Meu nome é Leonardo Silveira Handa. Jornalista. Perdido. Achado. Amante. Radialista.

segunda-feira, julho 30, 2007

Inobstante


A pedra se quebra

Em pedaços

E o homem em pó

Revira em escalços

Um progresso qualquer.


Um passatempo torto

De descanso e acalanto

À espera de um prêmio

Que talvez em isca

Possa ser preso

E aberto em sorriso.


Vento tranqüilo morrendo na água

Levando sentimentos outros sentidos

Enquanto a folha rebate no ar

Atrozes vontades e carinhos.

sexta-feira, julho 27, 2007

Iwo Jima


Bate nas costas a onda vermelha. O cheiro de pólvora é o único odor de satisfação que se pode sentir. Vários corações pulsam uma vida, uma guerra que não iniciaram. Uma foto marca uma conquista mal interpretada. Os modelos que levantaram a bandeira entram em uma mentira mascarada. Após, uma longa campanha publicitária realiza uma arrecadação grandiloqüente de capital desperdiçado. O dinheiro se transformou em chumbo e granada que, por sua vez, adentraram corpos nipônicos lutadores sem razão.
A memória em homenagem aos mortos mostra as facetas de marketing de um país que venera sangue, explosões, tiros, bombardeios e batalhas. As cartas dos soldados, as verdadeiras memórias, nada servem em honra à pátria verdadeira. As famílias sabem muito bem disso, por isso as lágrimas de revolta. Do que adianta um herói se ele está morto? Aos senhores dos mandamentos ditosos isso não é questão, é proveito para dias melhores. Já as verdadeiras senhoras, donas das entranhas que expulsaram a vida, têm como consolo uma medalha de honra ao mérito. Nenhuma mãe gosta de receber a imagem de um filho rasgada, desgastada e acabada. Mas foi assim que vieram as notícias do outro lado do mundo, acompanhadas de dizeres heróicos praticados pelos seus filhos. A morte nunca é bem vinda. Somente aos doentes terminais, talvez.
Mas, mesmo com as denúncias e filmagens sobre os horrores dos atos da guerra, a continuação dela ainda promove donos de gabinetes que se encontram muito longe do local de tragédia. Um membro perdido nunca será encontrado na mesa com papéis para serem assinados. Provavelmente, documentos que permitem disparos a outros irmãos, não de sangue, mas de humanidade. O barulho de um tiro no crânio não deve ser a melhor sinfonia, o som dos aviões partindo ainda deve ser o melhor, como se fosse uma canção de ninar entoada pela mulher que amamentou alguém por mais de um ano de vida.
É o fim.

quarta-feira, julho 25, 2007

Um Beijo a Mais


Chegar aos trinta anos de idade com uma carreira profissional perfeita, ter uma namorada grávida e um ótimo grupo de amigos é tudo o que muita gente quer. Mas dúvidas sempre aparecem no trajeto da inesperada questão que é viver. É nessa premissa que segue o filme "Um Beijo a Mais", do diretor Tony Goldwyn e do roteirista Paul Haggis (ganhador do Oscar por "Crash"). O longa tem no elenco o sempre divertido Zach Braff - do seriado "Scrubs" - Jacinda Barrett e a graça onipresente Rachel Bilson, a cocotinha Summer do finado seriado "The O.C".

"Um Beijo a Mais" é uma refilmagem americana do italiano "O Último Beijo", do cineasta Gabriele Muccino. Ambos são ótimos, cada qual em sua cultura. O andamento do roteiro dos dois filmes é praticamente o mesmo, porém, na versão dos EUA, preza o charme da trilha sonora que pinça músicas cuidadosamente pops, realçando o sabor das cenas protagonizadas por Zach Braff. Não há como negar a sintonia perfeita das cenas quando o personagem está em insistente momento de reconquista amorosa ao som de Coldplay. O jeito que tal situação foi filmada ficou até parecida com um vídeo-clipe. Deleite visual aos que adoram referências pop.

