Meu nome é Leonardo Silveira Handa. Jornalista. Perdido. Achado. Amante. Radialista.

sexta-feira, junho 16, 2017

Me Deixo

Hoje vejo o mundo
Como uma Mavica
Com problema no foco.
Tudo está leitoso
E o céu borrado
De um azul jocoso.

As luzes dos carros
São vaga-lumes amassados
Que perdem a cada metro
O sentido de viver.

Pela estrada, não vejo
E quando percebo
Um Volvo eu encontro
E não há socorrer. 

Agora vejo o vermelho
Que escorre até o queixo
Vou fechando os olhos
E assim me deixo. 

sábado, junho 10, 2017

Creio veemente que certas pessoas confundem o significado da auto-estima. Alguns a utilizam como sinônimo de “rei na barriga”, de donos da verdade absoluta. E, claro, esses indivíduos não possuem a capacidade de dizerem: desculpe, errei. Suas respostas são agressivas e suas atitudes peculiares (para não dizer algo ofensivo). Tamanha é a dificuldade de assumir as consequências que preferem apelar para a defesa desenfreada, ressaltando suas qualidades, que podem ou não ser duvidosas, e partem para a famosa ignorância, essa vizinha da maldade (sim, a frase é daquele poeta).
Com certeza você conhece alguém que é repleto de esperança quanto ao futuro, que é admirado por uma parcela do eleitorado, porém, carrega consigo uma arrogância disfarçada de ingenuidade. Não é auto-estima, não. É mecanismo de defesa. No fundo, lá impregnado no peito, internamente, essa pessoa canta aquela música do Karnak, cujo verso diz: “eu era convencido, agora não sou não, porque cheguei à perfeição”.

quinta-feira, junho 01, 2017

Repugnante Tormento

Remete uma canção
Na dor mais antiga
Da eterna paixão
Pelo pó que levantou.
A lágrima absurda

Ecoa surda no berro
Da repugnante tradição.
Há tiros na escuridão
E silêncio na infância
Que insiste em se perder
No tempo da conclusão.
Sopra no barro um remorso
Causado pelo tempo,
Socorre ao álcool
Um pouco mais de lamento.
A lágrima absurda
Ecoa surda no grito
De repugnante tormento.

lsH
Nos segundos falecidos eu vejo a derrota
E amplio com dicotomia, pois não é a verdade.
Trato o acaso como um passado empoeirado
E reflito neste pouco que nada está atrasado.
Tudo se trata de período contido
Que poderá ser resgatado em um dia oportuno.