaginando tendo essas crises em um avião. Como seria meu comportamento? Enfim, no caso de hoje, o auto-controle foi preciso e meu esforço valeu a pena, pois curti me sentir capaz de não precisar inventar uma desculpa para vazar como água parada em pote rachada de planta.




Neste momento, estou lendo coisas a respeito dessa síndrome. Eu a trato com doses de fluoxetina. Não me sinto um completo viciado, mas tenho a necessidade dela para certos casos que eu sinto que sentirei a sensação. Tento me precaver, afinal, sou jornalista, estou sempre em contato com pessoas e necessito de um controle. Mas já tive crises em entrevistas e ressalto: é muito desagradável ter a impressão que perderei o sentido a qualquer momento, como se fosse desmaiar na frente da pessoa. Entre os sintomas, que acabo de encontrar, listo:

1- Aceleração da frequência cardíaca ou sensação de batimento desconfortável. (Sinto frequentemente).
2- Sudorese difusa ou localizada (mãos ou pés). (Isso não sinto. Terrível para quem sente).
3- Tremores finos nas mãos ou extremidades ou difusos em todo o corpo. (Isso é horrível. Sinto, infelizmente)
4- Sensação de sufocação ou dificuldade de respirar. (Essa é a pior de todas. Parece que você morrerá afogado pelo próprio ar que respira).
5- Sensação de desmaio iminente. (Igualmente terrível. Parece que naquele instante você vai encontrar o chão. Não é nada bom. Imagine você sentir isso durante uma entrevista. Eu sinto).
6- Dor ou desconforto no peito (o que leva muitas pessoas a acharem que estão tendo um ataque cardíaco). (Muitas vezes pensei que estava morrendo do coração).
7- Náusea ou desconforto abdominal. (Opa, isso não sinto. Seria um bom sinal?).
8- Tonteiras, instabilidade sensação de estar com a cabeça leve, ou vazia. (Nem preciso comentar. Horrível. Ops, comentei).
9- Despersonalização* ou desrezalização**. (É como se eu não fosse eu).
10- Medo de enlouquecer ou de perder o controle de si mesmo. (Às vezes acho que perdi a sanidade).
11- Medo de morrer. (Sempre).
12- Alterações das sensações táteis como sensação de dormências ou formigamento pelo corpo. (Uma grande bosta).
13- Enrubescimento ou ondas de calor, calafrios pelo corpo. (Ufa, isso não sinto).


Caso você tenha esses sintomas frequentemente, leia esse site (http://www.psicosite.com.br/tra/ans/panico.htm). É muito esclarecedor. Vale a pena.


Enquanto isso, vamos sentindo. E trabalhando.






terça-feira, setembro 13, 2011

A sua parte hoje sou eu

A melancolia absorve essa cerne que necessita de descanso. Os olhos fundos desejam raiva, mas é de amor que o corpo se nutre. De tanto querer, te perdi em definitivo, sem razões explícitas. Minha imaginação permite as interpretações. E tenho a certeza: fim.


Ontem percebi que é necessário um pouco de humor para o enfrentar das mazelas. Mesmo com a conclusão, deixo a tristeza inundar graças aos versos que analiso como se fossem para mim, daquela banda que você também curtia. "Nessa cidade tem uma rua que eu não ouso mais passar". Nem preciso falar qual. "Nessa cidade tem uma rosa, de pálida agonia a me esperar". Se espera, tomara que alcance. "Nessa cidade tem uma casa, que eu não posso mais entrar". Nem nunca entrei. "Nessa cidade tem outra casa, cheia de flores pra você". Apesar de, na verdade, tratar de morte, eu penso em outra coisa. "Eu não vou mais estar do teu lado. Mesmo assim, sempre vou te amar". Talvez, a única certeza que permeia meus poros. "E essas coisas do teu namorado, em silêncio eu vou falar. É uma necessidade". Por isso continuo a triturar as angustias em algum espaço, já que agora muitos sabem. Não vou mais esconder. "E não vem dizer que é errado, você sabe o que aconteceu". Pelo menos você sabe, pois eu continuo apenas a mentalizar, criando aquela aflição que nunca desejaria. Sim, estou sendo Franco. "Boa parte de mim vai embora, a sua parte hoje sou eu". Nem preciso explicitar.

segunda-feira, setembro 12, 2011

Fuga

Estamos cá, acalmando o coração. A tolice de descontrole mental permeia o fluxo repentinamente. A gente tenta e aos poucos, conforme os minutos passam, a tranquila sugere alguns instantes de paz. O amor ainda é a razão, mas enquanto não vem, a situação ideal é o sono, a fuga da vivência.

sábado, setembro 10, 2011

Eu não sei quais foram as mentiras. Acredito que será melhor nem sabê-las. Não quero mais ficar recebendo ameaças, desaforos e impropérios. Apesar de me sentir sincero, fica um resquício de um sentimento errado. Talvez o meu erro tenha sido confiar demais. De toda a maneira, não pretendo vingança, não pretendo mais abrigo, não pretendo mais procura. E, apesar de tudo, da mais profunda verdade, desejo que agora você tenha felicidade ao lado de quem realmente ama. Só não quero que me acuse de ligações. Elas não foram feitas. Caso esse detalhe continue a ser explorado, um meio arquitetado pode ser posto em prática. Infelizmente, será prejudicial. Mas eu vejo que agora a poeira acentou e o seu deslumbre é outro. Acredito que não terei que não precisarei mover uma ação para isso. Eu só queria um mínimo de respeito pela brincadeira, algo que eu vejo que foi da sua parte. Mas, seja feliz. No fim das contas, guri, deu tudo certo. Para você, pelo menos.

terça-feira, setembro 06, 2011

Não estou entendendo. Primeiro, vem um e-mail, pede que eu te esqueça. É claro que não conseguir fazer isso, mas estou respeitando e não entrei mais em contato. Agora me manda outra mensagem dizendo para que parar de ligar para o seu namorado? Como assim? Nada fiz!

sábado, setembro 03, 2011

Com mais de 30

Fato da semana: completei 30 anos. Bem sobrevividos, diga-se de passagem. E nesta hora, o que me vem à cabeça é aquela música do Marcos Valle, que diz assim:

Não confie em ninguém com mais de trinta anos

Não confie em ninguém com mais de trinta cruzeiros

O professor tem mais de trinta conselhos

Mas ele tem mais de trinta, oh mais de trinta

Oh mais de trinta

Não confie em ninguém com mais de trinta ternos

Não acredite em ninguém com mais de trinta vestidos

O diretor quer mais de trinta minutos

Pra dirigir sua vida, a sua vida

A sua vida

Eu meço a vida nas coisas que eu faço

E nas coisas que eu sonho e não faço

Eu me desloco no tempo e no espaço

Passo a passo, faço mais um traço Faço mais um passo, traço a traço

Sou prisioneiro do ar poluído

O artigo trinta eu conheço de ouvido

Eu me desloco no tempo e no espaço

Na fumaça um mundo novo faço Faço um novo mundo na fumaça

Não confie em ninguém...

