Meu nome é Leonardo Silveira Handa. Jornalista. Perdido. Achado. Amante. Radialista.

domingo, agosto 07, 2016

Ela passa desfilando ácido pelas calçadas úmidas da cidade negra. Sorri favores como se fosse uma bomba de Napalm pronta para explodir em guerras orientais. Exala fumaça do peito reformado por um estagiário do Pitangy. Sua presença nas ruas inibem os outros seres noturnos. A força do seu olhar corrompe crianças que buscam diversão. Está com meias rosas que somente são descobertas quando Onças espirram de carteiras. Seus lábios não usam qualquer batom. Seu corpo não veste qualquer pano. Ela é distraída, já causou acidentes de trânsito. Ela é perseguida, mas a polícia é sua amiga.
Às vezes vaga solitária pelos bares da cidade. Acende e fuma cigarros Marlboro. Bebe hi-fis turbinados, como se fossem urina do diabo. Não é um tipo descartável, mesmo sendo a favor da ecologia. Já usou casacos de coalas. Têm noites que fica só fazendo cena, manifestando vontade até em pederastas. Mas a maioria quer analisar as suas unhas.
Certo mês quase caçou um deputado. Mas ele não entendeu a sua profissão. De tanto amor, ele acabou tirando a vida. A própria. Ela derruba corações, estraçalha casamentos. Pura diversão. Ela é dona do seu negócio. Sabe a hora de usar, entende o poder, administra sagazmente. É figura constante em assuntos empresariais. É uma mulher de sucesso. Como a economia dinamarquesa, poucos conseguem tocá-la.