Meu nome é Leonardo Silveira Handa. Jornalista. Perdido. Achado. Amante. Radialista.

sexta-feira, julho 21, 2006

Claustrofobia

Uma preguiça exacerbada incomoda o fim de tarde. Ela se arrasta pela avenida das vontades que estão sendo retiradas e proibidas de sentir. As forças ocultas vão ditando a mesma fórmula insistentemente aplicada. Os valores a algumas tecnologias não são reconhecidos pelos ditosos apóstolos do retroativo pensamento. É tanta falácia, tantos dizeres a respeito do avançar, mas que acabam dicotômico quando as atitudes da blasfêmia surgem através de mensagens on-line. Então que seja proibida qualquer maneira de expressão, de passatempo nos períodos ociosos, afinal, se foi o tempo da escravidão incorporada pelas corporações modernistas. Com tanta contradição, o jeito é burlar o acesso.
Não há como evitar. E no momento em que as classes voltarem, como será? Será que anotações e observações de corretas exigências estarão em negrito em seus históricos, anotadas em cores diferenciadas? O funcionalismo também move a máquina oleosa da vivência natural que é imposta no cibernético.
O sol está se pondo. Se pondo também está a vontade. O proibido proibir dos franceses ainda não chegou nas plagas que reverberam a insatisfação. É tanta apelação que não se enxerga o real trabalho que está sendo mostrado. São apenas os reclames que chegam aos ouvidos dos claustrofóbicos.

Que coisa, hein?

quinta-feira, julho 20, 2006

Escrito sem pensar - instinto no extinto


Um punhado de apanhado pelo chão, juntando as palavras ali jogadas sem fixação, atrás de rimas idiotas em extinção. Nada de desenhar projetos com frases milimetricamente desenhadas. Sem escalas, sem presepadas. Pressuposto o tosco sentido da ação. Santo Deus!!! Quantas baboseiras de ficção.
E vai pelo lado instinto da contradição, vomitando fezes de satisfação, cagando coisas sem qualquer significação. É tanto "ão" que está causando infecção. Deixamos para lá a situação e retorcemos a massa, procurando outra sugestão. Desistimos e seguimos pelo "ar", então.
De tanto pesquisar não consegui solucionar, nem redirecionar. Culpa dicionário que realmente me deixa optar, ao contrário do cansaço de odiar. E o ódio faz capotar, em pleno madrugar sem direito a luar. É muita exaustão. Ops, retornamos sem querer ao "ão". Não foi de propósito, o premeditado se permite pensar, principalmente na definição. Mas qual é o perguntar? Que loucura cavalar, que nojo de tradição. E segue a ação sem finalização. Afinal, foi tudo sem pensar. Era para ser sobre instinto e a sua extinção, porém, acabou sendo um verbo rajado de limitação. Ah, nem queira achar a solução, resuma apenas como um passatempo a respeito do "ar" e do "ão".

quarta-feira, julho 19, 2006

Bom dia, sono. Às vezes fica extremamente difícil acordar. Hoje está sendo assim. A remela cibernética ainda não saiu do canto dos olhos. Nem óleo diesel ajuda a retirá-la. É o formol que impera na conservação do bocejo. Uma estratosférica preguiça que embala o período matutino. Como uma canção do Damien Rice, com aqueles dedilhados de violão e melodia pegajosa e arrastada, perfeitos para degustar um café da manhã com torradas e manteiga. Aliás, as canções do Damien Rice são exatamente redondas junto ao desejum matinal. As composições são ótimas para acordar. Deve ser por isso que ainda esteja com sono, pois não ouvi nenhuma música dele no momento em que levantava. Mas, digo de passagem, lavar o rosto com uma música do Damien é um bom experimento, sobretudo com a canção Cannonball. Com certeza absoluta, ressalvo em gratidão, acordar ao som do cara é dia bom no alvo. A simplicidade sônica tem dessas coisas.
No momento em que escrevo este post, o sono até que está indo embora. Confesso que é culpa dos acordes damienriceanos. Amplio os predicados e aproveito para sugerir também o acompanhamento de Jamie Cullum, pop/jazz na medida exata em qualquer refeição do dia. E, para esquentar, não há como esquecer os Pixies, banda de Boston que está no meu playlist contínuo de possibidades risonhas.

