Meu nome é Leonardo Silveira Handa. Jornalista. Perdido. Achado. Amante. Radialista.

domingo, novembro 22, 2009

verSos de DesPEDIda

Um derrotado pelo não continuar que tentou brigar e desistiu/ Dos lábios guardarei a memória e riscarei as cicatrizes mais tristes/ Possível foi enquanto resistiu, mas quis o último verso e me caiu/ Na noite solitária o pensamento resposta trouxe/ Difícil acreditar enfim no concluir/ Um barco de razão viajou pelos canais e o corpo pediu abrigo para dormir/ O velho truque é sempre achado farsa, então que se faça decisão antes que exploda o crânio/ Sinto por retirar o seu anseio, mas o meu desejo ainda é livre-arbítrio.

terça-feira, novembro 17, 2009

Um silêncio no fim. A boca, carmim. Batom deixado, nos lábios, assim.
Sincero sorrir, meio triste, enfim. Quis cobrir a falta de alegria em mim.
Pedi um fato, recebi um toque. Fiquei a pedir, não refleti, fim.

terça-feira, novembro 10, 2009

30 e poucos anos

Meia-droga. 22h33. A maldita da Regina Spektor me infernizava pela caixinha preta do meu computador. Às vezes ela é uma chata, mas ajuda muito bem a ter uma boa noite de sono. Minha porção indie estava bem despertada no cerebelo. Até coloquei uma camiseta do The Killers para dormir. Ainda era cedo.
Curti mais um pouco e continuei uma pesquisa idiota sobre filmes da década de 1960. Não tinha a mínima ideia do por que daquilo. Mudei a sonoridade e parti para The Smiths. Os longas-metragens sumiram e logo comecei a bisbilhotar os amores. A fonte, claro, um site de relacionamento, se é que podemos chamar o Orkut disso.
Ok, nada melhor do que as lamúrias de Morrissey como trilha sonora. Primeira vítima: Luiza Vilela. Casou. Teve duas filhas, uma loirinha como ela e a outra morena como o pai, Patrício Albuquerque, advogado, de família tradicional. Um pulha de pessoa, tão arrogante quanto inteligente. Conseguiu a guria mais linda com base em O Pequeno Princípe. Genial! Arrancou-me pelos dedos a moça mais perfeita da cidade para um casamento lindo simplesmente porque não li a porra do clássico de Antoine de Saint-Exupery. Fazer o quê. Página virada e leite derramado.
Quando comecei a digitar o nome da segunda vítima, a bicha do Morrissey começou a me cuspir os versos de Please, Please, Please, Let Me Get What I Want. Tive vontade de chorar. Afinal, Maria Letícia foi a mulher que mais amei. Ela me deixou em depressão. A psicologia moderna nunca mais foi a mesma depois dela. O que ela causou em meu cérebro ninguém conseguiu explicar, nem o Freud! Comecei a desenvolver síndrome de pânico. Eu achava que ia morrer a qualquer momento. Fiquei anos sem poder ver uma moça com vestidos floridos e sentir aquele perfume mais clichê da Natura. Não gosto muito de lembrar, ainda tenho sequelas.
Maria Letícia gostava de filmes iranianos, algo que me dava ânsia. Adoro planos sequência, mas os cineastas do Irã exageram. Como qualquer letrista, Chico Buarque era o nome tatuado em suas costas. Idolatria em doses nada modestas, ela o bebia sem dó nem piedade. E eu que o adorava tanto comecei a sentir ódio. Enfim, atualmente Maria Letícia está solteira, leciona em uma universidade a disciplina de Literatura Brasileira e escreve críticas culturais em uma revista nacional. Terminamos porque eu, no alto da minha ignorância, disse que achava o Paulo Coelho um gênio.
Terceira vítima: Giseila Ribeiro Santanna da Silva Rodrigues. Nome terrível. Ainda não entendo como ficamos um ano, cinco meses, sete dias e três horas. Ela tinha tendências "axézeras". Sua bunda era linda, mas eu continuo a duvidar do seu caráter. Óbvio, me colocou alguns pares de chifres. Por causa dela aprendi umas posições bacanas, o que me ajudou nos outros relacionamentos. Virou stripper, fez um aborto, usou cocaína e dizia que me amava. Isso só me relembrou que a quarta vítima fui eu.
Pior agora que já é tarde, perdi um tempão remoendo o passado por nada. Agora vou ter que ouvir Regina Spektor para pegar no sono e tomar um café requentado. Que merda! Boa noite.