O filme não apresenta nenhum diferencial metalingüístico, nem na edição e muito menos na interpretação dos atores. É tudo muito redondinho, conforme ditam as regras dos padrões hollywoodianos. Contudo, não tira a delícia de apreciar situações engraçadas que quase nunca se encontram na vida real. Afinal, alguém já conseguiu encontrar uma pessoa legal para descolar uma boa transa em uma festa de casamento? Em "Um Beijo a Mais" isso acontece.

O roteiro é dinâmico e não fica entrando em pequenos detalhes explicativos a fim de esclarecer certos fatos aos telespectadores mais preguiçosos. Porém, não espere algo alternativo, por mais que o filme tenha sido lançado nesse gênero que, hoje em dia, tem sido sinônimo para conquistar prêmios em festivais cinematográficos. De toda forma, vale a pena conferir os devaneios de uma pessoa que entra em crise aos trinta anos, quando, realmente, a vida adulta parece dar vazão ao real sentido que, de fato, se propõe. Caso isso não aconteceu contigo, é porque você não tem trinta anos ou ainda continua vendo longa-metragens estrelados pelo Jack Black.

Um adendo: uma pena não terem aproveitado sagazmente a presença da Rachel Bilson que, mesmo interpretando em banho-maria, consegue deixar os machos de plantão com saudades da Summer de "The O.C.". A moça talvez tenha o olhar mais expressivo desde o surgimento da Sidnei, da trilogia "Pânico", interpretada pela Nave Campbell. Very cool.
Leonardo Handa






terça-feira, julho 24, 2007


Os versos abaixo são de uma música sem título, composta para uma menina de olhos de água, pele macia e dedos largos. A distância hoje é lance, mas do futuro nada sabemos. Portanto, se você estiver lendo, a foto já denuncia. Dielli, é você.

Carregue daqui os meus sonhos
Leve-me junto também.
Desfaça os meus planos
Leve-me muito mais além.

Desfaça o que eu já fiz
Eu ando na beira por um triz
Coloco em risco a vida
Mas quero me ver feliz.

Por isso, me tire daqui
Cole a minha foto em sua lembrança
Rasgue o pessimismo que eu fiz
Só não me deixe mais aqui.

Faça-me, quando preciso
Mas deixe-me cair na vodca como alívio.
Você sabe que eu complico
Mesmo assim eu suplico
Eu sei que tenho chance
Pois você está ao meu alcance
Ajuda-me a descolar o sofrimento
Traga novamente o sortimento

Tudo isso eu quero, porque eu te amo
Exalo fumaça quando eu te vejo
Traga os meus pensamentos até você.

E quando eu choro é porque eu sofro
Reconstrua o meu desejo
E desfaça o meu sorriso.
Leonardo Handa

segunda-feira, julho 23, 2007

Sempre esquecemos o quão estranho é simplesmente estar vivo

É um frio que corta a alma, divide em dois, retrocede em três. Um vento gelado adentra pelos póros e chega ao sangue, congelando o batimento do coração. Suspensão no ar, lágrima gravitacional, Jesus cibernético, ondas laterais, sacrifícios infernais... Não há definições precisas nessa imprecisão de sentimentos confusos e angustiantes.
O amanhacer congelante deixou um estalaquetite preso aos cílios. O abrir dos olhos fez cair um pedaço de gelo que encontrou o chão. Um forte som surgiu ao final da queda. Parecia uma bomba de Napalm sendo jogada em um jardim da infância. A trilha sonora perfeita para os comedores de criancinhas. Mas era a tristeza que ditava as regras enquanto a indelicadeza era vista em olhos mais adultos.
Reflete no espelho a imagem de um deus perdido, derrotado, alienado e fracassado. Dispara em fúria contra a parede, rasgando mais um pedaço de pele maltrada. A tatuagem fica desfigurada devido ao ataque de fúria. Fecha os olhos no amanhecer congelante e canta mentalmente uma melodia que diz: "A vida é uma canção".