Eu fui professor, acho que já tive mais de 30 cruzeiros, não lembro, nunca tive mais do que 30 vestidos, muito menos ternos. Mas já tive um diretor que quis mais de 30 minutos para dirigir a minha vida. E eu neguei.

sexta-feira, setembro 02, 2011

E continua a doer.
Mas tenho que aceitar.
Não posso me culpar,
Mesmo me fazendo.
Lógico que te queria.
Perdi sem razão.
Até existe.
Não sei o fato.

Espero que seja feliz. Muito.


quinta-feira, setembro 01, 2011

Reinventar

Eu vejo que estou recomeçando ou procurando motivos para isso. Vou aproveitar a nova idade para me reencontrar, não ser tão tolo naquele processo sentimental que chamamos de amor.

Teve a turbulência de uma traição, a falta de carinho, o aproveitamento da fraqueza e a exploração da amizade, como se fosse uma forma de castigo por um passado totalmente errado. Tudo isso ocasionou a fritura do meu cérebro, o aumento de uma doença e uma ferida enorme no peito cuja cicatrização não ocorre. Sofri com tamanha dor cada segundo que eu via o relógio consumir. Passei um tempo sem contato, tentando o esquecimento a todo custo. Falhei.

Por um deslize do meu coração, voltei a conversar contigo. Você veio com palavras frágeis, dizendo que sofria saudades, que gostaria de uma reaproximação. O idiota do outro lado, no caso, eu, aceitou. E, novamente, sentiu os calcanhares se quebrarem. Tentei ser próximo, mas o sentimento me machucava.

Depois de uns meses, com as chagas ainda escorrendo, eis que um outro alguém surge na vivência, repleto de dizeres carinhosos, gostos próprios, tranquilidade e safadeza, tudo ao mesmo tempo. Paixonite, no início, eu pensava. Mas o gostar foi amadurecendo de um dia para outro, como se fosse uma explosão sônica. Houve o sexo e a certeza: uau.

Lógico que a perfeição não se faria presente, afinal, estamos falando da minha pessoa, um azarado quanto ao amor. Existia uma terceira pessoa e eu sabia. Não devia ter começado nada antes de um rompimento. Nunca quis ferir ninguém, avacalhar com o sentir, ser estorvo do outrora ou culpado do fim. No entanto, eu fiz, tirando o último item. O detalhe que a parte que lhe cabia não foi cumprida e senti um desrespeito para com os meus sentimentos. Coisas assim, nem animais. Eu continuo a respeitar e a te amar, mas tenho uma tremenda confusão em meu córtex que preciso romper e reiniciá-lo. Seria perfeito contigo. Não posso, infelizmente.

Agora, depois de dois amores estraçalhados, eis que vem o período mais difícil, eu sinto. Vou seguindo um passo por vez e procurando o eu que perdi. Vai ser complicado... Está no momento de se reinventar.

quarta-feira, agosto 31, 2011

31 de agosto

Hoje estou completando 30 anos. Não sei ainda os 30 motivos de felicidade, mas sei contar os de tristeza. O integrar da vida é isso: a felicidade e a tristeza. Recentemente me envolvi em uma trip de sentimentos que eu julgava verdadeiro. Do alto da minha clareza, não confuda isso com experiência, da minha parte a verdade transbordava. E ainda transborda. Mesmo sem saber o motivo do afastamento, meu respeitar permanece intacto. Afinal, de certa maneira, eu errei ao permitir a sua presença em minha vida apesar do envolvimento de um terceiro. Esse breve resumo, na realidade, nada explica, mas escrevi um conto interessante a respeito, com nome aos bois.

Quem saiba um dia ainda você seja meu abrigo, apesar de hoje ele estar desmoronando. O único detalhe é não conseguir entender. O que será que te ameaçou?


* * *


Mas hoje, ao completar 30 anos, uma linda felicidade invadiu o corpo, esclareceu as nuvens brancas e deixaram o céu com sentido novamente. O nascimento tende a rasgar o sorriso. E por esse motivo, agradeça, vou começar a esboçar os 30 motivos para a felicidade.

Muito (pouco)

Uma falta de razão eu ter acreditado em suas mentiras. Ter creditado seu sorriso torto, suas belas palavras, sua confusão. Infelicidade a minha ter confundido aquilo com amor. Da minha parte, sempre foi e ainda será, mas percebo que da sua a falsidade insana prevalecia. Não tenho pena, tenho angústia. E para essas coisas, é tão difícil deletar. Muito.

terça-feira, agosto 30, 2011

Últimos momentos... Instantes... Fim.

segunda-feira, agosto 29, 2011

Derrota do Sentir

Porra, tinha que ser do mesmo signo? Eu estou prestes a recusar a minha prevalência virginiana depois de tanta decepção. É claro que pelas investigações eu sabia dessa informação, mas, prestes a completar 30 anos, uma pequena sinfonia de revolta abisma o meu cerebelo. Ouço algo relaxante para perceber uma calma, porém, estou com uma vontade abrupta de cuspir um punk. Pena que não tenho talento suficiente a fim de exclamar improprérios, ou seja, foda-se!

A delicadeza da canção do momento não correspondendo com esse sentimento, afinal, conforme diz, "triste é viver só de solidão". Corretíssimo, eu diria. No entanto, a depressão não é equivalente a deixar minha casa pior, como se eu quisesse fazer as mulheres de Grey Garden passar vergonha. Não desejo uma entrega desse tamanho, mesmo querendo uma ajuda, uma contribuição ou dizeres que me tirem desse buraco que aos poucos você me enterra. De todas as mazelas, essa foi a eterna, aquela que esquecer não será possível nem com Alzheimer. Não se sinta culpado, não sou digno de estragar as suas melhores fotos, como aquelas que visualizei em uma rede social e deixou o meu coração amolecido. Quem sou eu para estragar algo cicatrizado em uma tatuagem?

22h35. O pensamento bate um desespero, mas espero que seja passageiro. O problema foram os segredos divididos que, com certeza, agora é piada adocicada no lábio de outro. Como é triste não confiar. Mais ainda é se entregar e se ver esfarelar nessa derrota do sentir.
Definitivamente, mais um caso para entrar na experiência: não confie nas pessoas que você diz "eu te amo". A razão agora chega em fase concreta, comemorada dolorosamente, e o cantar "pega a solidão e dança" enobrece o vagabundo coração, novamente estraçalhado por um alguém que fez promessas e cumpriu mentiras.

quinta-feira, agosto 25, 2011

Blue Lights no fone. O coração viaja longe. Nem tão longe, para ser sincero. Mas a saudade é aflita. Portanto, reflita. Eu queria ter o controle das coisas, controle de um rapto. Será que tudo não passou de uma mentira? Procuro não acreditar.

Às vezes fico a me perguntar, segurando minha caneca de café, na varanda, acompanhado de vários cigarros: - O que teria acontecido? Se eu perguntei: - Desisto. E ele responde: - Desiste! Um erro de programação? O quê? Agora vou aproveitar e fumar todos os cigarros possíveis. Ao menos vou morrendo com prazer.

terça-feira, agosto 23, 2011

Uma coisa te digo, não quero ficar sozinho.

Lembra?

Tempo ao tempo

Eu vejo que agora o sentido é ficar em stand-by. Não sei se farei isso para esperar o momento certo ou simplesmente para esquecer algo que poderia se tornar problemático. O fato é que temos medo do futuro. O período é difícil, repleto de dúvidas e sem ações traçadas com a inteligência que o meu signo me coube. Tenho medo, confesso.

