Meu nome é Leonardo Silveira Handa. Jornalista. Perdido. Achado. Amante. Radialista.

quarta-feira, outubro 05, 2011

É uma cansei que me embaça. Os olhos já não acompanham mais os movimentos dóceis da sensbilidade visual. Os carros viram flashes. As luzes, pontos míopes. As pessoas nem existem. O descanso vem à cabeça em uma imediata delícia de sono que não se faz presente. O caos cerebral distorce a realidade dos pensamentos simples que acabam se tornando difíceis equações aritméticas. A angústia procura um canto para um cochilo, mas falta colchão de gratidão. O momento é inoportuno.

A areia surge na visão. Novamente a insônia é presença garantida nessa tarde azeda que infla pelo término. É uma grande merda a sobrevivência sem razão. Os perdedores dariam vazão se não estivessem mortos. A solução em forma de bala na cabeça está longe de ocorrer. A opção mais aceitável é o sono perdido em um sonho acordado.

A vontade é de mandar um sonoro e bem pronunciado "tome no olho do seu cu". Lindo verso de descarga de banheiro público. Como é bom extravasar pela boca com a ajuda da língua e de uma voz crescente.

Falta talento em algumas horas. Nas outras, há o excesso. O equilíbrio, no caso, não fica presente. Infelizmente, a ausência não pode ser considerada uma qualidade. Em certos políticos até funciona.