Meu nome é Leonardo Silveira Handa. Jornalista. Perdido. Achado. Amante. Radialista.

segunda-feira, julho 27, 2015

A dor do término de um amor

Quando um relacionamento entre um casal que se ama chega ao fim, caso você seja 50% desse amor e esteja nessa situação, o que faz? A dor e o sofrimento parecem algo infinito. Ambos os sentimentos batem na sua cabeça assim que os olhos são abertos pela manhã, se é que houve uma noite de sono. Tudo é muito difícil.
Seus amigos tentam o impossível para te levar às alturas, aconselhando-o com frases de impacto, te tirando de casa, preparando jantares e enxugando suas lágrimas. Mas o que de fato você faz? Fica olhando os objetos que ele deixou na sua casa, cada um com uma história que na sua mente parece algo fantástico. Até uma simples meia se torna a coisa mais fabulosa para se admirar. Ao invés de apagar as mensagens dele do seu celular, repassa uma por uma para lembrar-se dos momentos lindos que passaram juntos. Aí bate aquela vontade de ligar, de escrever pelo WhatsApp, Facebook, Messenger, Google Talk, sinal de fumaça, telegrama, Sedex 10 e o escambau. Sim, eu sei muito bem, como é difícil se controlar, sobretudo quando se trata de uma pessoa que sofre de síndrome de ansiedade.
Em tempos de pessoas cada vez mais conectadas no meio on-line, o relacionamento só fica sério mesmo no momento em que o status é atualizado. E é sinistro como a gente se pauta pelos acontecimentos das mídias sociais. É o fim dos tempos quando o seu ex-namorado exclui uma foto sua de um álbum, ainda mais se o título é “Amor da Minha Vida”. Você fica perseguindo-o todo o dia pelo Facebook, procurando algum vestígio de que ele seguiu em frente sem a sua presença. Tudo vira motivo para te tirar do sério. E eu pergunto novamente, o que você faz? Bebe. Bebe vodca pura, bebe vinho com melancia, bebe água com açúcar, bebe Maracugina, toma comprimidos e, no fim, toma bem naquele lugar.
Aquela angustia em moto-perpétuo chega ao coração, que dispara como um atleta disputando uma prova final de Olimpíada. Não adianta yoga, reiki e incenso de camomila, tão pouco um desabafo sincero com a sua mãe e até com a sua ex-cunhada. Então, você se desespera e apela para a lista de telefone do seu celular, desejando que alguma pessoa lhe console. Mesmo querendo apenas sexo, no fim o seu desejo é por um abraço que substitua aquele que foi perdido. No entanto, todos os seus contatos estão namorando ou estão enroscados com outros indivíduos e você perdeu de vez a chance ao lado deles. Essa situação de se rastejar em direção à ex-ficantes te deixa mais triste, primeiro, porque não conseguiu nada, segundo, por ficar com a consciência pesada e, terceiro, não menos importante, você se sente a pessoa mais podre do universo.
O mais incrível disso é a transformação da sua libido. De uma hora para outra você sente vontade de agarrar qualquer um. Mas aí se lembra de que, para isso, é preciso flertar. Como faz muito tempo que não exerce a arte de chegar em alguém, tenta todas as suas velhas cantadas. Suas mãos suam, sua voz sai trêmula e você fica parecendo um comediante da “A Praça É Nossa”. E, de repente, depois de muitos nãos, está completamente bêbado e retorna para casa sozinho, pega o telefone, liga para o amado de madrugada e é atendido pela Caixa de Mensagem. E o que você faz? Desespera-se e pergunta-se: por que o celular dele está desligado? Resultado? Não consegue dormir e põe aquele disco da Adele para tocar, aquele que tem uma música com a frase: “as cicatrizes do teu amor me fazem lembrar de nós”.
Com o tempo, você até se torna um pouco cínico e toda manifestação de amor que vê na rua te causa repugnância. Porém, você sabe que essa pessoa não é você, e sim, um indivíduo totalmente confuso. E é justamente ele, o tal do tempo, que curará sua dor e o fará perceber que tudo não foi em vão, pois veio o aprendizado, veio a experiência e vieram as respostas. Se não era para ser com ela, será com outra pessoa. A paciência é o caminho do êxito, mesmo que isso não seja possível nos meses recentes pós-término. Quem sabe (afinal, o destino sempre nos prega peças) vocês possam se acertar num futuro, transformando todo aquele passado em um esboço mal feito e, assim, redesenhar uma nova vida, ou, num ciclo-vicioso de amor, alegria, felicidade e, acima de tudo: confiança. 

