Meu nome é Leonardo Silveira Handa. Jornalista. Perdido. Achado. Amante. Radialista.

segunda-feira, maio 05, 2014

Mamãe e papai na sala, enquanto eu degustava um café, conversavam sobre o curso que ela está fazendo no Senac. Toda receosa, a mulher que me pôs no mundo relatava a ele a respeito do conteúdo da aula de hoje: alimentos. Uma professora, com base na internet, passou imagens de comida com pedaços de bichos, parafusos e camisinha, coisas que chamam a atenção, despertam a curiosidade e denigrem a imagem das marcas fabricantes desses produtos. Os casos mais frequentes, basta uma olhada rápida pela web, são do McDonalds. Sempre há pessoas que encontram vermes, fio de cabelo e insetos nos sanduíches da rede norte-americana. Minha mãe, durante a conversa, se pergunta: - será que são todos reais? Meu pai, pensativo, responde: - claro que não, algumas situações, com certeza, são forjadas. Ponto.
Nisso, ao engolir um saboroso pão caseiro com maionese Hellman`s, fiquei a refletir: como somos alvos fáceis das artimanhas da internet.
Ao assistir o filme Nóe, ontem, no único cinema que temos na região Sudoeste, uma passagem dizia: e Deus, ao sentir que faltava algo no mundo que edificou, fez a sua imagem e semelhança os seres humanos, que puseram tudo a perder pela ganância. Apesar de ser dirigido por um dos melhores cineastas da atualidade, Darren Aronofsky, o longa-metragem é meia boca. Mas acertou em cheio ao fazer os telespectadores pensarem sobre isso.
O mundo, sobretudo o nosso querido Brasil e seu povo, está cheio de ganância? Sim. E de justiça? Lógico. Porém, toda essa besteira de agir com as próprias mãos, com referência em informações do Facebook é justificável? O que é pior, pelo simples boato ou retrato falado infeliz de que uma mulher, confundida, poderia estar envolvida em sequestro de crianças para a realização de magia negra? Pode?
Fabiane Maria de Jesus, vítima de um espancamento coletivo, foi condenada pelas mesmas pessoas que acreditam que qualquer coisa postada em uma rede social é a verdade absoluta. Estamos no ápice da miséria informacional cibernética. Não temos mais fundo poço para chegar.
Mamãe e papai estavam corretos ao duvidar de tudo que é jogado na internet. Deus queria dizimar os homens pelo desenvolvimento da ganância quando pediu para Noé construir uma arca e Timothy John Berners-Lee, criador da internet como a conhecemos hoje, nem imaginava que o Facebook iria despertar o senso de justiça estapafúrdio nas pessoas que se deixam a crer em tudo. Que pena.