Meu nome é Leonardo Silveira Handa. Jornalista. Perdido. Achado. Amante. Radialista.

quarta-feira, maio 29, 2019

A Razão

Qual eco atravessa o surdo coração da sua razão?
Em mesas digitais com três mesários é encontrado?
É preciso mais do que isso para prevalecer, você me diz.
Mas se contradiz quando derruba seu papel de bala no chão.
Você me quer mais educado em todas as situações
Só que não olha os miseráveis ao seu redor.
Fortalece alianças para celebrar os mais belos casamentos
E fornece tratamentos àqueles que não querem a cura.
A rua infestada destilada por certo o algo incerto
Porque bandeiras são levantadas todos os dias
E ninguém entende para qual norte são apontadas.
A senhora queria um lindo beijo no recém-nascido
Com câmeras registrando cada frame do ato
Por uma única razão?
Sim, emocionar o eco que atravessa surdo
O coração daqueles mesmos que batem a sua razão.
lsH

domingo, maio 19, 2019

Tudo Normal

Tal e qual, até demais.
Teu sorriso amarelo
A minha blusa preta
O desgaste do pensar.

Tal e qual, o sentimento
As pessoas se doendo
A raiva escorrendo
E a vontade de amar.

Tal e qual, o quê?
Há tempos um buquê
Não recebi, sabe você
E o coração a coçar.

Tal e qual, tudo normal
Espero pelo dia
Que talvez chegará
Como um animal.

Tal e qual, simplesmente total
Aguardo um decreto
E espero contente
O velho sentimental.
lsH

terça-feira, maio 14, 2019

Eu detesto a maneira que o Régis Tadeu escreve
Não acredito nas verdades do Jornal Nacional
Novela boa é novela velha, que reprisa no Viva
E eu tenho muita sede quando como queijo.
A vida é bela, mas a gente se fode nela.
Citronela no repelente combina super bem
O novo disco do Cícero é mais ou menos
E eu tenho muita sede quando como queijo.
Não consigo olhar para a Cláudia Leitte
Nem um amigo meu, porque é cego.
Às vezes acho Jorge Furtado patético
E eu tenho muita, muita sede quando como queijo.
90% do país não entende as letras do Djavan
Wander Wildner é um charlatão talentoso
Masterchef é um programa ridículo
E o pão no meu queijo me deixou com sede.
lsH

sexta-feira, maio 03, 2019

Clássico
A febre desse amor em clima pulsante
E a sua garganta linda em minhas mãos.
O tanque de uísque pousado na mesa
E o estoque de alcatrão entre os vãos.
Giro os olhos afoitos em direção aos dedos
Enquanto seu suspiro tranquiliza o redor
E a minha tentativa de invasão se torna certeira
Conseguindo a compreensão do furor.
Observo os detalhes dos poros do seu pescoço
E o arrepio da pele morena que me fascina.
Não há nada melhor do que essa vacina
Ao menos para alguém que sentia uma carnificina.
O levantar do seu sufoco fica calmo
Enquanto a minha ânsia se torna plácida
E aquilo que eu havia segurado
Permito contigo soltar com pouco estrago.
Bem devagar eu saio e alcanço o gole
Bebido como leite pela boca úmida
E acendo meu filtro branco como se fosse o primeiro
De outros muitos que virão clássicos.
lsH