Meu nome é Leonardo Silveira Handa. Jornalista. Perdido. Achado. Amante. Radialista.

sexta-feira, junho 24, 2016

Vazio


Ando vazio. E o que é vazio não para em pé. Mas, como continuo? Penso a respeito e não encontro respostas. Cada vez mais tenho incertezas. Não me esforço, confesso, para acertar o alvo. Apenas repenso os meus erros. Foram vários. De alguns, aprendi algo. De outros, aprendi a ser vago. Mesmo assim, continuo.

O mais grave fará um ano. 

Quando o amor estava presente, apesar dos problemas de um relacionamento amoroso, as coisas estavam nos trilhos. Fui fraco e me deixei cair na tentação facebookiana. Nosso namoro não estava perfeito, contudo, continuava lindo aos meus olhos. Todo o apoio necessário que eu podia oferecer era fortalecido. Tinha uma questão sexual grave, aos olhos do meu parceiro, que o incomodava muito. E a mim também. Teve tentativas para mudar essa situação. Mas o que era para ser prazer, para mim, era apenas dor. E, apesar da compreensão, isso foi o catalisador  do fim. 

Enfim, voltando. Cai no conto mais falcatrua, no clichê mais básico, na falácia de uma possível traição, logo ela, a mais abismal das manifestações humanas. Eu sempre a critiquei. Continuo achando que é o tapa mais dolorido. Não cheguei a cometê-lo fisicamente, porém, digitalmente fui fraco. Pedi, confesso, e recebi fotos pornográficas. Tive conversas pornográficas. Correspondi pornograficamente. E o homem que eu amo (sim, ainda o sentimento permanece) descobriu. Talvez de maneira não honesta, pois tinha a minha senha da rede social, com um grande detalhe: eu nunca tive conhecimento de que ele tinha o meu código de acesso. Nunca. 

O que aconteceu? Uma conversa desagradável, a falta de argumento da minha parte, a falta de inteligência de ambos e o término, bem doloroso, diga-se de passagem. Quando ele retornou para casa, pois estava na residência dos pais, no Rio Grande do Sul, eu fui um verme. Entretanto, se eu não tentasse através de fiascos sentimentais, eu carregaria a falta de tentativas pelo resto da minha vida. 

Depois de ser vencido pelo cansaço, restou o abraço, o beijo e o tchau. Ainda fiz questão de levá-lo à rodoviária. Até hoje tenho calafrios quando vou lá, já que o local acabou me deixando traumas por causa da cena de despedida. Não queria ter ouvido um eu te amo naquele momento. Mas ouvi, pois era o sentimento de ambos. Não respondi, virei o rosto e fui para o carro. E, desde então, ando vazio.