Os fatos negativos aconteceram ao mesmo e se algumas providências não forem tomadas, sinto que um moto-contínuo será inevitável, algo que trará muita dor espiritual e sentimental, mesmo esses dois quêsitos serem únicos, se é que me entende.


Vamos respirando, calmamente. Tempo ao tempo.

quinta-feira, agosto 18, 2011

Ok

Não nasci para entender certas coisas. Uma delas é aquilo que chamam amor. Essa coisa confusa deixa o nosso cérebro virado em um patê. Vamos citar exemplos. A pessoa some da sua vida por algumas semanas, você sofre toda a desilusão, sangra, reclama devido as circunstâncias e só. Todo o sofrimento latente percorre pelo corpo trazendo aquela dor angustiante que parece um gosto de morte mental. Mesmo assim, você no alto da carência resolve mandar um presente por uma amiga em comum. O agradecimento vem em forma de afeto em palavras on-line, mesmo que escondidas, afinal, existe um outro alguém que interferiu a primeira vez.

As conversas fluem novamente, o encontro reestabelece um futuro promissor, sem danos às consequências malévolas previstas, sejam através de telefonemas de assassinatos, telefonemas às instituições, conversas familiares radicais, o escambau! As trocas sentimentais continuam, você promete horrores e recebe acenos positivos, mas, mesmo assim, desconfia de algo, um detalhe escondido que, talvez por medo, não tenha sido relevado.

De um momento para outro, sem vazão para interpretações ou achados, essa mesma pessoa que lhe prometia beijos ardentes, simplesmente pede a sua desistência, que não a procure mais. E você, o mais idiota, panaca e tongo responde: ok.

terça-feira, agosto 09, 2011

Tchau shelter

Relaxa meu bem, a vida não pode ser levada tão a sério, afinal, nem vivo você sai dela. Mas dizer isso para um psicótico não é alívio imediato. O negócio é levar medicação na veia, invertando as tripas e tentando um calmante nissin miojo. No entanto, relaxe meu bem, pois o meu mal é outro além daquela cerca que foi pulada. Tentei organizar o mecanismo da vida, mas você nem me deu valor. Vou fazer o quê? Ouvir Léo Cavalcanti e chorar? Não quero. Vou aproveitar meu conselho e relaxar. Vou me tornar autossustentável.


Tchau shelter!

sexta-feira, agosto 05, 2011



Estava eu, contente, ouvindo Roberta Campos no iPod. Estava eu, distraído, passeando pelo calçadão de Pato Branco, pensando nos versos. Estava eu, sorrindo sozinho, imaginando a letra cantada por você junto ao meu ouvido. Estava eu, olhando a Igreja Matriz e vendo a estátua de São Pedro rindo para mim. Estava eu, olhando o céu e cansado de usar esses gerúndios fajutos. Estava eu, totalmente perdido, pedindo por um abrigo. Estava eu, em mente, solicitando um abraço seu. A chuva começou naquele momento, como se estivesse lavando a minha dor por amar demais. A minha dor por ser mártir demais. A minha dor por acreditar demais. A minha dor por te querer demais.



Estava eu, caminhando, dando razão à Roberta Campos. A música acabou e meu pensamento voou.

domingo, julho 31, 2011

E num e-mail você me disse: um dia todo esse sofrimento vai acabar.
E eu digo: já acabou.

sexta-feira, julho 29, 2011

A garoa fina dá o tempero. Na sala, em um velho aparelho de som, uma linda canção embala o ninar das horas. Os olhos se fecham e ele pensa naquela situação que chamam de amor. Sua cabeça ainda arde memórias frias, mas a música ajuda como se fosse nicotina para um fumante.

O coração lembrou traições e pulso um gole de sangue mais intenso pelo corpo. A dissonante adentrou o tímpano e conquistou alívio. Ele queria tudo de novo, no entanto, sem a dose do sofrer. Hoje se encontra em outro plano e quer viver mais emoções ao lado de um fruto doce, que veio como salvação. No entanto, a perfeição ainda não pode se realizar, pois não pode tê-la completa.

Ele continua pensativo, confortavelmente abraçado pelo edredon, seu companheiro mais fiel. E a canção continua a acalmar sua ansiedade de pegar o telefone e realizar uma cagada. Mas a mente funciona mais do que a emoção.

segunda-feira, julho 25, 2011

Entre nós dois


Reacredito naquilo que chamam amor. Mergulho no bom sentir das trocas de palavras que para mim são carícias de alívio. Se não conto com o contato, aproveito a falta de tato no aguçar da imaginação. Um dia presente eu encontro, aí sim meu gozo completo será transporte de felicidade. Minha alegria será a sua. Meu sentimento será mais puro. Minha dose será a sua saliva. Meu açoite será o seu verso colado ao meu tímpano. Meu ápice será seu gemido. Meu caos será completo.

O deslizar pelo seu lábio será complemento da minha dormência reprimida, que quero um despertar com o toque da sua mão. Quero me perder em dizeres praticáveis. Vivenciar aquilo que chamam fruto, levantar a sua estima a favor da minha. Quero dois para únicos ficarmos. Quero dois para únicos conseguirmos. Quero dois para seremos cada qual, na personalidade da divisão, juntarmos os corpos no mesmo espaço, dividirmos as mazelas, as horas, as idiossincrasias e os lábios em dois. Dividirmos a cama. Dividirmos a janta, o café e a panqueca. Dividirmos somente entre nós dois. Solamente.

terça-feira, julho 12, 2011

17h35 - Phoenix. Pensando poeiras entre versos idiotas. Para, analisa, reflite. Olha para o teto branco de um cinza assim. Imaginado. Firulas adjacentes cospem memórias mal resolvidas de um passado ainda tragado de embargo. Viaja. Extrapola. Frita o único cérebro que lhe deram. Não há como devolver o estrago. 17h37 - Introdução. Guitarra alegre ao lado do coração. O sentimento voa, o beijo plana, mas nada acontece. Troca de vida. Troca de ideia. Troca sem troca. Apenas continua, continua e continua...

segunda-feira, julho 11, 2011

Queria

Não tenho uma vontade neste momento. Ando meio baixo, ando meio sono, ando meio fim. Neste segundo, não sei o que convenço. Tentei uma distração, mas escolhi errado. Optei pela ausência e acredito que ganhei alguns minutos. Podia ter sido diferente, ter dado alguma risada. Seria falso. Eu entendo que são períodos, amanhã posso acordar melhor, ou pior será acordar. Depende do espírito, depende da vontade, mesmo neste momento eu não sabendo qual é. Eu queria sim o seu abraço, um cheiro no pescoço, uma fala mansa sobre a vida e um desejo bem sincero. Eu queria ir para Marte, não queria mais a morte, nem veria mais o escuro. Eu queria só um pouco da sua presença, não da sua ignorância que você acredita ser charme. Só queria me sentir amado. Queria você ousado, não te queria ultrapassado. Não quero mais as suas manias, nem o seu passado. Queria algo novo, meio descolado. Queria completo. Apenas queria.

quarta-feira, julho 06, 2011

Eu fico ali pensando no enrosco, ouvindo aquela canção que faz meus olhos revirarem. Penso em outra época, em outra situação, em possibilidades. E aí, vou esperar? Continuo, lógico.

quinta-feira, junho 30, 2011

Dilacerante concerto que vai causando lamúrias em meu tímpano, enquanto mais uma imagem da sua boca povoa sem perdão a gelatina cerebral da minha cabeça. O enlouquecimento em banho-maria não seria aprovado nem pelo mais malvado ditador, mas se você acha que aos poucos vou esquecer, tenha a certeza de que isso não ocorrerá.