"Você diz que a vida é um sonho em um lugar onde não podemos dizer o que isso significa/ Talvez alguma cena na estrada que, quando dirigimos, deixamos no passado/ Não há como dizer onde estaremos em um dia ou uma semana/ E não há promessas de paz ou felicidade".

"Bem, é por isso que você se apega a cada coisinha/ E pulveriza e desconcerta todos os seus sentidos/ Talvez a vida seja uma canção, mas você está com medo de cantar sozinho até o final".

"É hora de desistir de tudo o que costumávamos conhecer/ Idéias que fortaleçam quem somos/ É hora de desatar as amarras que nunca libertarão nossas mentes das correntes e algemas em que estão".

Oh, me diga o que é bom em dizer que você é livre/ Num mar escuro e tempestuoso você está acorrentado à sua história e, certamente, afundando mais rápido/ Você diz que sabe que o bom Deus está no controle/ Ele vai abençoar e guardar sua alma cansada e inquieta/ Mas no fim do dia, quando todo preço já for pago, você vai se elevar e sentar-se perto dele num velho assento de ouro/ E não vai me dizer porque você vive como se estivesse com medo de morrer/ Você morrerá como se estivesse medo de ir".

"É hora de desistir de tudo o que costumávamos conhecer/ Idéias que fortaleçam quem somos/ É hora de desatar as amarras que nunca libertarão nossas mentes das correntes e algemas em que estão".

"Bem, a vida é um sonho porque nós estamos todos andando durante o sono/ Você pode nos ver parados em filas como se fôssemos mortos-vivos/ E nós construímos nosso castelo de cartas depois esperamos que ele caia/ E sempre esquecemos o quão estranho é simplesmente estar vivo".

sexta-feira, julho 20, 2007

O Último Desejo


Calmamente ela se aconchegou entre almofadas e cobertores. Antes, vestiu o seu pijama predileto. Colocou os fones de ouvido e acionou o play. A melhor companhia nos momentos de paz é a música. A melodia deslizava macia pelo tímpano da moça que pensava no futuro próspero. Imaginou uma vida de sossego, mas logo outros devaneios pediram licensa às linhas de raciocínio. Fechou os olhos.
Iniciou uma viagem a outros mundos de realidade fantástica. Julian Cassablancas surgia vestindo um jeans e um terninho cuidadosamente desarrumado. Ele convidou a moça para subir ao palco, como se fosse um Bono Vox underground. Ela abriu-se em gargalhadas de alegria exacerbada, capazes de ultrapassar a barreira do som. Não exitou e roubou um beijo ardente, certeiro na boca como se fosse o último. Logo percebeu que estava em sono, mais um sonho roubando a noite.
Saiu correndo através de uma úmida rua de Nova York. Sem explicação alguma, encontrou a Courtney Love cheirando uma carreira em um canto da grande maça. Encarou a viúva do Cobain e cuspiu impropérios delatários. Tudo culpa de uma canção, culpa de uma composição em homenagem ao vocalista da Strokes. Mas, após o fato, ela olhou o relógio e viu que estava atrasada e precisava chegar logo a uma igreja.
O tempo desesperado ia corrompendo o seu sonho fantasioso de chegar. Lançou um beijo aos céus e adentrou correndo pelo recinto que não estava em paz, e sim, em catarse coletiva. Na ponta extrema do lugar, um banquinho, um violão e uma pessoa. Rebatendo contra as paredes, o som que se percebia era "9 Crimes". O povo que também estava presente murmurava junto a doce melodia que poderia muito bem adoçar um amor incondicional de inverno voraz.
A moça, então, se acomodou em frente ao palco, somente para receber o som antes que todos. A frente, uma presença quase messiânica (para ela): Damien Rice. O dedilhado de violão inconfundível penetrava o ouvido como se fosse um ato sexual muito bem encaixado. O cantor lançou um olhar fugaz que acertou em cheio a retina da moça. Ela se desmanchou como algodão doce em boca de criança. Aos poucos, ele foi chegando perto, conquistando somente com os olhos. Aos poucos ela sentia o calor, a presença foi se fazendo e se permitindo mais perto. Um dedo acariciou a pele nervosa. Os narizes se enrroscaram. Os lábios foram se aproximando e uma voz vinda do além pronunciou:
- Marta, acorde menina! Você não vai trabalhar? A menina despertada de repente, proclama:
- DAMIEN!
- Que Damien o quê? Levante logo que você ainda tem que lavar a louça. A moça afunda os seus olhos no travesseiro e os fecha, somente para tentar cair no sono novamente e encontrá-lo para o último desejo. A tentativa é em vão. Desiste e se veste para o trabalho, com o rosto repleto de sono e um sonho perdido no infinito pensar que seria beijar o Damien Rice.

