Meu nome é Leonardo Silveira Handa. Jornalista. Perdido. Achado. Amante. Radialista.

segunda-feira, fevereiro 23, 2015

O que será?

O que aprendemos no capítulo de hoje nesta parábola que chamamos de Vida? Que o buzz marketing é uma ferramenta incrível. Além de criar expectativas, gera desespero e lucratividade. Graças às incríveis forças sobrenaturais do Whats Up e Facebook e, lógico, à greve dos profissionais da estrada, que não são as prostitutas, tão pouco os vendedores de uva, criou-se um pavor exacerbado à procura de combustíveis. E olha que tinha gente com meio tanque ainda para rodar, mas como pato-branquense ama uma fila, acabou entrando nela só para ver no que ia dar. 

O encéfalo coletivo está sofrendo um retrocesso tremendo, o que causa damos sobretudo no raciocínio lógico. Há quem diga que até uma simples conta, como 1 mais 1, gera dificuldades para ser resolvida. Como seria lindo se todo esse pandemônio fosse por causa de uma edição perdida de um livro do Gabo. Pense que lindo seria: vamos todos para rua porque são poquíssimas edições e precisamos dela para aumentar a sagacidade e a maneira de pensar. Ou se fosse um discurso, impresso, um manifesto a favor do livre-comércio, redigido pelo Jose Pepe Mujica. "Cara, acabei de receber no Whats Up: é o último texto do cara e não vai chegar nunca mais em nossa cidade por causa da greve!". Nunca você receberá algo assim pelo celular. Agora, se for para causar o terror, sobretudo o alheio, é outra história.

Mas é lindo saber que a ignorância é vizinha do desespero e que os ensinamentos de Marx não foram em vão. Melhor ainda é perceber que a publicidade, mesmo em sua forma quase sem querer, arranca a procura por bens, independente de governo e credo. E que Maquiavel falou isso há tanto tempo e ninguém prestou atenção. 

É, meus caros, estamos em um período mais negro do que os barris da Petrobrás que, infelizmente, nem aos brasileiros beneficiam. Já dizia Arnaldo Antunes, "tire a mão e ponha o corpo todo no corpo da consciência, ponha ouvido, orelha, língua, boca na cara da consciência". Chegamos num momento em que é preciso pensar, no sentido literal, total e fraternal. E é por isso que a publicidade dá certo.