O profundo já foi marcado e vou aguardar a promessa de ser abrigo ou abrigado. Tenho a noção do fator tempo que, de repente, nem eu tenha a meu dispor, afinal o ponteiro maior vai consumindo minha vida. Espero que não se arrependa depois, pois quando acontecer a vestimenta, não quero lágrimas sob o vidro.

Todo o meu respeito está explícito, mesmo nessa loucura do aguardo. Às vezes tenho a doce vontade de arrancar meu coração pela boca e levá-lo flamejante até a sua casa. Em outros momentos, tenho vontade de arrancar os olhos do terceiro que, com palavras audaciosas, acabou quebrando um rito de passagem. E eu espero.

quarta-feira, junho 22, 2011

Morte |Lenta|

Dói sempre quando insisto em seguir os seus caminhos digitais. É praticamente meu auto-flagelo. Não sei o por que disso. Dói ainda mais quando leio suas palavras dizendo que o ama. Meu coração bate mais forte, sinto que terei um AVC, que meu cérebro vai parar, que meu mundo vai morrer. Fica a percepção de que tudo o que foi dito era mentira, que servi de fantoche para algo que nem sei. Parece que as coisas, para ti, foram uma farsa, uma brincadeira de adolescente conquistando-me como se eu fosse um mero prêmio, um mero desafio de verdade ou consequência. Senti-me ultrapassado por seu suposto explorar.

O último escrito dizia que você correria atrás, mas começo a duvidar, tamanha declarações amorosas que eu vejo serem dedicadas ao outro. Então é isso? Como vou pensar o contrário se até semana passada estava tudo ruim e agora até a saudade dos beijos dele você sente? A tristeza escorre delicadamente pelo meu rosto.

Minha alma já cansada agora pede para parar. Foram tantos desencontros informacionais de tramóias que quase derreteram o meu cérebro. Eu estou sofrendo, como estou. E não tenho ideia alguma de como você está procedendo a história junto aos outros. Machuca. Cutuca. Esfola. Sangra. Dilacera. Provoca.

Agora fico a duvidar de tudo. Não consigo acreditar quando disse que iria terminar. Eu me cortaria para continuar, eu levaria uma bala se fosse preciso. Eu arriscaria a última saúde que a minha cabeça ainda permite. Mas, pelo jeito, tenho que me contentar com a morte lenta.

quarta-feira, junho 08, 2011

Sorriso Torto

Eu tenho um sorriso torto escondido na memória, que sempre revejo quando nos sonhos eu encontro. Enquanto os dias passam e vou perdendo os seus beijos, me transporto na lembrança para tranquilizar o sentimento.
Não tenho certeza das coisas. Posso estar corrompendo algo belo e me sinto um intruso. Vale o risco? Eu risco o lógico para reverter em analógico a vontade real que preciso do calor, do abraço e do sentir da sua orelha enroscando em minha barba.
Não sei o procedimento, apenas invejo o quem que sente de fato a sua pele. E eu tenho medo de não corresponder. Meu fruto continua proibido, muito pior do que a maça que aquela disse ter devorado. Seria eu a serpente? Gostaria que o outro retrato do amor invertesse essa indagação e me trouxesse como solução. Eu sei o que quero. Quero que os meus braços se fechem em você, eu quero que você carregue o meu sono, que me leve para longe daqui: dessa permanência contemplativa que eu quero vê-la em explosão de amor.
Eu admiro o seu contato ao pé de ouvido, pelo aparelho móvel que movimenta a sua voz junto ao meu tímpano. Parece pouco? Neste momento para mim se torna muito. Queria um tanto mais, óbvio. A atual conjuntura desvia a possibilidade do encontro e eu confesso que não sei como agirei com o futuro, mas procuro não responsabilizar esse algo para o empecilho da consumação maior do sentimento.
Desejo as sílabas do seu nome, a grandeza do seu coração, a perspicácia do seu lábio, a firmeza do seu gostar e o carinho que me torna melhor. Eu necessito do seu contato que me deixa bobo, da sua companhia que me deixa doido, do seu olhar que me deixa torto, como o seu sorriso, que, enquanto isso, fica escondido em minha memória.

quarta-feira, junho 01, 2011

Meu fone diário me carrega a outros frutos de pensamentos desesperados. Aquela canção adolescente retorce o meu cérebro enquanto tento esquecer um presente que ainda nem aconteceu. O estranho desejo de te abraçar figura entre o Top 5 das minhas vontades diárias. Todos os outros postos cabem a você. Primeiro a boca, depois as orelhas, seguidos dos olhos e pés. Sim, tenho um lado podólogo. Ele se exacerba a partir do momento que descarrego minha visão para baixo.

Tenho saudades de algo que ainda não por completo degustei. Eu quero. E eu vou esperar com toda a garra possível, mesmo que o céu desabe em um encontro infernal de ateísmo, mesmo que o céu desabe os anjos em uma fúria de massacre, mesmo que o céu mostre que o futuro não seja esse meu pensado.

segunda-feira, maio 30, 2011

Conquista

Melancolia. Talvez seja. Não sei dizer ao certo. É um híbrido de tristeza quando o pensamento se perde em sua boca de riso torto. Trafego aflito nessa direção que nem mesmo a bússola sabe a correlação. O giro aflito me guia em uma música que relembra e capacita a dignidade da dor. "Quando o sol brincar no outono sentirá no meu sorriso. E com um beijo roubado em segredo saberás que eu te admiro com amor".

Fico tonto ao deitar o percorrer da noite, dentro da imaginação absurda que corrompe o céu dos meus olhos e derruba outras chuvas. Quando a pele cicatrizou, surgiu uma nova navalha para rasgar a cura. Eu me deixei abusar na perdição desse algo que aos poucos arrebatou a cerne, o físico e o coração. O lado sentimental permiti extrapolar. Mas talvez tenha me antecipado e errado.

Cabe agora o tempo esperar, para a angústia do meu ser sofrido e segurado pela fluoxetina de cada dia. O tumor negro cerebral empurra o fluxo de um retorno que poderá surgir. Menos mal ao desavisado que brincou de joguete com a flácida vida que aqui dentro regurgita. Procuro semear o desejo do fruto tranquilo que, com o outro, seguirá em mares brandos. Não pretendo ser estorvo. De repente não era mesmo amor, apenas uma conquista que perdeu o encanto em uma noite especialmente inesquecível para mim, quando o sabor do gesto adentrou o âmago salientar da minha retina.