Para Marta Brod, a freqüentadora mais assídua desse humilde espaço que chamo de "extravassador de vontades". Vamos tocar o terror Martinha. Adoro-te.

quinta-feira, julho 19, 2007


O alt. country que, deveras, nem sei se existe ainda, sempre emocionou a globosfera frontal do cerebelo. A minha banda preferida do estilo era a Wilco. O grupo pirou um pouco em decertos trabalhos, mas acertava em cheio as mudanças seqüências da carreira. Ainda não pude ouvir o último álbum dos caipiras. Alguns certeiros o classificaram como soft rock, algo que foi negado pelo guitarrista da trupe.
No início da década de 2000, uma levada de artistas surgiram no meio musical norte-americano influenciados pelo som de Neil Young, The Band, Crosby, Nash, Johnny Cash e Dylan. A vertente disso tudo logo recebeu um rótulo pela crítica especializada, chamando os expoentes de seguidores do alt. country. Determinados xiitas não gostaram muito do nome, preferindo ser considerados apenas como alternativos. No entanto, não há como negar que a rotulação caiu exata tão boa quanto limão na caipinha. Discussões e desagrados à parte, o gênero fez nascer compositores tão jucundos quanto sagazes.
Um dos que ganharam mais destaque com toda essa ladainha informativa foi o queridinho pegador de moças espertas também conhecido como Ryan Adams. O cara possui uma inspiração tão aflorada que chegou a lançar três discos em um único ano, algo totalmente fora dos padrões fonográficos. E foram justamente esses álbuns os melhores da sua carreira ainda recente. Muitos começaram a chamá-lo de new-neil-young. Um exagero. Adams é bom, concordo. Entretanto, está aquém das maravilhosas sinfonias caipiras do deus que é o Neil Young. Quem assistiu ao show no Rock in Rio de 2001 do Young pode comprovar isso.
Chego, portanto, às vias de fato. Dos vários discos do Ryan Adams, o meu preferido é Cold Roses, que possui uma das mais belas canções já compostas por um homem: Easy Plateau. A bolachinha conta com o acompanhamento da banda Cardinals, companheiros de longa data do ex-pegador da Alanis Morissette e Wynona Ryder.
O CD todo é de um primor conceitual sobre o amor, desilusões, lembranças, desgraças e bebidas. Um coquetel sônico que já fez parte de outros grandes álbuns de vários artistas, mas que nas mãos do Adams tomam um sentido mais ordinário e delicioso. É por essas razões que tenho vontade de dormir e acordar no Arkansas, Wyoming, Alabama ou mesmo em Goiás. Ok, exagerei no último Estado, nunca quis ser um sertanejo, apesar de gostar de música country. Ou melhor, alt. country. O Brasil ainda não sabe fazer esse gênero. Que dó!
PS: Post em homenagem à Marta Brod. Ela acha o Ryan Adams um tesão!