quarta-feira, julho 22, 2015

Monossilábico

Término. Lembranças. Carinho. Amor. Ódio. Conversa. Beijos. Brigas. Desentendimentos. Traição. Carências. Discussões. Sexo. Silêncios. Medo. Insegurança. Vontades. Abraços. Viagens. Sorrisos. Memórias. Fim. Dor. Turbulência. Casal. Dois. Comparsas. Companheiros. Cama. Mesa. Banho. Café. Uruguai. Preconceito. Facebook. Sentimentos. Tristeza. Músicas. Poemas. Livros. Falta. Sinceridade. Covardia. Danças. Família. Cidades. Estudos. Acampamento. Shows. Amigos. Pobreza. Dinheiro. Emprego. Estágios. Festas. Álcool. Drogas. Lágrimas. Cansaço. Flatulência. Sono. Preguiça. Recomeço. Angústia. Irmãos. Calos. Caos. Reconhecimento. Admiração. Intriga. Cigarros. Sofá. Cobertor. Pão. Leite. Mercado. Compras. Divisão. Louça. Roupas. Prateleira. Vinil. Energia. Sobrinhas. Olhares. Alianças. Pulseiras. Coturnos. Bombons. Príncipe. Raposa. Planeta. Estrelas. Sol. Lua. Fotografias. Cachoeira. Procura. Loucura. Afago. Braveza. Inveja. Contradição. Idiossincrasia. Caminhos. Praia. Carnaval. Barraca. Cerveja. Água. Bicicleta. Filmes. Vinhos. Salgadinhos. Chocolates. Sorvetes. Gostos. Locais. Apartamento. Quarto. Mudanças. Lubrificante. Gozadas. Brochadas. Sabonete. Limpeza. Safadeza. Arrogância. Pertinência. Camisas. Camisetas. Bonés. Tocas. Jaquetas. Calças. Divisão. Pulseiras. Horas. Sofrimento. Recolhimento. Solidão. Confiança. Isqueiro. Maconha. Almoço. Despedidas. Rodoviária. Fim.

domingo, julho 19, 2015

No dia 11 passado, completaríamos um ano e 10 meses. Aprendi muita coisa, mas ainda não aprendi a parar de chorar. Aprendi o desespero da sua falta e como serei uma pessoa diferente quando você se for de fato. Serei uma pessoa mais triste. Eu sei que a vida continua, ridícula eu não pensar assim. Contudo, sei também que ela acaba se a gente quiser de fato. 

sexta-feira, julho 10, 2015

Juntos

Início da manhã. Sexta-feira. Pato Branco está em um clima Silent Hill. Parece que uma névoa adormecida por muitos anos acordou de um sono profundo. Tudo está úmido. As paredes do quarto onde estou parecem chorar. Os vidros da janela transpiram tristeza. E, no sonzinho, aquela banda que você não curte muito. A voz anasalada me conforta. Em alguns momentos, ela grita diretamente ao meu coração. Tenho tanta vontade de lacrimar, só para acompanhar a umidade do ambiente. É nesse momento que sinto uma saudade absurda, uma carência profunda e uma culpa tremenda pela semi-traição. Logo eu, um desafeto total do ato. Logo eu, um lorde do odiar dessa ação. Logo eu, que faz odes aos adeptos da vira-casaca. Maldito erro cometido em um final de semana longe do seu amor. 
Como eu queria ter as palavras certas para expressar o meu arrependimento. Eu, que mexo com elas, não sei qual usá-las. Todo o acúmulo, indicado cada qual por você, não pode se tornar cúmulos. É claro que entendo suas indignações. Mas tenha um pouco de dó. De fá, de sol e de lá. Ainda quero construir novas canções ao seu lado. Como eu quero dividir mais momentos. Como eu quero ser conforto para seus sofrimentos. Não seja tão terrível, não calcule o seu ódio com as somas dos nossos equívocos. Acredito que podemos superar tudo. Juntos.

quarta-feira, julho 08, 2015

O que eu quero dizer

O que eu quero dizer, não sei.
Não sei que argumento usar
E nem sei se quero argumentar.
Queria o entendimento pleno do seu momento
Mas se nem você consegue, lamento.
O que eu quero dizer é que te amo
E por um tanto foi único.
Eu tenho minhas culpas
E acabo recuando diante das suas.
Só assim sou mais passivo.

Eu desejo a proximidade
A vantagem de um beijo sem pudor
Sem as controvérsias do momento
Você falava em se entregar
Principalmente em certos ambientes
E sequer me beija na sala de estar.
O que incomoda é o bafo.
Eu acho que o sentimento suporta os ascos. 
Como também necessita de higiene. 

Enfim, o que quero dizer
É que te perdoo por tudo
E não me perdoo por algo:
A minha contradição.