Meu nome é Leonardo Silveira Handa. Jornalista. Perdido. Achado. Amante. Radialista.

segunda-feira, setembro 26, 2011

Não estava a fim de retratar novamente o sentimental, mas somos feito disso. Queria ter rabiscado um poema ou musicado algo que valha. Não obtendo sucesso, retrocesso o processo presente. Mas acabo ficando contente, pois houve um rompimento antes do estrago total. Reconheço a derrota de cabeça semi-forte, ainda o período é tufão. Vejo, novamente, como aprendizado. Curti os planos e percebo que para algo eu servi: o fortalecimento de algo que nunca deveria ter sido discutido. Agora peço a gentiliza de me retirar de algo retirado e desejo a felicidade mútua a ambos. O amor prevaleceu.

terça-feira, setembro 20, 2011

Atmosférico

Atmosférico. Viagem sinistra pelo pensamento audacioso. Remorso inconstante em ação. O teto gira como catavento, mas nada pega, nem relento. Os olhos vidrados trincam no claro. Truques do destino, faro-fino do saber. Entendimento nulo, obtuso retrato de deglutir. Exercício de saber, sem contas a fazer. Poesia riscada, letra quebrada, canção dilacerada. Frase rabiscada da cintura para cima. Frescura de sentir, dor de agoniar. Amor em vão, alegria em grão. Tropeço do acaso, caso do sossego. Leituras apagadas, sentimentos invertebrados. Páginas estupradas, canetas abertas. Vaginas lagrimosas, pênis com rinite. Atmosférico. Hiberbólico sonido de substância lícita, na leitosa vulva que oferece carinho. Pus de felicidade brotando dos lábios, que doloridos sorriem torto. Mas morto um desejo FRANCO, mesmo não conhecendo o significar. Do contrário, honraria o batizado. Atmosférico. Periférica entrada conhecida. Fálico gostar de satisfação. Faça-se honesto, pelo menos no agora. Embora outrora a aurora, flora de sangrar lá fora. Atmosférico. Fake de Coca-Cola com sabor de Pepsi, colorido artificialmente com Suvinil. Falsificação de M.Officer em boutique luxuosa nos Jardins. Atmosférico. Fere até viver.

quarta-feira, setembro 14, 2011

Síndrome de Pânico

É um desafio, às vezes. Outrora, sou vencido, mas consigo contornar com fuga. Mas, digo, trabalhar com crise de pânico e ansiedade é dilacerante. Sinto como se o meu cérebro fritasse. A confusão não permite concentração, algo que, durante uma entrevista, preciso para realizar o bom ofício. Hoje, por exemplo, estava tudo normal. Tinha anotada todas as perguntas necessárias, eu tinha uma clareza da complexidade das pautas e já tinha traçado o andamento das questões. Como sempre acontece, repentinamente, um leve desespero inicia. A única coisa que passa pela cabeça é a palavra: fodeu. Tento controlar a respiração, que entra em parafuso e sinto como se um macaco estivesse aprontando as melhores besteiras em meu peito. Eu sinto uma dormência, às vezes. Não sei se é princípio de infarto, afinal, fumante eu sou. O certo é a vontade de sair voando do local, qualquer que seja. Fico me imaginando tendo essas crises em um avião. Como seria meu comportamento? Enfim, no caso de hoje, o auto-controle foi preciso e meu esforço valeu a pena, pois curti me sentir capaz de não precisar inventar uma desculpa para vazar como água parada em pote rachada de planta.




Neste momento, estou lendo coisas a respeito dessa síndrome. Eu a trato com doses de fluoxetina. Não me sinto um completo viciado, mas tenho a necessidade dela para certos casos que eu sinto que sentirei a sensação. Tento me precaver, afinal, sou jornalista, estou sempre em contato com pessoas e necessito de um controle. Mas já tive crises em entrevistas e ressalto: é muito desagradável ter a impressão que perderei o sentido a qualquer momento, como se fosse desmaiar na frente da pessoa. Entre os sintomas, que acabo de encontrar, listo:

1- Aceleração da frequência cardíaca ou sensação de batimento desconfortável. (Sinto frequentemente).
2- Sudorese difusa ou localizada (mãos ou pés). (Isso não sinto. Terrível para quem sente).
3- Tremores finos nas mãos ou extremidades ou difusos em todo o corpo. (Isso é horrível. Sinto, infelizmente)
4- Sensação de sufocação ou dificuldade de respirar. (Essa é a pior de todas. Parece que você morrerá afogado pelo próprio ar que respira).
5- Sensação de desmaio iminente. (Igualmente terrível. Parece que naquele instante você vai encontrar o chão. Não é nada bom. Imagine você sentir isso durante uma entrevista. Eu sinto).
6- Dor ou desconforto no peito (o que leva muitas pessoas a acharem que estão tendo um ataque cardíaco). (Muitas vezes pensei que estava morrendo do coração).
7- Náusea ou desconforto abdominal. (Opa, isso não sinto. Seria um bom sinal?).
8- Tonteiras, instabilidade sensação de estar com a cabeça leve, ou vazia. (Nem preciso comentar. Horrível. Ops, comentei).
9- Despersonalização* ou desrezalização**. (É como se eu não fosse eu).
10- Medo de enlouquecer ou de perder o controle de si mesmo. (Às vezes acho que perdi a sanidade).
11- Medo de morrer. (Sempre).
12- Alterações das sensações táteis como sensação de dormências ou formigamento pelo corpo. (Uma grande bosta).
13- Enrubescimento ou ondas de calor, calafrios pelo corpo. (Ufa, isso não sinto).


Caso você tenha esses sintomas frequentemente, leia esse site (http://www.psicosite.com.br/tra/ans/panico.htm). É muito esclarecedor. Vale a pena.


Enquanto isso, vamos sentindo. E trabalhando.






terça-feira, setembro 13, 2011

A sua parte hoje sou eu

A melancolia absorve essa cerne que necessita de descanso. Os olhos fundos desejam raiva, mas é de amor que o corpo se nutre. De tanto querer, te perdi em definitivo, sem razões explícitas. Minha imaginação permite as interpretações. E tenho a certeza: fim.


Ontem percebi que é necessário um pouco de humor para o enfrentar das mazelas. Mesmo com a conclusão, deixo a tristeza inundar graças aos versos que analiso como se fossem para mim, daquela banda que você também curtia. "Nessa cidade tem uma rua que eu não ouso mais passar". Nem preciso falar qual. "Nessa cidade tem uma rosa, de pálida agonia a me esperar". Se espera, tomara que alcance. "Nessa cidade tem uma casa, que eu não posso mais entrar". Nem nunca entrei. "Nessa cidade tem outra casa, cheia de flores pra você". Apesar de, na verdade, tratar de morte, eu penso em outra coisa. "Eu não vou mais estar do teu lado. Mesmo assim, sempre vou te amar". Talvez, a única certeza que permeia meus poros. "E essas coisas do teu namorado, em silêncio eu vou falar. É uma necessidade". Por isso continuo a triturar as angustias em algum espaço, já que agora muitos sabem. Não vou mais esconder. "E não vem dizer que é errado, você sabe o que aconteceu". Pelo menos você sabe, pois eu continuo apenas a mentalizar, criando aquela aflição que nunca desejaria. Sim, estou sendo Franco. "Boa parte de mim vai embora, a sua parte hoje sou eu". Nem preciso explicitar.

segunda-feira, setembro 12, 2011

Fuga

Estamos cá, acalmando o coração. A tolice de descontrole mental permeia o fluxo repentinamente. A gente tenta e aos poucos, conforme os minutos passam, a tranquila sugere alguns instantes de paz. O amor ainda é a razão, mas enquanto não vem, a situação ideal é o sono, a fuga da vivência.

sábado, setembro 10, 2011

Eu não sei quais foram as mentiras. Acredito que será melhor nem sabê-las. Não quero mais ficar recebendo ameaças, desaforos e impropérios. Apesar de me sentir sincero, fica um resquício de um sentimento errado. Talvez o meu erro tenha sido confiar demais. De toda a maneira, não pretendo vingança, não pretendo mais abrigo, não pretendo mais procura. E, apesar de tudo, da mais profunda verdade, desejo que agora você tenha felicidade ao lado de quem realmente ama. Só não quero que me acuse de ligações. Elas não foram feitas. Caso esse detalhe continue a ser explorado, um meio arquitetado pode ser posto em prática. Infelizmente, será prejudicial. Mas eu vejo que agora a poeira acentou e o seu deslumbre é outro. Acredito que não terei que não precisarei mover uma ação para isso. Eu só queria um mínimo de respeito pela brincadeira, algo que eu vejo que foi da sua parte. Mas, seja feliz. No fim das contas, guri, deu tudo certo. Para você, pelo menos.