terça-feira, julho 17, 2007

Mercado de pele

Povo em transe na fossa nova. Coletividade de sentimentos tristes ao som de desbravados deletérios mal interpretados. Uma rapsódia número 02 em ré menor perfura o carisma da melancolia. Trata-se de um outro texto com segundas intenções e mensagens não escondidas.
A voz guia desafina no desatino. Rebela a causa da população na busca pelo auxílio. As crianças febris vão perdendo os dentes nas grandes filas que se formam. Os pais vão gerando outros nos cantos sem a companhia da TV. Drauzio Varella comunica em tom calmo os apontamentos dos carentes que entregam a vida ao mercado de pele, mercado de carne, mercado de órgãos. Enquanto isso, um político sem um dedo recebe boas vindas em um evento esportivo. O jacaré que representou o Pantanal devorou o mindinho do não anfitrião. O dedinho serviu de café da manhã com o presidente. E o Renan Calheiros vai se vendo cada vez mais artista da Casa dos Senadores, novo programa que será elaborado pelo Sistema Brasileiro de Televisão, do Silvio Santos Highlander.

Em outro ponto estratégico, a Geléia Geral do ministro da Cultura e pop star em países europeus, Gilberto-gil-vou-mudar-meu-web-site continua animando os coquetéis da ONU, do ônus, do ânus, da Bahia, do Congo, do Haiti, do Panamá e daquele lugar repletos de vendedores ambulantes: Brasília. Aliás, é de lá das plagas candangas que a dancinha do siri veio causando furor e pânico (entenderam? Pânico!!!!). Certos vertebrados do local só podem andar de lado, pois outra explicação não há.

Ok, chega de ladainha.

sexta-feira, julho 13, 2007

Saudosismo


Bateu um saudosismo. Dos grandes. O telefonema foi ótimo. Agora ficam as canções tristes. Valeu mesmo. Como era bom o passado vadio de tardes não vazias, mas completas. Os verões eram os melhores. Divertido em estar. Fora as viagens de disputas malucas entre cidades vizinhas. Madrugadas com conversa. Desilusões. Frustrações. Brigas. Alegrias. Felicidades. Tristezas. Saudades.
Às vezes você causa uma falta enorme. Pois bem, as outras ladainhas da lembrança já foram mandadas por e-mail. Deixo então a letra da canção que nos lembra. Valeu Sandrey!



Reflexos e Reflexões
Paulinho Moska

Diga aí amigo...
Como vai você?
Estou aqui contigo
Você também me vê
Às vezes sou seu clone
E você é o meu
Não temos o mesmo nome
Mas nossa vida se perdeu

Em encontros e desencontros
Do mesmo sopro
Que atravessa eu e você
Se estou contigo
É porque estás comigo
E nós não podemos nos perder

quarta-feira, julho 11, 2007

The Kooks


A melhor música alternativa de hoje vem da terra da rainha. The Kooks é mais uma prova que a Inglaterra ainda tem coisa boa para apresentar. Formada na cidade de Brighton, em 2004, conta com Luke Pritchard (vocais), Hugh Harris (guitarra), Max Rafferty (contra-baixo) e Paul Garred (bateria).

O primeiro álbum dos caras se chama "Inside In, Inside Out" e permaneceu no Top 20 do Reino Unido durante mais da metade de 2006. Mais de um milhão de cópias do disco já foram vendidas e a banda excursionou por vários países do mundo.

O debut da The Kooks é uma mistura de pérolas pops com refrãos chicletes que grudam no tímpano facilmente. Quando você menos percebe, após a primeira audição da bolacinha, ao menos já está assobiando as melodias de "Naive" e "She Moves in Her Own Way", sem dúvida, as mais saborosas.

