Meu nome é Leonardo Silveira Handa. Jornalista. Perdido. Achado. Amante. Radialista.

quarta-feira, agosto 28, 2013

E você vai. Deixa esse lado da cama vazio, o seu cheiro e seus fios de cabelo. E você segue enquanto eu paro. 

quinta-feira, agosto 22, 2013

Vai doer...

Derrame essa lágrima em sua taça de conhaque. Beba pelo amor que deixou escorrer pelos dedos, pelas entranhas, pelas castanhas em sua boca, pelo medonho que te acompanha nas madrugadas. Faça tudo lentamente, nem tente apagar rapidamente, que a criatura da dor será mais persistente. 
O momento trará a carência, tenha certeza. Pegue na mão dela e vá passear. Abrace-a e durma de conchinha. Apesar de gelada, é necessária. E, quando novamente a lágrima cair, misture ao café e deguste. 
Ao entrar no Facebook e vê-lo com seu o status de relacionamento alterado, vai doer. Com certeza você vai olhar o Mural dele. Vai doer. Lógico que olhará novamente suas fotos. Vai doer. Não terá remédio que ajude, nem o Rivotril para te ajudar a pegar no sono. Pegue seu pijama, faça um chá e vá dormir.
Ao caminhar na rua, com seu vestido dado de presente e, caso encontrá-lo com seu grupo de amigos, respire. Caso tenha força, encare. Caso não, fuja. Sua casa tem um sofá confortável e uma coleção de comédias românticas que ajudarão no sofrimento do momento. E, claro, vai doer.
Depois de alguns meses, talvez passe. Leva muito tempo superar uma traição. Mas passa. No entanto, vai doer.

segunda-feira, agosto 19, 2013

Agora

Qualquer coisa que seja. Um beijo fora do tempo, um luto programado antes das 18h. Não importa. Contigo ao lado o merecimento é contínuo. Eu abro o sorriso, o olhar não fica pesado. Às vezes tenho a sensação da imortalidade. Basta você ao meu lado. Melhor, pelado, com a nuca solicitando, praticamente com um memorando, um beijo, uma carícia, um afago. É bom perceber que o meu carinho não é ruim, que é confortante, que é acalanto. É grandioso saber que dos outros eu tinha noções erradas, porque para eles tudo parecia descontentamento. Que meu toque era tragédia, que meu sexo era funeral, que minhas manias eram desagradáveis, que minha poesia era hostil, que minhas declarações eram músicas sertanejas. Mas, contigo, nada disso é horripilante. Meu toque parece veludo, meu sexo, ápice; minhas manias, perfeições engraçadas e minha poesia, clássicos. Muito melhor perceber que minhas declarações são Leonard Cohen. Qualquer coisa que seja, que seja, apenas, o seja. Agora.

sexta-feira, agosto 09, 2013

Bang Bang Tatuquara

Um novo corpo delatado pelo cheiro
Que exalou entre árvores cinzas
Nascidas do concreto interminável
Que cobre o renascimento de outros.
O frio da bala queimando o quente
Fez os olhos brilharem agonia
Quando o mesmo tiro de alegria
Adentrou narinas na noite e no dia.
Divida aqui não cumprida
É paga com os dentes explodidos
Com direito a capa na Tribuna

E demais sorrisos do autor.