terça-feira, setembro 06, 2011

Não estou entendendo. Primeiro, vem um e-mail, pede que eu te esqueça. É claro que não conseguir fazer isso, mas estou respeitando e não entrei mais em contato. Agora me manda outra mensagem dizendo para que parar de ligar para o seu namorado? Como assim? Nada fiz!

sábado, setembro 03, 2011

Com mais de 30

Fato da semana: completei 30 anos. Bem sobrevividos, diga-se de passagem. E nesta hora, o que me vem à cabeça é aquela música do Marcos Valle, que diz assim:

Não confie em ninguém com mais de trinta anos

Não confie em ninguém com mais de trinta cruzeiros

O professor tem mais de trinta conselhos

Mas ele tem mais de trinta, oh mais de trinta

Oh mais de trinta

Não confie em ninguém com mais de trinta ternos

Não acredite em ninguém com mais de trinta vestidos

O diretor quer mais de trinta minutos

Pra dirigir sua vida, a sua vida

A sua vida

Eu meço a vida nas coisas que eu faço

E nas coisas que eu sonho e não faço

Eu me desloco no tempo e no espaço

Passo a passo, faço mais um traço Faço mais um passo, traço a traço

Sou prisioneiro do ar poluído

O artigo trinta eu conheço de ouvido

Eu me desloco no tempo e no espaço

Na fumaça um mundo novo faço Faço um novo mundo na fumaça

Não confie em ninguém...

Eu fui professor, acho que já tive mais de 30 cruzeiros, não lembro, nunca tive mais do que 30 vestidos, muito menos ternos. Mas já tive um diretor que quis mais de 30 minutos para dirigir a minha vida. E eu neguei.

sexta-feira, setembro 02, 2011

E continua a doer.
Mas tenho que aceitar.
Não posso me culpar,
Mesmo me fazendo.
Lógico que te queria.
Perdi sem razão.
Até existe.
Não sei o fato.

Espero que seja feliz. Muito.


quinta-feira, setembro 01, 2011

Reinventar

Eu vejo que estou recomeçando ou procurando motivos para isso. Vou aproveitar a nova idade para me reencontrar, não ser tão tolo naquele processo sentimental que chamamos de amor.

Teve a turbulência de uma traição, a falta de carinho, o aproveitamento da fraqueza e a exploração da amizade, como se fosse uma forma de castigo por um passado totalmente errado. Tudo isso ocasionou a fritura do meu cérebro, o aumento de uma doença e uma ferida enorme no peito cuja cicatrização não ocorre. Sofri com tamanha dor cada segundo que eu via o relógio consumir. Passei um tempo sem contato, tentando o esquecimento a todo custo. Falhei.

Por um deslize do meu coração, voltei a conversar contigo. Você veio com palavras frágeis, dizendo que sofria saudades, que gostaria de uma reaproximação. O idiota do outro lado, no caso, eu, aceitou. E, novamente, sentiu os calcanhares se quebrarem. Tentei ser próximo, mas o sentimento me machucava.

Depois de uns meses, com as chagas ainda escorrendo, eis que um outro alguém surge na vivência, repleto de dizeres carinhosos, gostos próprios, tranquilidade e safadeza, tudo ao mesmo tempo. Paixonite, no início, eu pensava. Mas o gostar foi amadurecendo de um dia para outro, como se fosse uma explosão sônica. Houve o sexo e a certeza: uau.

Lógico que a perfeição não se faria presente, afinal, estamos falando da minha pessoa, um azarado quanto ao amor. Existia uma terceira pessoa e eu sabia. Não devia ter começado nada antes de um rompimento. Nunca quis ferir ninguém, avacalhar com o sentir, ser estorvo do outrora ou culpado do fim. No entanto, eu fiz, tirando o último item. O detalhe que a parte que lhe cabia não foi cumprida e senti um desrespeito para com os meus sentimentos. Coisas assim, nem animais. Eu continuo a respeitar e a te amar, mas tenho uma tremenda confusão em meu córtex que preciso romper e reiniciá-lo. Seria perfeito contigo. Não posso, infelizmente.

Agora, depois de dois amores estraçalhados, eis que vem o período mais difícil, eu sinto. Vou seguindo um passo por vez e procurando o eu que perdi. Vai ser complicado... Está no momento de se reinventar.