Ah, como é bom ouvir música...

segunda-feira, julho 17, 2006

Divertimento para uma noite de sexta-feira

De preferência, sozinho, coloque na vitrola qualquer som do Pixies. Caso tiver, opte por uma coletânea ou pelo lado b da banda. Tente cantar junto enquanto estiver dançando, mas tem que se remexer de um jeito bem esquisito.
Permita que a voz do Black Francis (ou seja lá como ele esteja assinando o seu nome no momento) penetre os seus tímpanos. Deixe que o vocal cause estragos no cérebro. E quando o vocal de Kim Deal (a baixista do Pixies) entrar sem pedir licença, faça a mesma coisa, responda com o seu vocal contra o aparelho de som.
Faça com que os seus vizinhos ouçam a esquizofrenia sônica. Não da banda, e sim, os seus sons. Vale palmas, berros e grunhidos. Só não vale peidar. Se na bolacha tiver “Broken Face”, melhor, será o seu apogeu solitário. Abra um vinho, acenda um cigarro, vomite a canção.
É óbvio que no conjunto das canções, “Here Comes Your Man” terá presença obrigatória. Opte pela versão oficial. Mesma na obviedade, solte as sensações mais estranhas que desejar. Logo após, seria legal que tocasse “Gigantic”. Daí é só correr para o abraço e sorrir ao espelho uma boca suja de vinho.

quarta-feira, julho 05, 2006

Para Alberto e Amanda em algum lugar do pacífico artificial onde se encontram as cores das flores

Iluminando o canto escuro com os sons daquelas notas musicais que recheiam os movimentos rápidos dos olhos. Algo fantástico para se ouvir em uma noite nebulosa. Aquela do "todo mundo se machuca". Espero que você entenda.
Vai lá e traga algo para a satisfação. Traga duas, uma carnal e outra de espírito. Roube lá do céu um pedaço de devaneio frívolo que faça a diferença. Pode ser um asteróide de sentimentos líquidos que possam ser bebidos com chocolate. Meio amargo, é bom ressaltar. E deixe por aí aquele olhar fechado, quase cego que retorce o pensamento mais fiel.
Deixe-se alegrar o triunfo da discordância que sacia o âmago claustrofóbico. Leia-se em voz alta para escutar a beleza do poema composto ao sangue de misericórdia. Caia na folia disléxia do antropofágico cálculo renal das aquisições amorosas. Faça-se em lágrima de água benta aprovada pela inquisição mais autoritária das suas razões que me alegram. Ilumine ainda este canto que suplica conseqüências sinceras, como um parto ao contrário, injetando vida para ser recriada. E me espirre as bobagens viciantes que não me canso de passar através do ar. Maldito vírus que não se cansa de contaminar. É um fato mesmo essa adolescência adulta com tantas conversas sagazes que beiram a depressão. Um cansaço, uma estafa, uma balbúrdia com refrão pesado de guitarras dissonantes. Ao contrário da canção antes cantada em forma de parábola que você infectou o meu coração. Então agora eu rasgo lentamente enquanto espero o pedaço ou o algo que me traga lá de cima, do azul, do negro, do amarelo, do ciano, do grotesco infinito possivelmente desenhado. As minhas mãos estão ao alcance do entrelaço que revigora o privilegiado atroz esperançoso, pintado em gotas de tintas frescas. Vários tons ainda desafinam a beleza do retrato, para tudo, a leveza da melodia vai me causando pegajosos arrepios. Há vida no canto escuro iluminado com meu isqueiro de frivolidade. Pegue logo, o fluído está acabando.