E agora, devo esquecer?

quinta-feira, maio 26, 2011

Eu vou fumar todos os cigarros. Vou desaparecer com a fumaça. Vou consumir todos os remédios. Vou sumir com a ansiedade. Vou procurar todos os métodos, vou seguir nos erros. Vou revirar os vodus. Vou beber a macumba. Vou ao submundo. Vou morrer para ressuscitar. Vou beber aquele veneno. Vou tragar todas as derrotas. Vou viver a mesma situação. Vou amar outra pessoa. Vou prosseguir como estorvo. Vou seguir como perdido. Vou chorar a mesma música. Vou escrever um novo roteiro. Vou estraçalhar o meu peito. Vou cuspir o azedo. Vou dar uma beijo seco. Vou chupar o amargo. Vou contar os segundos. Vou atirar nos minutos. Vou atropelar um coração. Vou sofrer o caramba. Vou reviver o futuro. Vou viver o passado. Vou praticar o presente. Vou me perder na estrada. Vou pedir uma carona. Vou viajar pelo deserto. Vou ser amigo da solidão. Vou encontrar a derrota. Vou cortar a cabeça. Vou cheirar óleo diesel. Vou ressecar o olho. Vou furar a mão com um prego. Vou subir uma montanha de pó. Vou sorrir a tristeza. Vou desapegar o contato. Vou desejar um abraço. Vou querer muito mais. Vou pensar no roçar de pele. Vou querer algo mais. Vou lembrar de você. Vou novamente sofrer. Vou correr pelas escadas. Vou encontrar o topo. Vou pular no abismo. Vou cair com os olhos abertos. Vou dormir para te achar. Vou sonhar para viver.

quinta-feira, maio 19, 2011

Shakespeare Tributo

Quando a gente percebe o esquecer de um amor? No momento em que encontra outro? No momento em que não se vê mais a pessoa? Existe um tempo hábil e praticável para que o sentimento evapore do córtex? Qual seria? Caso alguma pessoa descubra as respostas, pode ter a certeza, em pouco tempo o seu faturamento anual será maior do que a da Coca-Cola. Imagine se ela desenvolve essa solução como um aplicativo para celular ou tablets? A riqueza estará presente em sua vida por, no mínimo, sete encarnações.
Se certo indivíduo conseguir encontrar a equação para se esquecer um amor de maneira rápida, sua moral crescerá mais rápido do que a do Steve Jobs, venderá mais do que macarrão instantâneo e lucrará mais do que os chineses. Mas, como observou sagazmente A Banda Mais Bonita da Cidade: “coração não é tão simples quanto pensa, nele cabe o que não cabe na dispensa”.
Não adianta ignorar. A solução é sentir tudo de maneira voraz, atroz, contundente, para somente depois de aguardar o colapso se tornar uma calmaria de melancolia, que parece infinita, mas dizem os sobreviventes que passa. No entanto, que seria genial encontrar um artifício para o esquecimento de um amor de forma imediata, seria. Todo o dinheiro arrecado pelo remédio poderia ajudar a África com os seus problemas sociais, tiraria todos os brasileiros do SPC, pagaria a dívida de Portugal e Grécia, ajudaria os japoneses com depressão, deixariam a Beth Ditto e o Adrien Brody bonitos, todos teriam Unimed e ajudaria a salvar as baleias. Tudo ao mesmo tempo, além de sobrar uma graninha para levar o homem a Marte. Quem sabe na volta ele aproveitaria e concertava a camada de ozônio. Pronto. Tudo com o financiamento da cura do amor. O sentimento finalmente deixaria de ser o principal alvo dos publicitários e se tornaria patrocinador maior das questões do planeta. A publicidade ainda existiria? Lógico, afinal foi um publicitário que inventou a dor do amor: Shakespeare.

domingo, maio 08, 2011

Calma. Relaxe. Nada levará ao tudo que você quer, mesmo que essa ansiedade lhe desmanche a cada segundo. Pense com mais objetivo. O sentimental é exacerbado, mas o futuro pode ser pútrido. Tente não derramar, observe ao redor. Há possibilidades. O detalhe continua sendo o amor. E agora o plano inverte. O flerte seu é o contrário dele. A respiração afoita é a sua. Nua é a sua falta de razão. O horóscopo diário apontou outro rumo. Ponha prumo na consideração e visite caráteres não explorados. Não adianta percorrer em alta, vai encontrar em baixa.


Resposta: Ainda te amo.


Pensamento: Será?

quarta-feira, maio 04, 2011

Penso eu, aqui. A razão, lá longe. A canção lenta conforta. O violão, acalanto. Os dizeres, solidão. Algo ruim? Hoje não. Um dia o desespero à espera bateu e voou. Refleti, mas o reflexo me enganou. Traição? De dor causar. Erupção. O relógio parou, o dia acabou. O futuro cadê? O presente, qual é? O passado, aqui. Confundi os tempos, inverti as conjulgações. Quer saber? Dormi.

segunda-feira, abril 25, 2011

Quanto dó. Dá dó. Dó de mim. Dó de eu. Dodói. Dózinho. Que dó. Pobrezinho. Dó. Pó. Dó. Dó e dó.

domingo, abril 24, 2011

Madrugada. Solidão. Lembranças insistem em permanecer. Tudo faço para assassiná-las. Ainda assim, não consigo. Machuca o coração. Até quando, me pergunto. Se eu soubesse a resposta, soubesse o tempo, soubesse a hora, ficaria muito tranquilo. Extremamente calmo. Eu saberia como seguir a vivência.

Lembrei de uma noite, abraçados, comentando coisas da vida, traçando o futuro, recordando como ficamos, como nos conhecemos, como nos beijamos. Como foi bom. Mas agora, o amanhã, cadê? Sim, me pego ouvindo o Camelo nesses momentos. O Otto, no entanto, tenta me confortar. Na letra de "Seis Minutos", eu procuro auxílio. "Não precisa falar nem saber de mim. E até pra morrer, você tem que existir... Nasceram flores, num canto de um quarto escuro, mas eu te juro, são flores de um longo inverno. Isso é pra morrer... Seis minutos, instantes, acabam a eternidade. Isso é pra viver, momentos únicos, bem juntos, na cama, de um quarto de hotel e você me falou de uma casa pequena, com uma varanda, chamando as crianças pra jantar". Dói.


Eu sei que faz tempo. Não devia nem estar pensando mais. Isso é para morrer. E é exatamente isso que a cada dia me mata um pouco. Se a dor do fim de um amor é uma das piores coisas que alguém pode sentir, que merda, pois ainda continuo no ranking do Clube do Coração Partido.

quarta-feira, abril 13, 2011

90 Dias

Uma dor no pescoço persiste em me fazer companhia nesta madrugada. Culpa das tensões que sofro por você. Ainda te sinto saindo pelos meus poros. Às vezes, pelos meus ouvidos. Outrora, por meus ombros. A cada acorde de raiva, você sai pelos meus dedos. Nunca foi tão difícil esquecer algo. Mas me surpreendi a noite passada, pois não sonhei contigo. Pela primeira vez não acordei com a sua imagem em meu cerebelo.

