Meu nome é Leonardo Silveira Handa. Jornalista. Perdido. Achado. Amante. Radialista.

domingo, março 14, 2010

Dia preguiçoso. As gotas da chuva vão se matando no vidro da janela enquanto um velho companheiro me amortece via MP3. Manhã e tarde na vertical, observando um teto que nada lembra a capela Sistina. Momentos de pura contemplação me bastam e um tiro sai da estante em forma de palavras. Eu o já tinha lido, mas sempre é bom relembrar. O velho safado ainda traz ótimos momentos.
Minha identificação quase profana com os seus versos às vezes me confundem e me convidam à liberar a marginalidade presa no interior, seguir a vida sem ligar para as contas, visitar algumas pessoas e simplesmente mandarem se foder; disparar algumas balas em cabeças que se acham pensantes e desmascarar profissionais comunicacionais idiotas. Mas, infelizmente a violência fascinante não povoa a minha massa. Como escape, cuspo certas frases junto ao violão.
A forma de liberação de ódio nem sempre me relaxa ou funciona. Tento gritar - não consigo -, procuro esquecer - o que piora. Não sei muito o que fazer. Em determinadas ocasiões, se torna efêmero. O objeto problemático que causa a situação raivosa, diga-se.
Não sei ao certo o lugar em que quero chegar com essa divagação. Acho que serve para manifestar que sim, sinto raiva. Não estou falando de você, antes que indague. É sobre os outros. Enfim, vou continuar aqui com o meu dia preguiçoso, desejando que as gotas da janela que se matam fossem algumas pessoas... Velho safado, você me faz pensar besteiras.