O grupo não apresenta nenhuma novidade sônora digna de outros conterrâneos, como Thom York ou Jarvis Cocker. Eles ainda são novinhos demais para chegar a comparações aos dois medalhões em questão. Basta lembrar que uma certa banda surgiu no cenário musical fazendo uma cópia do que o grunge apresentava no início da década de 1990 e que, em questão de tempo, surgiu nada mais, nada menos do que "The Bends", da Radiohead, um dos melhores álbuns da década passada. Se a The Kooks não compor algo quanto bom, também nem é necessário, desde que continuem com as suas músicas pops e não pirem em quererem fazer intervenções absurdamente eletrônicas.


segunda-feira, julho 09, 2007

Cego rever

Uma triste e bela canção arranca um pingo dos canais lacrimais. Faz-se forte a lembrança de um esquecimento que não se dissolveu. O causar de um arrepio viaja em alta velocidade através das veias. Foi mais um tombo medonho de frio e desatenção. Ninguém deseja um sonho ruim, mas eles aparecem na alta madrugada. A canção contribuiu no relembrar.

Um caso por acaso causou um desabar. Fracasso em sentir um bom gostar. Travado um soltar de sentimentos repudiou o decepcionar. Abriu com os olhos a falsa esperança de criar. Jogou morno um arquétipo de imaginar. Parou no momento em que deveria não fraquejar. Deixou-se ao ar levando um fim. Traçou em memórias agonias sem iguais. O período dificultou os trejeitos do sentir. Revelou uma saída mortal de mentir. Foi triste a iguaria que bebeu. Amaldiçoou o alvo do acaso retumbante. Escorreu pelo ventre uma saudade definitiva. E sobreviveu na conseqüência do exuberante. Fechou novamente os olhos e se tornou a gostar. Deixou-se após o sofrer e seguiu pelos caminhos do romper. Cheirou a última memória e agraciou o cego rever.

sexta-feira, julho 06, 2007

A quem eu mais amo

Glória em estar presente sempre nos momentos certos, mesmo que a distância insista em nos separar. Sorte e privilégio em tê-la como a pessoa que eu mais amo, admiro e confio. Diversão certa quando as nossas falas se cruzam. Sempre em que procuro ser o melhor, é por ti que dedico as vitórias. Ainda bem que outra vez agora você está, do contrário eu não seria assim tão feliz. Você que batalha entre os tiros da esperança. Você que pensa em mudança. Você que faz o seu melhor. Você que abre o meu sorriso mais sincero. Quero-te em um abraço para que me feche em você.
O agradecer seria redundância, mas novamente agradeço. E o que seria de nossas histórias se não existisse Los Hermanos? "Nos mares por onde andei/ Devagar dedicou-se/ Mas o acaso a se esconder/ E agora o amanhã, cadê?". Mas foi nos primeiros versos da canção citada em que as lágrimas caíram em queda livre. Lindo!
E seguimos, portanto. Finalizo, então, o começo, o meio e o fim de nós, com Liberdade, do Marcelo Camelo. Te amo minha irmã, Ana Carolina gravado no peito.

Liberdade

Perceber aquilo que se tem de bom no viver é um dom
Daqui não, eu vivo a vida na ilusão
Entre o chão e os ares vou sonhando em outros ares, vou
Fingindo ser o que eu já sou
Fingindo ser o que eu já sou
Mesmo sem me libertar eu vou
É, Deus, parece que vai ser nós dois até o final
Eu vou ver o jogo se realizar de um lugar seguro
Seguro
De que vale ser aqui
De que vale ser aqui
Onde a vida é de sonhar
Liberdade.


quarta-feira, julho 04, 2007

Um Novo Ano


Estava terminando. Alguns sofreram aborto. Outros caminhavam em um traçado torto. Mas ainda havia alegria.

O escrito de angústia se fez em tinta impressa em papel. Dores ampliadas ecoavam nos olhos que não enxergavam a distração do sono. Os reflexos eram rapidamente lentos e o grito surdo do despertador anunciava mais uma manhã inglória.

