Meu nome é Leonardo Silveira Handa. Jornalista. Perdido. Achado. Amante. Radialista.

quarta-feira, agosto 26, 2009


Daquilo que chamam amor, a lágrima mata a nobre lembrança: a esperança melhor. Mas, a falta de compreensão no cotidiano interferiu no entrelaçar das mãos.
O anel no dedo somente atrapalhou. Difícil se acostumar com o adorno anunciante de uma fase que deveria ser estável. Não foi.

Das poesias fizemos lixo e das músicas fizemos sertanejo. Desenvolvemos preconceito e qualquer ruído virava tragédia.

- O que há conosco?

- Há o fim.

- Espero que não.

quarta-feira, agosto 19, 2009

Um ode ao Adeus


Como será? Não sei. Apenas conto com os bons ventos para que a direção não esteja totalmente perdida. Afinal, lutei ao máximo a fim de contribuir na conquista de dias melhores. Eu sei que ficou enfadonho o sentido, mas a face exposta comprova exatamente isso.
Se um total reconhecimento não encontrado foi, desculpas pela falta de percepção apurada. Tratei de sangrar um pouco para marcar, no entanto, perdi mais do que o necessário, se é que necessidade cabe outro tanto.
Eu sei que vazei como pude, amando e armando ferramentas possíveis na continuação. Espero não ter errado e agora continuo a sobrevivência, seja com doses de tontura ou homeopatia Omar Cardoso.
Aspiro e expiro, fosse cigarro fumado até o filtro, fosse letras redigidas até o final. Fosse anos dedicados às linhas, fosse impressos divulgados em títulos. Fosse momentos conquistados antes, fosse satisfação esperada ontem. Fosse recessos e folgas planejadas, fosse ofício adorado aos montes. Fosse sal em certos dias, fosse sol em tardes prontas. Fosse contentamento publicado, fosse atualização on-line. Fosse foto, fosse fossa. Fosse pólvora, fosse açúcar. Fosse tudo, com nariz ao norte, sem mágoas e sem planos.

Bons ventos...

quinta-feira, agosto 13, 2009

Oculto


Trato ao contrário
Para fingir o certo
Que omito
E destranco em sorrisos
Ensaiados que fojem
Dos meus lábios.

É cediço, mas ignoro
Frêmito a negação
Em meu coração
Mesmo batendo oco
Um desejo verdadeiro.

Grimpo por delgados deletérios
E faço de suas páginas
Dobraduras que perduram
Em minha memória salutar.

Não é salobro
O meu sentimento
Prefiro não deixar por aí,
Espalhado em ares
Que não posso respirar.

Leonardo Handa

domingo, agosto 09, 2009

Narcisando


Cega a Luz
Do isqueiro
No apagado
Quarto isolado
Na memória
Solitária.

Escorre tinta
Do olho aberto
Que enxerga
O rachado teto
Aos poucos
Que cai.

Esporra com pó
O rosto áspero
Que espera
Um beijo
Mas o amor
Está morto
E jogado
Em um canto torto.

Desenha uma fuga
Pelo espelho
E se perde
Na vaidade
Que esconde
Em seu quarto.

O seu medo
É a beleza
Que de tristeza
Se torna bela.

Leonardo Handa

segunda-feira, agosto 03, 2009

Desqualificado Amor de Comercial


Desqualificado amor de comercial de jeans,
De comédia romântica trágica,
De refrigerante sem gás.
Romance adolescente de anúncio de shopping
Comprado em grife americana
Elevado ao último grau de consumo
Que uma revista pode vender.

Amor de embalagem colorida artificialmente
Tendo como acompanhamento
Uma canção de plástico reciclável
Gritada por um jovem com o cabelo
Cuidadosamente desarrumado.

Início de namoro fast-food consequente
Mascado como chiclete Adam's
Comprado na entrada do cinema
E jogado na lixeira do McDonald's.

Amor de consumo involuntário
Vendido em promoção de supermercado
Ilustrado com letras garrafais
E pendurado na vitrine das vaidades.

Romance pop de butique
Que derrete como picolé Kibon
Em alguma loja moda-jovem
De roupas com etiquetas caras
Que aceita cartões de crédito
Facilmente encontrados
Em postos de combustíveis
Com lojas de conveniência.

Leonardo Handa