Às vezes quero um novo amor, às vezes não. Sinto uma falta, ainda. Porém, estou no momento de sentir desgosto, de desconsertar as coisas, de dizer que não vejo mais, que não converso. O que é verdade. Estou na fase da falta sem falta, da confusão, do fechamento não fechado, dos dizeres não ditos, dos saberes não sabidos e da decisão indecisa. E não quero mais isso.

quarta-feira, abril 06, 2011

O Bicho Pega - em homenagem à Polaca

A gente se apega. Não importa em o quê. Objetos, álcool, times de futebol, política ou economia. Um sentimento sempre existe. Às vezes ruim outrora bom. Além das pessoas – o apreço mais saliente que podemos manifestar com amor – quando se envolve animais de estimação, com o perdão do trocadilho, o bicho pega. Aos que não se emocionam ao ver um balançar de rabo de um cãozinho, minhas sinceras desculpas: mas têm certeza que aí bate um coração? Ou apenas um músculo bombeando o sangue através do corpo? Parafraseando o Nietzsche, acredito que a vida seria um erro sem a presença de um cachorro. Como diz aquele comercial, ele é tudo de bom. E é justamente quando que a gente se apega que o bicho pega. Pega bolinha, pega sandália, pega meia, pega chinelo, pega travesseiro, pega tudo. Dependendo do temperamento, alguns até pegam fezes. É isso mesmo, fezes! A ideia desse texto não era fazer uma lembrança ao Marley, mas quando esses seres que a gente tanto se apega desaparecem fisicamente de nossas vidas, novamente, o bicho pega. Pega tristeza, pega falta e pega lágrima. Hoje fiquei sabendo que essa “pega” atingiu a minha irmã, que lindamente está esperando um nenê. Cecília, até não mudarem de ideia. Ela e meu cunhado tinham uma safadeza em forma de cadela, a Polaca, uma desengonçada de pernas finas e agito mil. Seus olhos escuros se destacavam e suas orelhas pareciam dois radares estragados que mesmo assim estavam atentos a tudo. Seu focinho fino não podia perceber um cheiro de comida que logo seu corpo correspondia em frenéticos sinais de solicitações alimentares. A graça da sua manha em pedir um afago era certeira: o carinho era logo correspondido. Algumas vezes a Polaca veio a Pato Branco, cidade a qual resido com meus pais, mostrar as suas peraltices. Ela também fazia companhia à minha cachorrinha, a Pheebe, que, enfatizando a sua personalidade, recebia-a aos ciúmes, rosnando, latindo e pulando. A Pheebe não é fácil. Seu sentimento de posse é pior do que mulher que ama demais. De toda a maneira, a Polaca sempre foi bem recebida, mesmo com a sua particularidade ímpar de gostar de pegar fezes, algo que ela perdeu com o tempo, assim como perdeu a vida, atropelada por um automóvel. É nessas horas que o bicho pega. Lassie, santa dos cães, receba bem a Polaca, que vai continuar as suas peraltices em outro plano, assim espero. Afinal, o que seria dos cachorros sem as traquinagens? O bicho pega na lembrança, mas, minha irmã, mesmo ninguém sendo substituível, guarde todo afeto bom. A Polaca não se foi, ela te ensinou. Leonardo Handa

domingo, abril 03, 2011

Bate um sono. Um cansaço bom. Quero fechar os olhos e encontrar em sonhos a satisfação que não percebo no viver. Não que dormindo eu não esteja vivo. Você entendeu o que eu quis dizer. Mas revelar em projeções os sentimentos que curti, e perdi. Sendo extremamente egoísta, não tenho a mínima vontade de saber a sua posição. Acabou. Você acabou comigo. Um parte de mim teve que partir, outra parte sua também me partiu. Não sei se está bem, não sei se está mal. Apenas não sei. E assim quero continuar: não sabendo.

Agora quero fechar os olhos. Acordar um novo amanhã de possibilidades. Não gostaria de acordar novamente pensando em você. Ainda é difícil. Fico imaginando coisas. Minha sensibilidade me permite prever certos acontecimentos. Até o momento, acertei todos. E mesmo assim não me preparei para o pior. Nós nunca nos preparamos para coisas assim. Porém, confesso, sinto muitas saudades, por enquanto somente das boas situações. Em breve, sentirei das ruins também. Só que estou enterrando, seguindo o horóscopo, que sinaliza um rompimento definitivo. O conselho é não olhar o passado. Contudo, somos feito disso, ou seja, se torna ainda mais complicado separar as coisas. Estou tentando.

Quero fechar os olhos. Acordar sem o seu rosto na memória. Quero acordar de um sonho bom. Quem sabe algum que traga esperanças de novas situações. Não contigo. Eu perdi. Que pena. E elas ganharam. Depois de tudo, conseguiram ganhar. Parabéns a você.

sábado, abril 02, 2011

Dicas Aleatórias – Tiê – “A Coruja e o Coração”

Agora tem bateria, alguns já disseram. Outros indagaram: - precisava regravar um hit do Calcinha Preta? Se isso se trata de evolução, claro, pode ser, por que não? A Tiê conseguiu fazer mais do mesmo em seu novo álbum, “A Coruja e o Coração”, com pitadas de ousadias e um repertório redondo.


O trabalho possui regravações, dessa maneira, não cabe aqui o caráter novidade, afinal, os atentos de plantão já conheciam “Só Sei Dançar Com Você” na voz de Tulipa Ruiz e “Mapa Mundi” na voz de Thiago Petit. O que difere, lógico, é o desenho do arranjo. Na primeira, um banjo enfeita a camada sônica para que Tiê lance a doçura da sua interpretação nessa crônica do amor. Na segunda, também acompanhada de banjo, a valsinha ganha vocal dobrado e continua na mesma linha sensível interpretada por Petit. Resumindo: ficaram lindas.


A poética simples e direta encontrada em “Sweet Jardim”, primeiro disco da ex-modelo da Ford, permanece em “A Coruja e o Coração”. “Perto e Distante” é um ótimo exemplo, que ganha destaque na metade da faixa com um sopro melodioso que ilumina o lado mais escuro da vida. A música tem a participação do cantor uruguaio mais brasileiro da atualidade, Jorge Drexler.


A audácia de fato está na regravação de “Você Não Vale Nada”, revertida com castanholas em um ritmo espanhol. A letra emoldurada pela voz de Tiê ganhou mais sentido, sobretudo àquelas pessoas que recentemente terminaram um relacionamento. Se a Maria Gadú vomitou sentimento em “Baba Baby”, a Tié engrandece o hit do grupo Calcinha Preta.


“A Coruja e o Coração” é bonito, repete algumas ideias, mas o conforto escolhido por Tiê ainda é o correto. Ao menos ela não ousou em colocar ruídos eletrônicos para disfarçar a falta de talento, afinal, habilidade a cantora tem.