Os covardes se esconderam dos raios solares, enquanto as putas davam bom dia aos gatos que ainda tinham cabaços a perder. Tudo parecia tão poético, mas era verborrágico a ponto de causar bocejos em padres pederastas. Era o velho ano berrando um adeus soturno e intimista.

O novo dia amanheceu castanho e a felicidade vinha acompanhada com água e aspirina.

terça-feira, julho 03, 2007

Uhu! Nova Iguaçu


Uhu! Nova Iguaçu. Ao som de Smashing Pumpkins inicia mais um episódio da melhor sitcom do blog brasileiro: Fiasco no Bauhaus. Estrelando: Marta Brod Pittol Calçados, Leonardo Handa (sem apelido), Stella Adriana Sorvete, Dani Fernanda dos Santos (nossa! Que nome de doméstica) e Matheus Auzani Fusca 68. Episódio de hoje: Uhu! Nova Iguaçu.

Tudo começa com os cinco reunidos em algum lugar do caralho. A vida passa e eu que não telefono mais segue pelos caminhos os quais tinham uma pedra que eu tropecei com o meu lindo dedão. Los Hermanos me deram razão, o último romance é sempre o mais doce. Corta a cena, vamos para a descrição dos personagens.

Marta Brod Pittol Calçados: após gravar um comercial para uma famosa loja de Pato Branco que vende calçados e se chama Pittol, a garota propaganda viu a sua fama subir mais alta que o tal do morro do Divisor, local que, aliás, nunca encontramos. Só os chapados devem ir lá, portanto, eles esquecem aonde o lugar realmente fica. Depois de assistir ao filme Veludo Azul, com a Isabella Rossellini, resolve seguir a carreira de atriz em teatros da cidade. Mas, como há somente um, ela desiste da carreira e se torna jornalista, sendo apresentadora de um programa de decoração, construção e reformas em geral.

Leonardo Handa: depois de tentar carreira como animador de desenhos animados, desiste da carreira e se torna um personagem do seriado Pokemon. Porém, como ele era superior ao Picatchu, a bola amarela conversa com os produtores do desenho para que demitam Leonardo Handa. Ele, por sua vez, também se torna jornalista e viciado em bolacha maria com leite condensado vencido.

Stella Adriana Sorvete: moça surgida do acasalamento de um livro do Sartre e outro da Fernanda Young, surge ao mundo como uma forma mitológica que mora em Dois Vizinhos, mas não é filha da puta. Sempre, aos finais de semana, pega o expresso Brantur para retornar a sua forma humana. Tentou a vida como dançarina frita-passa-mal, porém, como não deu certo, também se torna jornalista por pura vocação.

Matheus Auzani Fusca 68: vindo da realidade surreal de São Francisco, colado em Santa Maria do Rio Grande do Sul (tchê), tenta a vida como médico espiritual, pois não passou no vestibular de Medicina de universidades conceituadas. Desenvolve uma vacina para curar a louca vontade que algumas pessoas sentem (necessidade) de arrotar. Contudo, fracassa e também segue pelos caminhos do jornalismo.

Dani Fernanda dos Santos: a menos fiasquenta do grupo. Ela costuma deixar a luz e o som do carro lugados quando estaciona para... cumprimentar os amigos. Adepta do bom e velho rock'n roll, usa saias com idiossincrasia a fim de compor um visual retrô com atitude. Nutre uma paixão sub-humana por homens (ou garotos?) de cabelos longos. Ou seja, cerveja! Digo, roqueiros. Dani chegou a integrar o grupo de amigos do personagem de desenho animado Capitão Planeta, pois se formou em engenharia florestal/ambiental/greenpeace/wwf/protocolo-de-kyoto, contudo, desistiu de ser defensora e se tornou animadora de locadora de DVD.


Uhu! Nova Iguaçu. Corta novamente que no próximo post terá a continuação da histórica. To be continued ou comming soon. Yeah!