Meu nome é Leonardo Silveira Handa. Jornalista. Perdido. Achado. Amante. Radialista.

segunda-feira, setembro 25, 2017

Não há busca
Em troca de algo
Nem calor, nem amor.
É de sorriso que se abre
Um agradecimento.
De fato lógico
Um rompimento
Por hora chegou.
O cataclisma de sentimento
agora vazou.
Não foi culpa dos dois:
Um outro sempre surge (depois).
Dorme. Silêncio. Respiração. Observação. Dois. Lençóis. Janela. Cortina. Vento. Tranqüilo. Sereno. Olhos. Vela. Incenso. Corpos. Meia luz. Abajur. Cinza. Preto. Branco. Levanta. Banheiro. Urina. Desce. Cozinha. Água. Geladeira. Vodca. Caminha. Sala. Cinzeiro. Isqueiro. Cigarro. Acende. Traga. Esvai. Puxa. Solta. Vai. Fumaça. Coça. Levanta. Estante. Livro. Bucowski. Bebe. Traga. Esvai. Puxa. Solta. Vai. Abre. Página. Lê. Sorri. Espirra. Olha. Letras. Frases. Vogais. Consoantes. Achado. Perfeito. Triste. Alegre. Contente. Pára. Fecha. Boceja. Volta. Escadas. Cama. Deita. Olha. Corpo. Respiração. Carinho. Acorda. Sorri. Encara. Beijo. Toque. Começa. Pernas. Pele. Transpiração. Ação. Respiração. Beija. Língua. Pega. Solta. Agarra. Geme. Sussura. Transpira. Entra. Sai. Penetra. Volta. Desencaixa. Retorna. Confunde. Prazer. Vira. Posições. Carinho. Selvagem. Força. Recomeça. Abre. Fecha. Sai. Entra. Desliza. Acha. Chupa. Encara. Respiração. Suor. Lambe. Beija. Deixa. Quase. Interrompe. Beija. Recomeça. Mexe. Deixa. Fica. Mais. Vai. Segura. Pouco. Mais. Vem. Segura. Agarra. Continua. Forte. Cretina. Puta. Xinga. Vai. Agora. Vai. Vai. Vai. Vai. Ah!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! Deita. Vira. Fecha. Olhos. Dorme. Silêncio. Respiração.

segunda-feira, setembro 18, 2017

Às vezes precisamos de doses de loucura, de noites insones, de silêncio em meio a tanta porcaria que nos invade os olhos e ouvidos. É preciso sentir essa maluquice que bebemos e arrotamos em vida, porque nada levamos a não ser cada impressão digital na pele, cada história compartilhada, cada beijo alucinadamente dado. É necessário saber se ouvir, mesmo com tanto remédio controlado na mente. 
É obrigatório saber amar desenfreadamente, sem dosar as consequências, mergulhando de piruetas em pedras que nem sabemos se de fato são duras. É preciso sentimento real e muita coragem para estufar o peito e dizer tranquilamente: eu te amo. Às vezes não é preciso nem dizer com palavras, apenas transmitir em gestos simples, leves, carinhosos, generosos e deliciosos.
Não é afoito sentir vergonha. É lindo quando se pode encontrar alguém e olhar nos olhos e repassar docemente o sentimento através da pupila, da íris, das pálpebras, do piscar, do brilhar. E, para tanto, é sim necessário uma boa dose de loucura, pois a normalidade é careta e vizinha amiga da idiotice de não saber aproveitar o momento.
Meu escárnio escarrado
Na carne cortada
Que jorra sangue
De álcool acumulado.
O porco ali jogado
É pútrido e carente
De uma mente alucinada
De uma época passada.
Agora o bicho é outro
E o processo necessário
Pois eu quero novo gozo
Sem memória maltrata.