Meu nome é Leonardo Silveira Handa. Jornalista. Perdido. Achado. Amante. Radialista.

sexta-feira, março 02, 2007

Meus cigarros estão acabando

Meus cigarros estão acabando. É um desperdício ter que deslocar o meu corpo até a uma loja de conveniência de algum posto de combustível para simplesmente comprar um maço de causador de câncer. Bom, pelo menos tenho a consciência de que faz mal. Mas o que hoje em dia não faz? Na comida, altos teores de conservantes. Na bebida, igualmente. Nem o álcool da atualidade é igual ao do passado. Adoro cerveja amarga, porém, certas são exageradas. Então, você liga a TV e lá estão os mesmos programas de sempre, apresentados pelas mesmas pessoas, como o Silvio Santos que é um Highlander, ou o Faustão-sempre-obeso: alvos fáceis de se criticarem. Eles também prejudicam a saúde. Não quero dizer que a vida se resume somente a isso. Bom, como posso fumar, comer e assistir televisão e me estrago, a mesma coisa acontece quando me canso disso e ligo o rádio. Deixar os ouvidos expostos às canções das FMs pode ser mais prejudicial do que fumar. Pegue por exemplo a nova canção do Simple Plan. Primeiro, se trata de uma típica música emo(rróidas)core. Causa ânsia. Segundo, os níveis de melosidade escancarado pelo vocalista que nem quero saber o nome, pode causar ou desenvolver um tumor no tímpano. A cada minuto que você deixar exposto a sua orelha e seu sistema auditivo aberto aos perigos das FMs, o problema (caso tiver) pode agravar.
Ok, então vem alguém e me diz que, de vez em quando, precisamos nos render um pouco aos anseios da insistente indústria cultural. Claro que precisamos. De certo que eu acho maravilhoso ver a Ivete Sangalo comandando uma massa a girar a garrafa da Nova Schin em volta da cabeça e cantarolar o single da marca. Eu que não vou ficar para sempre tentando decifrar as frases de Nietzsche. E também não acho que o culto se resume a ficar ouvindo as perfeições vocais de João Gilberto, por mais que ele seja ótimo. Tudo isso porque, simplesmente, os meus cigarros estão acabando. Mas que fique claro que eu fumo devido à vontade somente minha, não tive influência de amigo, nem de inimigo e nem das propagandas, se bem que eu adorava os comerciais da Free. Eu gosto mesmo é de Hollywood. Sem influência. Pois bem, agora me contradisse. Acabo de falar que precisamos nos entregar à indústria cultural, de vez em quando, e agora falo que não me rendi aos apelos da cultura tabagista. Sim! Ela é uma cultura. Ah! Quer saber, é muita filosofia barata para pouco escritor. Vou para o posto encher a cara e comprar os meus cigarros e ponto. Final.