Meu nome é Leonardo Silveira Handa. Jornalista. Perdido. Achado. Amante. Radialista.

quarta-feira, agosto 17, 2005

Cinza

O dia ainda não terminou. Um cinza meio besta esconde o azul do céu, deixando-me uma sensação de tristeza. Aquela pessoa que um dia eu amei, agora está mais longe dos meus braços. E eu que tinha a situação segura em minhas mãos, deixei escorrer pelos dedos o controle. Agora derramo lágrimas de fumaça dos meus olhos. É uma pena, pois ainda te quero, mas não a tenho.
Estou me estrepando a cada mudança do ponteiro maior. Não quero viver essa condição, prefiro os cuidados do amor que, infelizmente, você não pode me dar. Não quero ser um Jó entregue às vontades de Deus e do diabo. "Quero a sorte de um amor bandido, com pedaço de fruta mordida". Eu quero um dia de solidão com a sua presença. Um dia para organizar os meus discos na estante, uma tarde vazia com a sua mão junto a minha mão. Eu quero a esperança verdadeira do amor e não as mentiras da traição.
Ainda te quero com a ânsia eterna de te faze-la completa. Os seus beijos nunca sairão da minha boca. Eu quero o dois para sermos um e quem sabe um três. Eu quero a sua digital em minha pele e o seu cheiro impregnado em meu travesseiro. Mas, agora estou no último gole de uma cerveja barata, somente esperando você me beber, me engolir e me ter a você. Venha me salvar. Ainda vivo por você. O dia não acabou, porém, o cinza está me matando. Te amo, te amo e te amo. E isso me causa dor.