Leonardo Handa - Jornalista

terça-feira, março 22, 2011

www.culturafagia.blogspot.com

:-)

domingo, março 20, 2011

Vai doer. Muito mais. De todas as alternativas que eu acabei não achando, essa foi a mais coerente e urgente. Eu sei, eu que vou sofrer. Mas as maneiras não foram encontradas e o radicalismo se fez necessário. Melhor assim, sem explicações e sem despedidas. O fato é que me incomodo por saber como você está. Sinceramente, após o término, o outro sempre quer ver o amor sofrer, sangrar, espirrar. Somente o tempo para explicar o motivo de tanta dor. Se fosse algo simples, como deletar os contatos, seria melhor. A vida não é assim, ainda mais quando um sentimento tão forte permanece na mente e no corpo. Toda vez que acredito que estou curado, basta uma palavra, uma escrita, um início de confissão, que minha estrutura desaba. Você é meu tsunami, meu terremoto, minha doença psicológica. Por isso, eu digo, vai doer, continuará doendo e quero sarar, rapidamente. Para isso, expulsei ciberneticamente. No coração, vai demorar.

quarta-feira, março 16, 2011

Descasca

Minha doce vontade escorre pelo desejo que fica aqui, escondido, prontamente para ser lançado na confusão do viver. Mas lembro que o amor é cheio como uma garrafa de vodca que logo se esvazia. No caso da vodca, há como se comprar outra.
Percorro sensações novas de desalento na lentidão das horas que vorazmente me sequestram o gosto bom da vivência. Logo, não me entrego, mas por um triz fiquei à margem do desespero. Não quero sentir outra vez a ira do meu pensamento. Porém, não chego ao fim de encomendar a uma feiticeira o destino de outrem.
Novamente, amiga íntima, lamento o desconserto do momento e confesso que é mesmo na tristeza que jorram as melhores frases. Felizes, escrevemos besteiras latejantes que só ardem sentido em bobos pela alegria. Eu também já tentei, já consegui e já testei. Nada ficou inspirador, e sim, aspirante de vazios. Se a gente aprende, é na dor. Na outra, nós fraquejamos e deixamos a guarda baixa, que a situação alheia aproveita e descasca uma fatia do seu ser.

sexta-feira, março 11, 2011

Sigo

Necessário sentir para prosseguir
Seja lá qual for o existir.
Vai e segue o coração partido
Em um fracasso de estado.
A fossa abre mais fissuras
Na sua insistente frescura
Mas continuo sentindo
Dos poros o algo partindo.

Lembro quando disse
Que seria loucura não conseguir
Afinal o amor estava ao lado
Tinha que ter força e sorrir.

Não neguei e joguei
Veio a chuva e levou
Longe vai aos poucos
O seu lado meio torto.

Sigo não sei como
Guiando o louco que alimento
E que quero segurar
Na dor cruel do coração
Que vaza sentimento.

quinta-feira, março 10, 2011

Mistério. Conversando com uma amiga, que há muito tempo não trocava uma ideia, ela me disse que essa é palavra que me define. Quando nós ficávamos, dúvidas povoavam a cabeça dela. Confessou-me que sentia nebulosidade em meu viver. E ela estava certa. Foi bom escutar isso. Existe um significado por trás disso que está muito além do meu próprio sentimento. O detalhe: eu sei qual é a minha libertação, mas não revelo. Pelo menos ainda. Dizem que vem com o tempo. Espero que passe logo.

terça-feira, março 01, 2011

Aos poucos

Meus pensamentos, ali, perdidos, meio tortos por acaso, meio mortos por destino. Recruto os devaneios para sobreviver loucuras, querendo viver muitas outras, sem sentido e sem censura, abusando do ciclo, da música e das fossas. Mas não desejo um troço, pelo contrário, anseio o nexo. Quero deslizar minha caneta em sua pele, tranquilizar os dados antes que atinjam a cerne, bocejar felicidades mesmo na preguiça, e fazer do ócio uma arte por ofício. Depois quero levantar a cruz e continuar o trajeto, tocar um banjo sem saber as escalas, e acompanhar no trumpete os solos corretos. Vejo um pouco míope o presente proposto, porém, acompanho o horóscopo sabendo que não terei desgosto. O mês de agosto é uma das rendenções. Faltam meses até lá, então, vou sorrindo aqui, cá e acolá. Em certas culturas, o riso parece igual. Tipo os japoneses e seus tipos de rir, ao contrário dos italianos, que esbanjam na garganta, sem vergonha de colorir. É meio assim, miscigenado, que devo prosseguir. É no amálgama que vem o sentir e o descobrir.
Meu pensamentos, ali, perdidos, catados aos poucos para serem montados em poemas delirantes que eu chegarei a concluir.

domingo, fevereiro 27, 2011

FIM

sábado, fevereiro 19, 2011

Extirpando o desespero e concluindo o que estava certo, já que eu visualizei, mas não quis acreditar. O sol vinga na cabeça, mesmo sendo a massa cinzenta. Cristo ouviu, Bucowski também. Escutei ontem aquela música que eu preferia não ter composto. Oposto que vomitada acabou. Ou nem lembrança ficou. Tudo bem, o desgosto percebido eu estou defecando.
Além disso, ontem bateu novamente a latejante aflição. Procurei não ligar. Não liguei. Descarreguei na fúria de um roçar de coxas que explodiu em satisfação. Ufa! Achei que não consegueria retornar àquele ninho. Consegui. Jorrei. E agora vou extirpando.

quinta-feira, fevereiro 17, 2011

Chegue. Segue. Prossegue.

Vai à deriva, derivando outras vias, outras vidas... Feridas. Curadas vamos, seguindo vozes novas.

Leituras fúteis, concentração pífia. Mas elas auxiliam. Horóscopo diário, planetário. Tudo para não me sentir um otário.

Segue. Prossegue. Nem chegue. Agora não. Acho que nem nunca. Continuarei achando, pois a única certeza é o incerto que eu sou. Vou. Soul. Voo. Perdoo. Doo. Dói. Corrói.

Segue. Segue e segue!

segunda-feira, fevereiro 14, 2011

Mergulho em seus olhos azuis, que queria castanhos, deslizando nos acordes que você não compôs, mas ajeitou cuidadosamente em uma harmonia única. Quem os criou, eu não sei, apenas percebo o cuidado que você arquitetou. Ao som do verso, eu remeto lembranças. Algumas, nem vividas. Outras, sobrevividas. Mergulho novamente, agora em seu loiro escuro cabelo, que eu gostaria moreno. Vejo a tez na imaginação, já que no real eu deixei escorregar. Não perdi, pois ainda a tenho na vitrola. Para viajar, basta ligar. Gira aflito. Quase grito. Quase giro. Aflito grito.

domingo, fevereiro 13, 2011

Podre

O amor é repleto de cagadas. Fétidas. O amor não cega, arranca as córneas. E os cornos. O amor é alimento de impropérios, de consequências desnecessárias. De dores. O amor é um estado imaginário que, quando acordado, se revela um abismo. O amor, do início ao fim, é chagas. É merda. O amor causa arrependimento. Se isso matasse, como diz o dito popular, muitos estariam vivos. Ou seja, óbvio, mata sim. Não disseram que o amor é cólera? É também sarampo, catapora, dengue, varicela, caxumba e hepatite. O amor é doença. Qual a razão de ficar sofrendo por ele? Qual o valor moral que isso causa no desempenho de viver? Qual o fruto que pode ser colhido? A maçã? Que se foda. O verdeiro amor é coisa morta, é Romeu e Julieta. O amor é podre.

sexta-feira, fevereiro 11, 2011

Não lembro o autor

Eu te entendo bem. Tantas vezes também nesta situação fiquei. Dores que não possuem tranquilidade nem com os olhos fechados. Criações horrosas transbordam com frenquência no subconsciente. Torna ou outra povoa os "quandos" e "senãos". Eu li algo parecido em um livro. Não recordo o autor.
Eu te entendo bem. Queria ser mais específico ao dizer, porém, nem sei mais. Ontem estava eu sentado na madrugada, levando uma garoa nos olhos e me lembrei de uma canção. Como a arte é importante nesta situação, que tantas vezes eu fiquei, caso não tenha comentado. Ela falava dos bons amigos. Não estou me referindo àquela música do Barão, quero deixar claro. Só quero clarear o subjetivismo que nem me atrevo a revelar. Não sei se esse artigo é necessário, mas ficou com uma boa sonoridade. Além de escrever bem, aprecio quem consegue compor prosas repletas de ritmo e de musicalidade. É como se lêssemos com os ouvidos. Detesto a ideia de um dia ser surdo. Prefiro ouvir mentiras do que não ouvir. Sabe, eu li isso em algum livro. Não lembro o autor... Mas te entendo bem.

