Meu nome é Leonardo Silveira Handa. Jornalista. Perdido. Achado. Amante. Radialista.

segunda-feira, agosto 19, 2013

Agora

Qualquer coisa que seja. Um beijo fora do tempo, um luto programado antes das 18h. Não importa. Contigo ao lado o merecimento é contínuo. Eu abro o sorriso, o olhar não fica pesado. Às vezes tenho a sensação da imortalidade. Basta você ao meu lado. Melhor, pelado, com a nuca solicitando, praticamente com um memorando, um beijo, uma carícia, um afago. É bom perceber que o meu carinho não é ruim, que é confortante, que é acalanto. É grandioso saber que dos outros eu tinha noções erradas, porque para eles tudo parecia descontentamento. Que meu toque era tragédia, que meu sexo era funeral, que minhas manias eram desagradáveis, que minha poesia era hostil, que minhas declarações eram músicas sertanejas. Mas, contigo, nada disso é horripilante. Meu toque parece veludo, meu sexo, ápice; minhas manias, perfeições engraçadas e minha poesia, clássicos. Muito melhor perceber que minhas declarações são Leonard Cohen. Qualquer coisa que seja, que seja, apenas, o seja. Agora.