Meu nome é Leonardo Silveira Handa. Jornalista. Perdido. Achado. Amante. Radialista.

segunda-feira, julho 25, 2005

Tanto assim

"A saudade é um revés de um parto/ A saudade é arrumar o quarto do filho que já morreu". A maioria dos pensantes sabe que Chico Buarque fere com a palavra os corações mais sensíveis. As suas letras tem a capacidade de derrubar "mamutes" em qualquer período histórico, sem falar das melodias que rasgam com louvor os tímpanos dos atentos. Na frase citada, trecho da canção "Pedaço de Mim", esse carioca destroça, arranca lágrimas até de cachorro domesticado. E a saudade é muito mais que a música em questão, porém, serve de extensão para sofrer mais quando ouvida em momentos apropriados. Não que a saudade seja algo apropriado, longe disso. Mas, por fim, as lembranças, as saudades, as memórias são as únicas coisas que sobram. Lágrimas.
É ruim a despedida. Resta a saudade. O tempo passa e a canção fica, assim como as fotos e os diálogos de impacto. Os dias de inverno já não são mais os mesmos, nem o conhaque que agora envelhece na prateleira repleta de poeira e de discos dos anos 1970. Construção. Acabou Chorare. Expresso 2222. Blue.
Chega de saudade, viva algumas mentiras.