sexta-feira, fevereiro 04, 2011

Alguém me disse que uma das melhores coisas para se esquecer um amor é escrevendo sobre ele, analisando os fatos. Não sei dizer se isso é verdade, mas sei que dói. Tenho quase 30 anos e já tive desilusões amorosas e confesso: as outras foram mais fáceis. Certa vez um amigo comentou que só existe um grande amor na vida. E eu passei a acreditar nisso.
Muitos profissionais dessa área, afinal, praticar o amor é viver em sofrimento e dedicação trabalhista, procuram no bar mais próximo o método para esquecer o momento do rompimento. Eu não tive essa oportunidade, pois o bar mais próximo era muito, mas muito longe. O detalhe é que o rompimento aconteceu na casa da pessoa que até então se declarava, que dizia: depois de tudo o que passamos, terminarmos seria um erro. Puta merda! Tem ideia de como me sinto quando lembro dessa frase? Quando isso acontece, logo me vem à cabeça os bens materiais. Por que gastei? Para que comprar um perfume tão caro? Para reconquistar? Sim, e olha no que deu. E a contemplação foi um belo par, que lateja perfeitamente quando lembro da sua boca. Ou da sua orelha, que não é mais minha.
Agora eu choro. Como eu chorei. Nem na morte dos meus avós eu sofri tanto. Sentia como se um garfo quente rasgasse meu peito bem devagar, enquanto era derramado um copo de vodca na ferida sangrenta. Eu jurei que gostaria de vingar com raiva, de sentir a raiva, mas sou muito tolo, muito gentil, muito idiota. Eu quero esquecer. Eu quero poder. Eu quero viver.

quinta-feira, fevereiro 03, 2011

Que sintam dó. É bom sentir que existem pessoas que se importam ainda.

terça-feira, fevereiro 01, 2011

Algo se perdeu. Algo você achou. O sentimento mudou. O seu. Contorço-me na cama. Aperto o travesseiro. Durmo acordado. Sonho, ainda.

domingo, janeiro 30, 2011

Dois temporais.

Temporal. As gotas vão se suicidando no vidro da janela enquanto o pensamento pousa na cama. Tempos felizes são lembrados a cada gole de Nescafé. Aquele velho livro roubado ainda adormece na prateleira. O seu perfume, presente nele, auxilia nas recordações. O saudosismo quer dar lugar ao imediato encontro, mas a possiblidade se perde tanto quanto a chuva que some pelo bueiro, encontrando o esgoto nosso de cada dia. Um dia talvez retorne como o ciclo nem tão natural do exemplo.
Temporal. As gotas agora dançam no vidro da janela enquanto o pensamento quer sair da cama. Os tempos felizes querem ser deletados a cada gota de Prozac. Aquele velho livro roubado adormece repleto de pó em um canto do quarto. O perfume há muito tempo desapareceu, ainda bem. O saudosismo evaparou como a chuva de verão que caiu neste asfalto e nem deu tempo de fugir pelo bueiro. Ñão vai retornar, pois agora é uma outra gota que vai secar.

sexta-feira, janeiro 28, 2011

Ele

Quase madrugada. O sono não chega. Ele está cansado, mas não quer repousar os olhos. Acabou de fumar e agora sente na boca o gosto da saudade. O tabaco lhe traz recordações. Fica pensando na película apreciou. Isso remeteu a outras lembranças. Amores desejados, confinados e descartados. Amores vividos, observados e salientados. Amores hipérboles, frêmitos e sagazes.
Quase virando o dia. O sono insiste em não aparecer. Nem sequer dá um resquício ou uma sugestão que poderá se apresentar a fim de aliviar o pensamento. Ele só pensa em ouvir a voz, nem que seja pelo telefone. Ele só pensa na paixão, que quis ferir com uma traição. Ele acredita que foi voluntária. E qual não é? O propósito pode ter existido para tornar as coisas mais fáceis. Isso lhe causa raiva, ódio e nojo. Mas o amor é uma grande besteira que permite à pessoa estender o perdão em lábios sedentos por um abrigo que outrora o carinho aliviou. Como entender os meandros do coração se a mente é complemento da organização humana? Ele nem se tocou do que disse em voz alta; uma indagação interna de sentido confuso. Ou não.
Ele só queria falar que não há como negar ou apagar os momentos vividos e seguir simplesmente na ignorância de não ter curtido, amado e aproveitado a experiência. Ele faz um esforço danado para tentar ao menos riscar da memória certos perdizes ou procurar os elementos que servissem de conforto para aceitar a situação. Têm dias que ele consegue. Têm dias que ele se afunda. Seria assim sempre? High and dry? Pergunta-se.
Quase dia. Ele precisa se dedicar ao trabalho. A latente dor quase não lhe permite. Paciência, ele pensa. Algo que não possui, mas tenta levar mais 24 horas com o coração prestes a "vulcanalizar".

segunda-feira, janeiro 24, 2011

Olha, eu não aprendi a sentir essa dor. Estou me acostumando, mas é extremamente difícil. Eu queria escrever algo que fugisse do convencional, no entanto, impossível não descambar para o clichê. Ainda mais em dias de despedida, quando o sentimento fica mais aflorado e um rasgante no peito dilacera a alma. É dor, a mais pura dor original. Não queria acordar já pensando em você. Parece uma doença. Não queria dormir pensando em você. Sim, aquele pesadelo tinha você no meio. Agora entendo o que sentiu. Perfeitamente. Como entendo. Não queria ter proporcionado isso, ter passado por tudo para assim permanecer. Imperdoável ainda o fato, mas de alguma maneira vou precisar do contato.

domingo, janeiro 23, 2011

Fossas novas

Eu tinha pensado em vingança, mas continuo sendo bom o suficiente. Talvez agora eu seja desnecessário, mas já fui o meio. E ele é a mensagem? Fuck you! Trago no peito a dor de quase um século, eu acho. É rasgante. Arde o coração, sem dó. Fúria estratosférica na periferia da minha massa. Dilatação irritante de pálpebras. Os olhos não viram. Se tivessem, senhor, você teria que me ajudar ainda mais. O problema é a imaginação que voa, inventa coisas que a outra parte do hemisfério aceita como verdade. Eu desabo. Sou de fato um merecedor? Neste caso, eu sinto que estou sendo vingado. O sorriso deve ser contente, quase sagrado. Um profano de realização satisfeita, bem arquitetada. Ou não. Talvez puro acidente de percurso. Mas coube, se encaixou e estraçalhou. Meu cérebro frita perpetuações, auto-piedade e auto-controle. Chega a ser necessário uma fuga por um ponto que mesmo sendo um está torto. Como é possível? Não será agora que irei saber. Agarro-me em canções. Boas fossas. Fossas novas. Argh!