Meu nome é Leonardo Silveira Handa. Jornalista. Perdido. Achado. Amante. Radialista.

quinta-feira, fevereiro 28, 2013

Bateu uma tristeza tamanha. Fica aquela indagação: conversar ou não? 

domingo, fevereiro 24, 2013

Coragem.

Eu sempre tive um problema ou, talvez, uma solução: o sofrimento por antecipação. Repentinamente, quando a mente está de bobeira, imagino como será quando meus pais morrerem, como seguirei meu caminho, como será minha vida sem eles, como será a minha solidão, a minha tristeza. Um dia a morte virá e tudo aquilo que sabemos, mas não vivemos ainda. 
Este é apenas um exemplo bobo que, psicologicamente, não é nada aconselhável. Eu utilizo como ferramenta de previsão, de como deverei agir no futuro. Serve para alguma coisa? Não tenho a mínima ideia. O mais recente arquétipo, no momento, mais próximo, bem mais próximo, pois se trata de dias, é a despedida de amigos. Há um mês, meu amor pediu o desquite, agora, fico sabendo que uma grande amiga vai partir, navegar novas ruas, respirar novos amores, trabalhar novos retratos, curtir outros compartilhamentos, aproveitar novas aventuras. E, novamente, vou sofrendo por antecipação. Estou extremamente feliz que tenha dado tudo certo para ela. Porém, com um pensamento egoísta, me pergunto: e agora? Como eu fico? Sempre quando alguém vai embora, principalmente quando se é uma pessoa muito, muito querida, um chão se rompe. 
Já estou imaginando os abraços, as lágrimas despencando, o coração acelerado. Em menos de cinco meses, será mais um dos "tchaus" super-importantes da minha vida. Um dia, foi um casal, depois, o namorado, agora, a grande amiga. Não deveria sentir essa melancolia, ninguém quer, mas é algo involuntário, sem controle. 
Enfim, contudo, com essa mesma amiga, em uma conversa, falamos: parece que sempre quando alguém vai embora você sente inveja, porque você ficou, continua no mesmo lugar, e eles estão crescendo, evoluindo. Por que será que dá essa sensação? Não sei, não vou sentir isso contigo, sentirei apenas falta e a certeza de que estou ficando por medo, e você vai porque tem coragem. 

quinta-feira, fevereiro 21, 2013

Até de amor nos curar

Nada se compara a você.
Eu queria ter um derrame de amor,
Por ti.

Meu rádio toca a mesma canção
Meu tímpano está viciado
E o meu corpo também.
Por ti.

Respiro aquilo que te cheirei
Do peito até sua nuca
Da tatuagem até a virilha.

Nada se compara a você
E tenho medo
Que tudo será comparado,
Nos próximos,
Nos outros,
Nos vácuos.

Eu queria ter uma ferida contigo
Que continuasse aberta
Até de amor nos curar. 

lSH

quarta-feira, fevereiro 20, 2013

As pessoas estão cansando uma das outras muito facilmente. Seria um efeito de mudança de interface? Seria os relacionamentos cada vez mais efêmeros via Facebook? Seria a falta de interesse de manter um relacionamento de fato? Qual seria o serão? Qual será o seria? Freud, tudo bem?
Uma grande mudança está acontecendo. Ainda existe o compromisso, mas cada vez mais breve, por vezes, superficial. Por isso admiro as pessoas que conseguem manter um relacionamento à distância. Tenho uma colega de trabalho que é noiva de um americano e eles continuam se amando, mesmo ela aqui e ele lá nos EUA. Acho isso tão incrível. E certas pessoas acreditam que 54 km é demais. 
Alguns indivíduos não gostam de manter mesmo. A lei do desapego é bastante evidente. Até demais.


sexta-feira, fevereiro 08, 2013


Para cumprimentar, não precisa fazer a chuca, não precisa lavar a bunda, não precisa ser santo. Para cumprimentar, não precisa ser amado, não precisa ser corno, não precisa ser arrogante. Para cumprimentar, não precisa vestir roupa de marca, não precisa estar sem, não precisa estar com. Para cumprimentar, não precisa ser rico, não precisa ser pobre, não precisa ser de classe alguma. Para cumprimentar, não precisa estar manso, não precisa estar bravo, não precisa estar contente. Para cumprimentar, não precisa se machucar, não precisa se alegrar, não precisa se entregar. Para cumprimentar não precisa ter medo, não precisa ignorar, não precisa estar bêbado. Para cumprimentar, não precisa estar de chinelo, não precisa estar de All Star, não precisa estar de Prada. Para cumprimentar, não precisa ser elegante, não precisa se mostrar o prepotente, não precisa ser o melhor. Para cumprimentar, não precisa estar em dia com o imposto de renda, não precisa ter viajado para a Europa, não precisa falar a mesma língua. Basta olhar. 

terça-feira, fevereiro 05, 2013

Diário de bordo

Dia 05 de fevereiro. 22h34. Deitado no sofá da sala, acabo de ler uma matéria sobre a fase Ziggy do David Bowie. A sua história com o meio irmão, Terry, me deixou com o sentimento exposto. É que me identifico com pessoas que possuem problemas mentais. Talvez por ser uma. Nesse meu diário de bordo, onde enfrento mais um rompimento amoroso, parece que tudo é utilizado como maneira para enfrentar a dor. Não queria deixar a impressão de tristeza, mas é inevitável. 
Enquanto o relógio da sala faz tic tac e a minha cachorrinha rói um osso velho no tapete, fico pensando em como poderia ter sido diferente. Na realidade, nem sei se sinto mais, se sinto muito ou se me sinto bem ou mal. Apenas sinto. Mas o quê? Por isso que vem a história do Terry e seus internamentos, até o seu término com a cabeça estrategicamente colocada nos trilhos de um trem. Ficou um sentido suicida? Sim. É claro que não estou atestando aqui meu desejo de realizar a atitude. Não. Só queria dizer que se trata de um alívio para muitas pessoas. Apesar de ser meio covarde, dependendo dos casos, deve ser extremamente respeitada. Infelizmente, o cérebro realiza tamanhas artimanhas que fica impossível controlá-lo. E, apesar de todos sabermos, quando a morte chega, nunca estamos preparados. Não lembro quem disse isso, mas, com certeza, não fui eu.