Meu nome é Leonardo Silveira Handa. Jornalista. Perdido. Achado. Amante. Radialista.

terça-feira, julho 27, 2010

Oportuno


Os dias frenéticos me interropem os prazeres.
Os pequenos detalhes seguem despercebidos,
Nem a velha canção funciona e não emociona.

As horas estão lotadas neste pensamento aflito.
Eu procuro um grito, mas o perco no vácuo.
Faço do coração apenas um pulso de sangue
E não vejo que de fato ele quer uma percepção.

Eu passo um risco no instante que quero.
Preciso de calma mesmo querendo o agito.
Fico aos nervos quando necessito de paz.
Recorro à memória e me sinto traindo.

Nos segundos falecidos eu vejo a derrota
E amplio com dicotomia, pois não é a verdade.
Trato o acaso como um passado empoeirado
E reflito neste pouco que nada está atrasado.
Tudo se trata de período contido
Que poderá ser resgatado em um dia oportuno.

segunda-feira, julho 12, 2010

Pode ser uma letra ao invés de um sorriso?

Você diz que estou chato
Mas não se liga.
Acredita que o errado agora sou eu
E não percebe que só quero atenção.

Faz de conta que sou segundo plano
Acha que pelas circunstâncias eu tenho que entregar
Pois fui o seu sofrer.

Justifica com o vago
E ainda quer sorriso e amor.

segunda-feira, julho 05, 2010

Eu quero a marginalidade em fratura exposta no meu corpo novamente. Desejo sentir na mente a inconsequência de não me arrepender pelos atos, independente dos fatos. Peço pela clemência do alcatrão que corrompe a minha garganta. Espero sentir outra vez o sangue das minhas mãos. Quero fumar Tom Waits. Quero rasgar Lou Reed. Quero dilacerar Ginsberg. Eu quero tudo sem culpa, incluindo o exagero dos versos, da pronuncia errônea e da falta de coesão. Eu desejo a leveza bêbada que eu não consigo entregar, pois insisto em me controlar e não me deixo levar pela embriaguez que outrora sobrevivi.

Cadê aquele jovem com pensamento velho de safadeza aflorada, como se estivesse copiando descaradamente o Bukowski? Não percebi o momento em que deixei a gagueira insossa do cotidiano me domar as rédeas cavalares, antes soltas de prazer. Pior que não encontro o período quando me deixei perder pela falta de agir enquanto via o status quo morrer. Por que eu perdi aquele lema de que ser feliz sozinho era realmente ser feliz? Bastava um gole de cachaça para lembrar e elucidar a clareza da vivência. Afinal, o apelido de demônio da garrafa não era mera licença poética, era concreto objetivo que tatuado ardia de alegria no cerne.

Eu quero o foda-se!